Impactos socioeconômicos da aquicultura no Brasil: análise a partir da matriz de contabilidade social.

Abstract

Apesar de ser um setor emergente do agronegócio brasileiro, a aquicultura ainda carece de estudos sobre seus indicadores socioeconômicos, como: valor agregado, PIB e empregos. Neste sentido, o presente artigo analisa os impactos socioeconômicos da aquicultura brasileira, a partir de multiplicadores derivados de uma Matriz de Contabilidade Social, que traz setores da aquicultura representados de forma desagregada. Os multiplicadores de produção das três atividades da aquicultura variaram de 2,67 a 2,89, sendo maiores do que os dos setores de aves, suínos e bovinos. No entanto, os multiplicadores de PIB (0,83 a 0,89), renda (0,50 a 0,55) e emprego (24) apresentaram resultados inferiores, comparados as estas mesmas atividades pecuárias. Essa baixa capacidade de geração de valor está relacionada à elevada participação do consumo intermediário na estrutura de custos da aquicultura, com destaque para ração. Além disso, uma significativa parcela da produção é enviada diretamente ao consumo das famílias, sem passar pela indústria processadora, variando de 76 a 79% do total produzido. Existe uma evidente necessidade de políticas públicas que apoiem a industrialização da aquicultura, permitindo que esse setor alcance uma geração de valor adicionado e emprego semelhante ao de outras cadeias de proteína animal

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