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FANCELLI, M.

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MEDIDAS CONTRABROCA-DO-RI.ZOMA NA BANANEIRAManlene FancelhEngenheira agrônoma, doutora em Ciênciase pesquisadora da Embrapa Mandioca eFruticulturamarilene.fancelli@embrapa.brAbroca-do-rizoma, cujo nomecientífico é Cosmopolites sordi-dus, é considerada a praga maisimportante da bananeira devido a suaampla distribuição e severidade dos da-nos causados.As larvas são responsáveis pelos danosdiretos. Abrem galerias no rizoma (caulesubterrâneo), prejudicando a transloca-ção da seiva e a absorção dos nutrientes.Os prejuízos se refletem na redução dopeso dos cachos e da qualidade dos frutos.As perdas podem variar de 20 a 50%,dependendo do número de larvas presen-tes no rizoma. Além disso, podem favore-cer o tombamento das plantas e a pene-tração de organismos patogênicos, comoo fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense,causador do "mal-do-panamá". Em plan-tas jovens, as galerias podem provocar re-dução total do estande pela destruição dagema apical e do rizoma em formação.O sintoma inicial do ataque das larvasda broca-do-rizoma é percebido pela alte-ração no aspecto das plantas. Pode ocor-rer amarelecimento, com posterior seca-mento das folhas e morte do broto. Asfolhas geralmente ficam com as bordasonduladas em vez de lisas. O crescimentodas plantas é reduzido, e em caso de forteinfestação, plantas jovens podem morrerprecocemente ou tombarem.Pelo fato da larva ocorrer no rizoma,os sintomas visuais do ataque do insetopodem não ser facilmente visíveis, alémde poderem ser mascarados por outrosfatores, como deficiência hídrica ou nu-tricional, infecção por doenças ou infes-tação por nematoides.Desse modo, muitas vezes os produ-tores apenas percebem a presença da bro-(s'8 CAMPO & NEGÓCIOS 1:I'#ftUffljN I Novembro 2017ca-do-rizoma quando sua população en-contra-se elevada e, portanto, causandodanos consideráveis à plantação. Para evi-tar esse problema, recomenda-se efetuaro monitoramento da praga.Terra, são citados como os mais suscetí-veis à broca-do-rizoma.Genótipos do tipo Cavendish (Gran-de Naine, Nanica, Nanicão) e Maçã tam-bém são suscetíveis à praga, sendo ne-cessário maior intensidade de manejo noscultivos com essas cultivares do que na-queles constituídos pelos genótipos dotipo Prata (Prata, Prata Anã, Pacovan),considerados resistentes à broca-do-ri-zoma.Trabalhos estão em andamento vi-sando avaliar a resistência de genótiposVariedades suscetíveisO inseto pode ser encontrado em ri-zomas de diversas cultivares de bananeira,entretanto, com diferentes graus de infes-tação. Os plátanos (cv, Terra, D'Angola,Terrinha), conhecidos como bananas tipoTombamento devido as galeriasda larva da broca-do-rízornade bananeira à broca-do-rizoma, geradospelo Programa de Melhoramento Gené-tico de Bananeira da Embrapa Mandio-ca e Fruticultura.Condições parao ataqueBananais instalados com mudas con-vencionais, ou seja, obtidas de plantios nosquais o inseto ocorre, têm alta probabili-dade de insucesso, visto que podem estarpreviamente infestados com ovos e lar-vas do inseto.De modo geral, o inseto é favoreci-do por condições de temperatura na fai-xa de 25 a 30°C. A altitude dos plantiostambém deve ser levada em consideraçãoconjuntamente com a temperatura, vis-to que os danos são mais acentuados emplantios com altitude abaixo de 1.000 m,sendo observados danos mínimos acimade 1.600 m.Armadilha tipo cunhaA presença de pedaços de pseudocau-le de plantas colhidas aumenta o núme-ro de refugios dos adultos da broca-do--rizoma, visto que, durante o dia, elas seabrigam em locais úmidos e sombreados.Prevenção e medidas curativasNa implantação do bananal, recomen-da-se que sejam utilizadas mudas certifi-cadas. Quando possível, a utilização demudas micropropagadas é o primeirocuidado a ser tomado para evitar a in-trodução da broca-do-rizoma, visto quemudas convencionais podem dispersaro inseto.Em áreas próximas a plantios de ba-naneira, deve-se intensificar o monito-ramento da praga para implementar omanejo assim que o nível de controlefor atingido.Em áreas previamente ocupadas combananeiras, acelerar a decomposição dovegetal pelo seccionamento do pseudo-caule. Essa medida expõe ao ressecamen-to larvas e adultos da broca.Em bananais já implantados, devem--se realizar as práticas culturais recomen-dadas para a cultura, como adubação eirrigação equilibradas, desbaste, uso decoberturas vegetais, manejo do pseudo-caule e seccionamento dos resíduos dacolheita.Essas medidas visam reduzir locaisde abrigo para o inseto, assim como pos-sibilitar a atuação dos inimigos naturaisdas pragas, como formigas predadoras enematoides entomopatogênicos, os quaistêm grande importância no controle bio-lógico natural.BANANAÉ fundamental que o monitoramen-to seja realizado para definir o momentoideal de interferência e controle da praga.Armadilhaso controle da broca pode ser reali-zado pela utilização de armadilhas ve-getais (as mesmas utilizadas para mo-nitoramento) à proporção de 50 a 100armadilhas/ha, associadas ou não a in-seticidas. Quando não tratados com in-seticidas, os adultos capturados devemser coletados manualmente e destruídos.As