Mestrado, Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria, 2013, Escola Superior de Enfermagem de LisboaO cancro infantil é uma doença com representações sociais assentes no sofrimento físico, psicológico e emocional. Esta experiência implica perdas de objetivos de vida, com alterações nas relações e rotinas familiares. As vivências emocionais nascem de sentimentos como a desesperança, a ansiedade e o medo no decurso da doença. Reconhecer as emoções é prioritário e os enfermeiros têm o privilégio de usar estratégias terapêuticas para minimizar as experiências emocionalmente intensas. Neste sentido, justifico a temática do relatório, que incide no cuidar da criança e família com cancro, com enfoque na gestão da emocionalidade das suas vivências. Uma das interações na gestão de emoções positivas é a sintonia com o mundo infantil, em que o brincar promove a expressão emocional e a distração. O objeto de estudo enquadra-se no uso do brincar como instrumento de enfermagem na gestão da emocionalidade da criança e família com cancro. A sua finalidade é aprofundar saberes práticos, impulsionando uma mudança nas práticas de enfermagem, com reflexo na melhoria contínua da qualidade dos cuidados pediátricos. A metodologia utilizada assenta numa prática reflexiva baseada em evidência científica, com reflexo em jornais de aprendizagem e diários de campo. Da pesquisa e análise de literatura elaborei fichas de leitura, aprimorando os meus conhecimentos e o pensamento crítico. A aquisição de competências técnicas, científicas e relacionais de enfermeira especialista em SIP têm a sua visibilidade na descrição e análise das atividades transversais e específicas, articulando recursos para atingir os objetivos delineados. Os resultados expressam que o brincar é essencial na gestão das emoções ligadas a vivências de intenso sofrimento, como a hospitalização e exposição a procedimentos invasivos. Brincar permite-nos entrar no mundo da criança num ambiente seguro, promotor do bem-estar e dos afetos. Aos profissionais coloca-se o desafio da integração sistemática do brincar terapêutico nas práticas diárias, num mundo real, sem limitações no imaginário e na fantasia. Um lugar onde o brincar e o cuidar convergem para a garantia dos direitos e necessidades da criança e família