Diabetes mellitus um problema de saúde publica: análise de uma amostra do interior norte de Portugal

Abstract

A diabetes mellitus (DM) constitui um grave problema de saúde publica, estima-se que cerca de 382 milhões de pessoas em todo o mundo sofram desta doença (APDP, 2018; DGS, 2017; WHO, 2017). O número crescente de casos está maioritariamente relacionado com os estilos de vida sedentários e envelhecimento populacional (WHO, 2017). Em Portugal, em 2014, a prevalência estimada de DM na população com idades compreendidas entre os 20 e 79 anos era 13,1%, o que equivale a mais de um milhão de indivíduos diabéticos e aproximadamente 400 mil não diagnosticados (APDP, 2018; DGS, 2017). Objetivo: Caraterizar as pessoas portadoras de DM numa UCSP do Interior Norte de Portugal. Metodologia: Abordagem quantitativa, estudo descritivo de coorte transversal. A amostra de 148 utentes portadores de DM. Recolha de dados entre outubro e novembro 2018. Resultados: Apresentam idades compreendidas entre os 44-95 anos, com média 72,68 anos. Amostra constituída por 48,65% de indivíduos do sexo masculino e 51,35% do sexo feminino. Quanto ao estado civil, 71,62% são casados, 20,27% viúvos e 7,43% solteiros. 50% dos indivíduos concluíram o 1º ciclo e 18,24% não tinham qualquer escolaridade. Profissionalmente, 75% eram reformados, 22,3% pertenciam à população ativa e 2,7 % estavam desempregados. O tempo médio desde o diagnóstico de DM era de 14,73 anos com um mínimo de 2 e um Máximo de 38 anos. A DM tipo 2 representava 95,27 % e a DM tipo 1 ficava pelos 4,73%. O IMC médio da amostra é 28,87Kg/m2. O baixo risco de pé́ diabético, situa-se nos 89,86%, o risco médio em 4,73% e risco alto em 5,41%. Discussão: Amostra obtida era constituída maioritariamente por idosos reformados, do sexo feminino com baixa escolaridade e com idade média de aproximadamente 73 anos, em consonância com resultados apresentados pela APDP (2018) e DGS (2017) exceto relativamente ao sexo. A nível nacional e internacional, a prevalência da DM tipo 2 é maior na população com IMC acima de 24,9Kg/m2 referentes ao excesso de peso e obesidade (APDP, 2018; WHO, 2017), o que se verificou na nossa amostra. Em sintonia com os valores nacionais e internacionais está o risco de pé́ diabético, verificando-se uma maior incidência em doentes diagnosticados há́ mais anos (APDP, 2018; WHO, 2017). Conclusões: O incremento nas variáveis idade, IMC e anos após o diagnóstico da DM tipo 2 relacionam-se com o maior risco de desenvolver a doença assim como de avolumar as complicações que lhe estão associadas. A DM tipo 2 está mais presente em populações com baixa escolaridade. Existem evidências que nos mostram que, quanto mais precoces forem as intervenções no que concerne à DM tipo 2, maior é o sucesso no controlo da doença e prevenção da lesão de órgão alvo. Facto este que vem reforçar a importância da intervenção precoce ao nível dos Cuidados de Saúde Primários.info:eu-repo/semantics/publishedVersio

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