Dietary interventions to prevent childhood obesity: a literature review

Abstract

Trabalho Complementar apresentado à Universidade Fernando Pessoa como parte dos requisitos para obtenção do grau de Licenciada em Ciências da NutriçãoIntrodução: A obesidade tem aumentando em todo o mundo, sendo as crianças em particular um motivo de preocupação para a saúde pública. A obesidade é uma doença multifatorial complexa. Acredita-se que o rápido aumento da obesidade infantil ao nível populacional possa ser decorrente de interações genes-ambiente, potencializadas por um ambiente obesogénico cada vez mais permissivo, incorporado num modelo contextual com diferentes níveis de determinantes. Sabe-se que a alimentação e outros hábitos são moldados nas etapas iniciais da vida e mantidos até a idade adulta. Portanto, várias intervenções, incluindo mudanças nos hábitos alimentares, foram feitas com a intenção de prevenir/reduzir a obesidade infantil. Sabe-se que a maioria delas tem falhado no combate à epidemia da obesidade. Objetivo: Este estudo tem como objetivo rever a literatura existente sobre intervenções alimentares para prevenção da obesidade infantil e avaliar a sua efetividade. Métodos: Realizou-se uma pesquisa bibliográfica usando o motor de busca PubMed Central®. Os termos usados para esta pesquisa foram “(pediatric obesity) OR (childhood obesity) AND (primary prevention) AND diet”. Somente artigos publicados nos últimos 10 anos, escritos em inglês e conduzidos em humanos foram incluídos. Nesta pesquisa, foram considerados 17 estudos. Outros artigos adicionais foram incluídos nesta tese (n=84), resultantes de uma pesquisa em snowball ou para contextualizar as intervenções alimentares para a prevenção da obesidade infantil, totalizando 101 referências. Resultados: A maioria dos estudos incluídos nesta revisão foram intervenções realizadas em contexto escolar, com algumas abordando toda a comunidade e incluindo algumas intervenções no setor alimentar (por exemplo, taxação de produtos com elevado teor de gordura/açúcar, sistema de rotulagem único) e através dos meios de comunicação de massa (por exemplo, restrições à publicidade para crianças) que direta ou indiretamente poderiam ajudar a combater a obesidade infantil. A maioria dos programas/intervenções realizados foca-se principalmente em abordagens educacionais baseadas no indivíduo, como sessões de educação nutricional/alimentar, aliadas à promoção de atividade física e estilos de vida para os estudantes, pais e funcionários da escola, e menos em mudanças ambientais que fomentem uma oferta de escolhas mais saudáveis. Apenas alguns ensaios clínicos focaram-se na capacitação e mudanças de macropolíticas, como a adaptação do ambiente escolar, servindo porções menores e aumentando a disponibilidade e acessibilidade de alimentos saudáveis e água nas escolas, e restringindo o acesso a máquinas de venda automática, por exemplo. No geral, a maioria dos estudos de intervenção não mostrou efeitos consistentes na alteração do índice de massa corporal das crianças; mostraram apenas pequenas reduções de peso, clinicamente irrelevantes ou nenhum efeito. Pouco se sabe sobre a sustentabilidade das intervenções ao longo do tempo. No entanto, outros resultados positivos, como a mudança de comportamento alimentar ou melhoria do desempenho de atividade física, foram descritos. Conclusões: A maioria das intervenções alimentares para combater a obesidade infantil foca-se principalmente em abordagens educacionais baseadas no indivíduo e menos em mudanças ambientais para oferecer escolhas comportamentais mais saudáveis. A maioria não conseguiu reduzir a obesidade infantil. A criação de ambientes que apoiem comportamentos saudáveis parece ser a melhor abordagem para mitigar o desafio que é a obesidade. Intervenções multidimensionais complexas, focadas nas mudanças ambientais e no fortalecimento de indivíduos e comunidades, incluindo a família, bem como mudanças de macropolíticas, terão o potencial de combater a obesidade infantil sem aumentar as desigualdades socioeconómicas.Background: Obesity has dramatically increased all over the world and children, in particular, are a cause of public health concern. Obesity is a complex, multifactorial disease. The fast increase of childhood obesity at the population level is believed to be due to gene-environment interactions, enhanced by an increasingly permissive obesogenic environment, embedded in a contextual model with different levels of determinants. It is well known that food and other habits are shaped at the earlier stages of life and maintained through adulthood. Therefore, various interventions, including dietary changes, have been made with the intent of preventing/reducing childhood obesity. Most of them are known to have failed in tackling the obesity epidemic. Purpose: This study aims to review the existing literature on dietary interventions for the prevention of childhood obesity and to assess their effectiveness. Methods: A literature search was conducted by using the PubMed Central®. The mesh terms used for this search were “(pediatric obesity) OR (childhood obesity) AND (primary prevention) AND diet”. Only articles published in the last 10 years, written in English and conducted in humans were included. From this search, 17 studies were retrieved. Additional papers (n=84) were included in this thesis from a snowball process or searched to put into context the dietary interventions for the prevention of childhood obesity, totaling 101 references. Results: The majority of studies included in this review were school-based interventions, with some addressing the whole community, and including some interventions in the food sector (e.g. taxation of high fat/sugar food products, front-of-pack labelling) and through mass media (e.g. restrictions on advertising for children) that directly or indirectly could help to manage childhood obesity. Most of the programs/interventions conducted focus mainly on person-based educational approaches, such as nutrition/diet education sessions, allied to the promotion of physical activity and lifestyles to students, parents and school staff, and less on environmental changes to offer healthier choices. Only some trials have focused on capacity building and macro-policy changes, such as adaptation of the built environment of the school, serving smaller portion sizes and increasing the availability and accessibility of healthy foods and water in schools, and restricting access to vending machines, for example. Overall, most of the intervention studies showed no consistent effects on changing the body mass index of children; they have only reported small weight reductions, clinically irrelevant or no effects at all. Little is known on the sustainability of interventions over time. However, other positive results, such as the change of dietary behaviors or physical activity performance have been described. Conclusions: Most dietary interventions to tackle childhood obesity focus mainly on person-based educational approaches and less on environmental changes to offer healthier behavioral choices. Most of them failed to reduce childhood obesity. The creation of environments supportive of healthier behaviors seems to be the best approach to mitigate the challenge that is obesity. Complex and multi-level interventions focused at environmental changes and the strengthening of individuals and communities, including family, as well as macro-policy changes will have the potential to tackle childhood obesity without increasing socioeconomic inequalities.N/

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