A maior parte da água necessária para atividades domésticas, agrícolas, lúdicas e industriais no concelho de Alcochete (Portugal) provêm de origens subterrâneas. Contudo, subsistem dúvidas sobre o estado da sua qualidade e a sua apetência para as utilizações atuais. O estudo da hidrogeoquímica permite estabelecer relações entre o meio aquoso e o meio geológico, refletindo a influência da litologia local e dos solos na qualidade da água. Permite, ainda, determinar sentidos de escoamento, áreas de recarga e descarga e conhecer unidades aquíferas, bem como identificar focos de poluição e estabelecer medidas para a utilização sustentável da água. Foram recolhidas amostras em 67 captações utilizadas como origens de água para várias utilizações. Dada a quantidade e complexa informação que foi necessário recolher, manusear e interpretar, a utilização de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) foi de grande utilidade para georreferenciar dados, criar bases de dados relacionais e gerar cartas de aptidão para a utilização das águas subterrâneas. As águas captadas em poço, essencialmente do tipo cloretadas cálcicas, na generalidade, não apresentam qualidade mínima para serem captadas para produção de água para consumo humano, enquanto que 70,7% das origens de águas oriundas de furos, essencialmente cloretadas sódicas, apresentam qualidade mínima para aquela utilização. Ambos os tipos de água apresentam qualidade para utilização na rega agrícola, mas poucas amostras cumprem os valores recomendados para esta utilização. Assim, é urgente a implementação de uma estratégia de gestão dos recursos hídricos no concelho, afim de melhor proteger estas origens de água