Efeito de árvores nas características morfoagronômicas de plátano var. D'angola em sistema agroflorestal.

Abstract

A produção brasileira de plátano, bananas do tipo terra (AAB), é estimada em 620 mil toneladas, o que corresponde a cerca de 9% do volume total de bananas no país e a 1,7% da produção mundial (FAO, 2014). Os maiores produtores são os estados da Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Goias e Pernambuco. As plantas de plátanos diferem morfológica e fisiologicamente das bananas, mas sua distinção mais evidente está relacionada aos frutos, que normalmente são delgados, de polpa alaranjada e ricos em amido quando maduros, devendo ser consumidos fritos, cozidos, assados ou em calda. Estão presentes na confecção de vários pratos da culinária brasileira, em especial nas regiões Norte e Nordeste (ALVES, 2001). A bananeira, em sua origem, é uma planta de sub-bosque, ou seja, medra sob outras árvores em bosques claros, em bordas de florestas ripárias, dificilmente em locais totalmente sombreados e nem sob plena luz (CHAMPION, 1968). Considerando a sua origem, especula-se que o ambiente mais adequado à bananeira é aquele que proporcione uma sombra rala a moderada. O sistema predominante de cultivo de bananas e plátanos é o monocultivo convencional, embora esse sistema tenha inúmeras vantagens operacionais e proporcione maiores produtividades da cultura, ele apresenta as desvantagens inerentes do sistema, como o menor aproveitamento dos recursos ambientais (água, nutrientes e radiação solar) e a pontencialização de pragas e patógenos. Todas as cultivares de plátanos em uso no Brasil são suscetíveis à Sigatoka-negra (Mycosphaerella fijiensis), doença que pode provocar até 100% de perdas da produção. No entanto, numerosos estudos indicam que o sombreamento tende a reduzir a severidade desta grave doença das musáceas (CAVALCANTE et al., 2004; ONUEGBU et al., 2002). Uma alternativa promissora para a produção de plátanos é o desenvolvimento de sistemas integrados de produção. Um exemplo são os sistemas agroflorestais do tipo silvibananeiro, onde bananas e plátanos são cultivados sob copas de árvores em consórcio. Esse sistema tem por objetivo o uso mais eficiente dos recursos naturais, o favorecimento das interações positivas entre os componentes e a obtenção de elevada produtividade primária líquida, diversificada e sustentada. A adoção de árvores em consórcio pode influenciar o crescimento e o desenvolvimento das plantas de plátanos. A ciclagem de nutrientes, as relações hídricas e o trato da radição solar do agroecossistema são modificados quando há presença de árvores. Os efeitos dessas alterações podem refletir significativamente em características morfológicas e fisiológicas dos plátanos em consórcio e ainda ter relação direta com a produtividade da cultura e a rentabilidade do empreendimento silviagrícola. Neste sentido, o trabalho teve como objetivo avaliar características morfoagronômicas de plátano variedade D?Angola em sistemas silvibananeiros

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