O aumento da população idosa e a crescente procura de tratamentos mais adequados para
aliviar a dor causada pelos fatores que caracterizam o envelhecimento, particularmente a
instalação da sarcopenia, condição associada ao sedentarismo e em alguns casos a
enfermidades como artrites e artrose, são responsáveis pelo desenvolvimento de dores
articulares que impossibilitam a prática de exercício físico, despoletando outros riscos como
a osteoporose e perda da estabilidade postural que em conjunto aumentam o risco de
quedas, lesões e fraturas associadas (Powers & Howley, 1997). Porém, a sua origem
deverá ser igualmente interpretada muitas vezes como consequência das crescentes
limitações do foro ortopédico.
A inatividade conduz a um desuso do sistema músculo-esquelético e naturalmente a uma
hipo-estimulação do tecido muscular conduzindo à atrofia do mesmo com diminuição da
sua função (Tavares, C. 2003). Um exemplo categórico é o caso da osteoartrose do joelho,
uma patologia articular crónica degenerativa, frequente em adultos e idosos que interfere na
mobilidade e autonomia. A osteoartrose é caracterizada pela presença de dor e limitação
funcional, consequência da formação de osteófitos e/ou alteração na integridade da
cartilagem articular, que conduzem a uma perda gradual da força, diminuição da mobilidade
e instabilidade articular. Frequentemente assistimos nos indivíduos com esta patologia a
uma diminuição gradual nos seus níveis de atividade física, já que a imobilização da
articulação contribui para diminuir o processo inflamatório na mesma, diminuindo também a
dor. No entanto, a imobilização da articulação com artrose vai potenciar: a atrofia, o
encurtamento de músculos e tendões, o surgimento de contracturas, a perda de massa
óssea, o aumento do risco de fratura, a redução da mobilidade articular e a degeneração da
cartilagem (Gordon, N., 1992). Assim, a inatividade física torna-se contraproducente, sendo
a prescrição de exercício físico adequado uma forma de combater o avanço progressivo da
doença. O fortalecimento da musculatura peri articular é fundamental para a obtenção do
equilíbrio da articulação, controlando o impacto do pé sobre o solo durante a marcha,
lubrificando a articulação e reduzindo os movimentos anormais entre as superfícies
articulares o que ajuda a diminuir a degeneração da articulação (Roddy, E., W. Zhang, and
M. Doherty, 2005).
A manutenção do equilíbrio é um aspeto determinante na funcionalidade e autonomia
estando relacionado como o sistema visual, somatosensorial e vestibular, com a força dos
membros inferiores, nomeadamente os grupos musculares flexores e extensores das
articulações do joelho e tibiotársica, que tendem a diminuir com a idade. Além disso, as
alterações degenerativas dos discos intervertebrais, somados à diminuição da flexibilidade
e da força das estruturas musculares e das posturas incorretas frequentes, conduzem a
desalinhamentos nas curvaturas da coluna que por sua vez contribuem para a deterioração
do equilíbrio, não só estático, como também dinâmico, e consequentemente do padrão de
marcha. Neste contexto, a realização de atividade física é fundamental na prevenção de
quedas e de fraturas associadas, tendo sido demonstrado por vários estudos que a
participação em programas de exercício e o treino de tarefas especificamente orientadas
para o sistema sensorial e a manutenção da estabilidade postural reduzem
significativamente o número de quedas quando comparado a grupos de controlo, tanto em
homens como em mulheres (Izquierdo et al., 2005; 2004). Em suma, o treino da força com
intensidade moderada a elevada pode ser efetuado com elevada tolerância por parte de
adultos e idosos, com resultados bastante satisfatórios em termos de adaptação
morfológica e funcional, assim como também em termos de propriedades elétricas e
contrácteis.