Partindo de uma metodologia mista e de carácter exploratório, este estudo pretende conhecer as perceções
dos técnicos superiores que, exercem as suas práticas profissionais em respostas sociais de apoio à pessoa
idosa num concelho do norte e interior de Portugal, e identificar as necessidades formativas dos mesmos.
Foi utilizada uma amostra de conveniência composta por 25 técnicos, de diferentes categorias profissionais,
predominantemente do sexo feminino e com idades compreendidas entre os 23 e os 53 anos. Para a recolha
de dados utilizou-se um inquérito por questionário composto por questões fechadas referentes à
caracterização sociodemográfica dos participantes e duas questões abertas alusivas às suas práticas
gerontológicas, a saber: (i) narração de um episódio vivenciado, positiva ou negativamente, e (ii)
identificação das necessidades formativas relativamente à prática profissional. Da análise dos resultados
destaca-se o relato de episódios centrados no técnico que enfatizam o desconforto e a impotência quando
confrontados com a morte da pessoa idosa. Emerge também a valorização das competências e dos saberes
profissionais na recuperação da funcionalidade dos utentes. Nos relatos centrados no utente sobressai,
predominantemente, a retribuição afetiva da pessoa idosa para com os técnicos, seguido do vínculo afetivo
entre um casal de utentes. Já nos relatos centrados na família do utente é acentuada a quebra de vínculos
familiares, o abandono e a negligência pelos familiares. Apenas um participante alude à gratidão da família
face ao cuidado gerontológico dos técnicos. Relativamente às necessidades formativas os participantes
indicam as seguintes áreas: desenvolvimento e monitorização do plano de desenvolvimento individual do
idoso; o cuidar da pessoa com demência; a regulamentação das práticas profissionais pelas
instituições/organizações; a efetivação de parcerias entre a família do utente e as instituições de apoio e a
atuação em situações de emergência geriátrica. A análise global dos resultados, permite concluir a
pertinência da formação e capacitação dos técnicos superiores para agir com maior proficiência nos
cuidados proporcionados à pessoa idosa. De sublinhar, contudo, que sendo a perda da pessoa idosa um
aspeto bastante enfatizado nos relatos dos profissionais, ainda que o lidar com sofrimento do luto vivenciado
não seja reconhecido como uma necessidade formativa, considera-se imperioso assegurar formação neste
âmbito.info:eu-repo/semantics/publishedVersio