coletas são feitas aos sete e 14 diasapós a distribuição das armadilhas. Nes-se caso, é indispensável a fragmentaçãoda armadilha após a segunda coleta paraevitar a multiplicação da praga. A as-sociação com inseticidas dispensa a ne-cessidade de destruição das armadilhas.A integração das armadilhas vegetaiscom o controle microbiano, pelo uso defungos entomopatogênicos como Beau-veria bassiana e Metarbizium anisopliae,também é bastante utilizada. Nessa mo-dalidade de aplicação, atuam principal-mente sobre adultos. Os insetos atraí-dos pela armadilha entram em contatocom os esporos do fungo, vindo a mor-rer cerca de sete a 10 dias após a exposi-ção. Alguns dias após a morte, sinais ex-ternos do fungo aparecem.O controle pode ser realizado median-te a utilização de armadilhas coletoras tiporampa ou poço contendo feromônio sin-tético de agregação. O recipiente coletordeve conter uma solução de detergente a3,0% (30 mLllitro de água). Recomen-da-se que as armadilhas (à proporção deArmadilha tipo telhaArmadilha tipo queijo03/ha) sejamcolocadas a 30 m de distân-cia, com renovação do sachê contendoo feromônio a cada 30 dias.Monitoramento de adultosda broca-do-rizomao monitoramento da broca-do-rizo-ma (C. sordidus) é realizado por meio dearmadilhas atrativas (tipos telha, queijo,cunha ou sanduíche). As armadilhas sãofeitas a partir de pseudocaules/rizomas debananeira de até 15 dias após a colheita.O odor liberado por esse material é alta-mente atrativo ao inseto na forma adulta.Para distribuir as armadilhas, inicial-mente deve-se dividir a área em talhõesde modo a obter subáreas as mais homo-gêneas possíveis quanto a declive, tratosculturais, irrigação, variedade, idade dopomar, etc.c:> Preparo das armadilhas: as arma-dilhas telha são obtidas partindo-se opseudocaule de planta colhida trans-versalmente em dois cortes.Posterior-mente, mediante corte longitudinal,o pedaço de pseudocaule é partidoao meio.As duas armadilhas obtidas são co-locadas na base de plantas em produçãocom a face cortada voltada para o solo.Os insetos capturados estarão debaixodas telhas.As armadilhas queijo são obtidas re-baixando-se o pseudocaule de planta co-lhida em 40 a 80 cm. Posteriormente, me-diante novo corte transversal,o pedaço de~ CAMPO & NEGÓCIOS M;t!fiHmtM I Novembro 2017Armadilha tipo sanduichepseudocaule restante é partido a 20 a 30cm de altura, preferencialmente sem des-tacar a seção obtida. As duas seções per-manecem sobrepostas, sendo que os inse-tos atraídos sealojarãoentre asduas seções.A armadilha tipo "telha" modificadaou "sanduíche" é feita a partir da metadede um pedaço de pseudocaule de apro-ximadamente 60 cm de comprimento,partido ao meio no sentido longitudinal.Dessa forma, os pedaços de pseudocaulesão sobrepostos e colocados na touceira,próximo à base da planta.Para fazer a armadilha tipo "cunha",inicialmente o pseudocaule é rebaixadoa uma altura de 50 cm. Em seguida, doiscortes são feitos no pseudocaule a aproxi-madamente 15 em acima do solo no for-mato de 'V' horizontal, no qual o corte su-perior forma um ângulo de 45° graus emrelação à superfície de corte inferior, pa-ralela ao nível do solo.Nível de controleO nível de controle é o limiar da po-pulação de insetos que justifica a adoçãode medidas de controle antes que seja al-cançado dano econômico.De maneira ge-ral, o nível de controle adotado em ba-nanais em produção é de cinco insetos/armadilha. Não se atingindo o nível decontrole, recomenda-se que o produtorpermaneça em estado de alerta, continu-ando o monitoramento. Ao ser atingidoo nível de controle, devem-se adotar me-didas para redução populacional da praga.Embora útil, o resultado do monito-ramento pode não refletir os danos ao ri-zoma. Assim, recomenda-se que seja feitaa avaliaçãodo co~ficientede infestação,ouseja, a determinação da porcentagem degalerias presentes no rizoma, repetindo--se essa operação periodicamente.Para quantificação dos danos, diversosmétodos podem ser usados.Um dos maiscomuns é o método de Vilardebo, entre-tanto, como essemétodo prescinde da vi-sualização da periferia do rizoma, podeafetar o desenvolvimento dos seguidores.Assim, como alternativa sugere-se oemprego do método deMesquita, pela fa-cilidade de aplicação.Os rizomas de 20 a30 plantas colhidas (com até 15 dias) de-vem ser avaliados mediante corte trans-versal. Esse corte origina a avaliação dotipo pizza, no qual o rizoma é dividido,geralmente, em quatro fatias, associando--se a cada fatia uma nota relativa à dis-tribuição das galerias (no caso, cada fatiarepresenta 25% da pizza).Adicionalmente, efetua-se avaliaçãoem corte longitudinal no rizoma, em tor-no de % da periferia do mesmo no ladoque menos interfira com os seguidores,dando-se o nome de avaliação em janela.As notas são dadas de acordo com adistribuição das galerias (semelhante àdo tipo pizza), Quanto maiores as notas,mais severa é a infestação, consequente-mente, maiores os prejuízos. Admite-secomo alta a infestação no rizoma quan-do a porcentagem de galerias é superiora20%.·

Medidas contra Broca do Rizoma na Bananeira.

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Medidas contra Broca do Rizoma na Bananeira.

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