O Diabetes Mellitus é uma doença crônico-degenerativa que, em geral, se acompanha de diversas complicações agudas ou crônicas, encontrando-se dentre estas últimas, a nefropatia. O objeto deste estudo fenomenológico é o sentido que a pessoa diabética nefropata atribui ao tratamento por hemodiálise. Considerando que este conhecimento só seria possível se pesquisado com quem vivencia a situação, a investigação objetivou compreender a existência da pessoa diabética e nefropata, a partir dos significados atribuídos às suas experiências vivenciadas. Para tanto, oito pessoas diabéticas que se submetem a sessões de hemodiálise foram entrevistadas, tendo como ponto de partida a questão: “Como tem sido sua vida desde que você passou a depender da hemodiálise?” Os discursos deixaram transparecer significações, apreendidas de imediato, de que ser um diabético nefropata eqüivale a ater-se a uma vida de sacrifícios, procurar alternativas para suportar o tratamento e aceitar a hemodiálise como condição imperativa de vida. Estas significações subsidiaram a busca do sentido da existência dessas pessoas, sendo que, para tal, o suporte de compreensão foi o discurso filosófico de Martin Heidegger sobre a existência humana, explicitado no ensaio Ser e Tempo. Assim, a análise ontológica revelou que a pessoa diabética nefropata mostrou-se aprisionada à existência inautêntica cotidiana, pelo tagarelar e pelo vigor de ter sido, embora se angustie quando procura aceitação e busca novas possibilidades de vir-a-ser. Ao final, foi possível reafirmar que a compreensão da existência dessas pessoas é necessária para que o enfermeiro planeje o seu cuidado de forma profissional, competente e humanizado