Orbital anatomy : optic nerve and retrobulbar circulation

Abstract

Trabalho Final do Curso de Mestrado Integrado em Medicina, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, 2021Introdução: A anatomia imagiológica do compartimento retrobulbar da órbita, nomeadamente do complexo bainha-nervo óptico e da artéria oftálmica, permite avaliar a dinâmica de fluidos do sistema nervoso central, o que pode ser útil no diagnóstico de patologias como o glaucoma ou a hipertensão intracraniana. A ultrassonografia é um método imagiológico com muitas vantagens, mas a sua aplicação ao estudo da anatomia retrobulbar no cadáver humano e comparação direta com dissecção anatómica nunca foi realizada. Objetivo: Fazer uma revisão da literatura sobre a anatomia retrobulbar, seguida da caracterização das estruturas neurovasculares em disseção anatómica. Estudar ecograficamente a anatomia retrobulbar em cadáver, para correlação com os achados da disseção anatómica e aferição da precisão da ecografia na avaliação do compartimento retrobulbar. Materiais e métodos: Efetuamos uma revisão das estruturas anatómicas presentes no compartimento retrobulbar, de modo a determinar as características fundamentais do nervo óptico e da artéria oftálmica. Procedemos à realização de duas disseções em cadáveres humanos, com o objetivo de integrar os achados com a anatomia macroscópica observada nas dissecções. Aplicamos, ainda, a técnica ecográfica em cadáver, com o intuito de estudar o compartimento retrobulbar. Resultados: Os nervos ópticos apresentaram um trajeto posteromedial ao longo da órbita, desde o globo ocular até à entrada no canal óptico. Os segmentos retrobulbares intra-orbitais dos nervos encontravam-se envolvidos por uma bainha meníngea, com 5mm de diâmetro, quando medidos a uma distância de 3mm posteriormente ao globo ocular. A artéria oftálmica apresentou-se inferior e lateralmente ao nervo óptico na porção proximal da órbita, antes de cruzar o nervo superiormente. Ao longo do seu trajeto, observaram-se vários ramos colaterais da artéria, entre os quais, a artéria central da retina. A artéria central da retina perfurou a bainha do nervo óptico a 5mm do globo ocular, acompanhando a trajetória do nervo até à retina. O estudo ecográfico não permitiu a obtenção de imagens de leitura ou medições da bainha do nervo óptico.Conclusão: Uma melhor compreensão da anatomia neurovascular do espaço retrobulbar poderá contribuir para a otimização de métodos de diagnóstico que permitem a avaliação da dinâmica de fluidos do sistema nervoso central.Introduction: The imagological anatomy of the retrobulbar compartment of the orbit, namely of the complex sheath-optic nerve and ophthalmic artery, allows to evaluate central nervous system fluid dynamics, which can be useful in the diagnosis of conditions such as glaucoma or intracranial hypertension. Ultrasonography is an imaging method with numerous advantages, but its application to study the retrobulbar anatomy in human cadaver and directly compare it with anatomical dissection has never been performed. Objectives: Review of the literature on the retrobulbar anatomy, followed by a characterization of the neurovascular structures in anatomic dissection. Ultrasonographic study of the retrobulbar anatomy in cadaver, to correlate with the dissection findings and assess the accuracy of ultrasound in the evaluation of the retrobulbar compartment. Materials and methods: We revised the anatomical structures in the retrobulbar compartment in order to establish the foundation characteristics of the optic nerve and ophthalmic artery. We also performed two human cadaver dissections to integrate these findings with the macroscopic anatomy observed at dissection. We applied the ultrasonographic technique on cadaver, to study the retrobulbar compartment. Results: The optic nerves had a posteromedial course in the orbit, from the eyeball until reaching the optic canal. Their intra-orbital retrobulbar segment were surrounded by a meningeal sheath, which at a distance of 3mm posterior to the globe had a diameter of 5mm. The ophthalmic artery was located on the inferolateral aspect of the optic nerve in the proximal part of the orbit, before crossing the optic nerve superiorly. Throughout the artery’s trajectory, numerous branches of the ophthalmic artery arouse, among which the central retinal artery. The central retinal artery perforated the optic nerve sheath at a depth of 5mm behind the globe and accompanied the optic nerve’s trajectory to the retina. The sonographic study did not allow the obtention of readable images nor measurements of the optic nerve sheath.Conclusion: A better understanding of the neurovascular anatomy of the retrobulbar space could contribute to the optimization of the diagnostic methods that allow the evaluation of fluid dynamics in the central nervous system

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