Na realização deste texto está a ideia de que a obtenção de um emprego para as pessoas com Deficiência Intelectual
(DI) deve contribuir para melhorar a qualidade de vida, i.e., aumentar o bem-estar geral (físico, material e emocional). Neste caso
analisou-se, a partir de uma amostra de 36 trabalhadores com DI, para determinar, compreender e explicar o mais aprofundadamente
possível como é que, no tempo pós-inclusão no mercado de trabalho, se encontrava estruturada a participação comunitária, tendo
especialmente em atenção atividades que decorrem das relações sociais e interpessoais. A abordagem teórica seguiu um registro
microssociológico, e os dados usados foram recolhidos por meio de uma metodologia de vertente predominantemente qualitativa,
com recurso a entrevistas e à observação direta. Os níveis de participação encontrados no estudo seguem um padrão que se pode
ligar ao rendimento e ao capital cultural das famílias. As modalidades de participação mais praticadas são as que não exigem
especiais competências e em que o custo pode ser reduzido e como tal suportável financeiramente. Existem, porém, diferenças
muito sensíveis segundo o gênero. O nível global de participação das mulheres é mais reduzido que o dos homens, sobretudo nas
atividades que implicam sair do espaço residencial ou exigem maior dispêndio monetário