Os extratos de plantas são fontes abundantes de compostos fenólicos com propriedades
antioxidantes reconhecidas. Dados os benefícios que aportam para a saúde humana, estes
assumem grande relevância na indústria alimentar, nomeadamente no desenvolvimento de
alimentos funcionais. No entanto, estes compostos de reconhecida instabilidade, podem sofrer
alterações durante o processamento dos alimentos onde são incorporados e processos
metabólicos. Neste contexto, a microencapsulação possibilita a proteção destes antioxidantes
naturais, permitindo ainda a sua libertação controlada1. O presente trabalho teve como objetivo
avaliar as propriedades antioxidantes do extrato hidroalcoólico de Rosa micrantha Borrer ex Sm e
do seu flavonoide maioritário, a catequina, na sua forma livre e microencapsulada quando
incorporados num iogurte natural. Para o efeito foram preparadas microesferas de alginato
utilizando uma técnica de microencapsulação por spray seguida de coagulação. O processo foi
otimizado numa primeira fase utilizando a catequina como composto modelo, sendo
posteriormente aplicada ao extrato de R. micrantha. Quando comparada com o seu homólogo
microencapsulado, a incorporação direta do extrato de R. micrantha conduziu a produtos com
atividade antioxidante inicial superior (avaliação para t=0). No entanto, os iogurtes aditivados com
o microencapsulado apresentaram uma capacidade de manutenção da atividade antioxidante
superior (avaliação para t=3 dias). No que respeita à catequina, esta apresentou uma grande
instabilidade, sendo que a sua microencapsulação pelo processo utilizado não conduziu a
melhorias significativas da preservação da sua atividade antioxidante com o tempo e quando
incorporada no iogurte.FCT pelo apoio financeiro ao CIMO (projeto
estratégico PEstOE/AGR/UI0690/2011), LSRE (projeto estratégico PEst-C/EQB/LA0020/2011) e
Lillian Barros (contrato Compromisso para a Ciência 2008); agradecem também à Professora
Doutora Ana Maria Carvalho (CIMO-ESA/IPB) pela colheita e identificação de R. micrantha