Da distribuição da população aos desafios multiculturais em Loures : a procura de um caminho para a aprendizagem em Geografia

Abstract

Relatório da Prática de Ensino Supervisionada, Mestrado em Ensino de História e de Geografia no 3º ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, Universidade de Lisboa, 2015O presente relatório reporta-se a um projeto de lecionação e investigação em Geografia, numa turma de 8º ano de escolaridade na Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de João Villaret, na periferia suburbana de Lisboa. Foram lecionados os Subdomínios da Distribuição da População Mundial e Portuguesa e da Diversidade Cultural. Procurámos fomentar a participação ativa dos alunos na construção da sua aprendizagem, traçando um caminho de aprendizagem com base nas teorias construtivista, sócio-construtivista e social. Assim, desenvolveram-se diferentes estratégias, tentando mobilizar os alunos num estudo sobre a diversidade cultural em Loures, de modo a fomentar as competências de uma ativa cidadania local. Os alunos revelaram mais facilidade na aprendizagem de conteúdos memorísticos, instrumentais (saber-fazer) e do ponto vista sócio-afetivo. Por outro lado, demonstraram mais dificuldade nas competências sociais (trabalhar cooperativamente) e nas competências geográficas de observação indireta da paisagem. Tendo presente que estamos perante um estudo pontual, que não se pode, por isso mesmo, generalizar, na avaliação das aprendizagens, os alunos com pior desempenho provêm de pais com menor preparação escolar. Os de melhor aproveitamento têm pais com formações escolares diversas – estas constituem um importante fator explicativo dos alunos, mas não são determinantes. Os alunos mais participativos oralmente nem sempre têm o melhor desempenho na avaliação escrita – sobre o que importará refletir. Os alunos revelaram uma grande mobilização em torno da discussão dos problemas sociais dois bairros do seu meio local. Aos 13/14 anos, é possível discutir assuntos sérios, como “gente grande” e contrariar o esquecimento da escala local, herdado da Geografia nacionalista de XIX. E esta constatação desafia e interpela uma educação geográfica desenvolvida de forma frequentemente tradicional e que se esgota, quantas vezes, na descrição de problemas. Esta rica experiência de formação inicial docente comprova, uma vez mais, como é importante apostar na investigação em educação geográfica, como resulta de Declaração de Moscovo de 2015, da Comissão de Educação Geográfica da UGI.This report refers to a teaching project and research in Geography, a class of 8th grade at the Escola Básica de 2º e 3º ciclos de João Villaret, in the suburban outskirts of Lisbon. They were taught the subdomains Distribution of the World and Portuguese Population and Cultural Diversity. We sought to encourage the active participation of students in the construction of their learning, tracing a path of learning based on constructivist, socio-constructivist and social theories. So, we have developed different strategies, trying to mobilize students in a study on cultural diversity in Loures, in order to enhance the skills of an active local citizenship. Students showed more ease in learning storing content, instrumental (know-how) and socio-emotional skills. On the other hand, they showed more difficulty in social skills (working cooperatively) and the geographical skills of indirect observation of the landscape. Bearing in mind that this is a timely study, which cannot, therefore, to generalize the evaluation of learning, students with poor performance comes from parents with low educational preparation. The students of better performance have parents with different educational literary abilities - these are an important explanatory factor of the students, but are not decisive. The more involved students orally have not always the best performance in the written evaluation - it matter reflect. Students revealed a large mobilization around the discussion of social problems two neighborhoods of their local environment. To 13/14 years, it is possible to discuss serious matters, such as "grown up" and counteract the neglect of local, inherited the nationalist Geography XIX. And this finding challenge a geographical education developed often traditional way and that runs out, how often, in describing problems. This rich initial teacher training experience proves, once again, how important it’s to invest in research of geographic education, as is apparent from Moscow Declaration of 2015, the Geographical Education Commission of the IGU

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