TRINDADE, D. R.

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Ações de pesquisas, objetivando a identificação do agente causal doAmarelecimento Fatal- AF do dendezeiro.014621995FL-PP-01462D.R Trindade (pesquisador do CPATIJ),_.fRODUÇÃOA partir de 1984, o Amarelecimento Fatal do dendezeiro passou a causar grandepreocupação aos plantadores desta paJmácea, em razão de elevado grau de incidência emplantas adultas.Este fato determinou qúe a EMBRAP A instalasse um pólo de pesquisa no CPATIJpara se dedicar exclusivamente a esse problema, inícíando-se a partir daí, os trabalhospara identificar o agente causal dessa doença. Foi então formada uma equipemultidisciplinar, que elaborou um plano de pesquisa, elegendo como prioridade a área daentomologia.PRIORIDADE PARA ENTOMOLOGIAA definição pela prioridade dos trabalhos nessa área foi baseada em que a doençaseria transmitida através do vento, tendo como principal disseminador um inseto vetor.Esta hipótese foi alicerçada nas observações preliminares, indicando que havia uma forteevidência de que a disseminação do mal seguia a orientação dos ventos dominantes.Outro fato que concorreu para essa hipótese foi a doença dos coqueirais da Flórida,nos Estados Unidos, que apresenta uma semelhança sintomatológica com o AF, cujadllCDÇ3conhecida como "Lethal Yellowing" é tnmsmitida por um inseto vetor, tendocomo patógeno um fitoplasma.CONTRIBUIÇÃO DA mOPATOLOGIAEmbora a fitopatologia tradicional não tenha sido priorizada, foram realizadostrabalhos, visando a identificação de um provável patógeno associado às plantasportadoras de AF.Isolamentos de fungOS, bactérias e nematóidesOs trabalhos iniciaram com os isolamentos de microorganismos das amostrascoletadas de plantas portadoras de AF e que posteriormente, foram inoculados em plantasde dendezeiro sadias, em condições de campo, na tentativa de transmitir a doença.Nesses isolamentos, foram obtidos os seguintes fungos, bactérias e nemaróides:Lasiodiplodia theobromae'icrosphaera o/ivacearvularia pallescens.otrichum sp.Dactylaria sp.Mycelia steriliaPhytophtora sp.Aerobater aerogenesBacilus polimixeErwinia herbicolaFUNGOSPhythium sp.Fusarium so/aniFusarium oxysporumFusarium sp.Pestalotiopsis sp.Thielaviopsis sp.Phomopsis sp.Chaetomium sp.Rhizoctonia sp..Graphium sp.Mucor racemosusCuvularia hamataPhoma sp.Gloeosporlum sp.BACTÉRIASPseudomonas aeruginosaP. fluorescensP. putidaNEMATÓIDES...Rhadinphelencbus cocophilusXiphinema yaporenseXiphinema brasiliensisHemicicliophora porangaTy/enchorhynchus crassicaudatusParatrichodorus sp.Dory/aime/lus sp.Tylenchus sp.BasirotyleptusPara identificação destes microorganismos, colaboraram o Or. I. L. Renard, doIRHO, Dr, José Luiz Bezerra, da CEPLAC, e Or. Charles Robbs, da UFRRJ.InOCulaçõesAs inoculações foram feitas em plantas de VIveIrOe adultas., utilizando-se deinóculos de fungos e bactérias isoladamente e em mistura de vários isolados, comotentativa de transmitir a doença.Outras tentativas de transmissão do AF foram:• - inocuíação com suspensão de tecido de flechas e da zona meristemáticade plantas doentes;• inoculação de fungos e bactérias em plantas submetidas a estresseshídricos e físicos;• enxerto de pedaços de raquis de plantas doentes em outras sadias;• uso da ferramenta de despalma, primeiro cortando as plantas doentes edepois, as sadias.Em todas as tentativas de transmissão da AF, os resultados foram negativos.Organismos tipo víms ou viróide associados ao AFOs resultados negativos das inoculações com fungos e bactérias deixaram inscritasremotas possibilidades desses organismos serem os agentes primários do AF. Assimsurgiu a hipótese de que organismos de tipo vírus ou viróide poderiam estar associados aoAF, com base em uma doença de coqueiros nas Filipinas conhecida como Cadang-cadang,que seria causada por um viróide.Para avaliação dessa hipótese, foram empregadas as metodologias de transmissãomecânica, microscópica eletrônica e eletroforese bidirecional, envolvendo pesquisadoresde instituições nacionais e estrangeiras.Transmissão mecânica - os testes foram realizados em duas condições: uma comotentativa de simular a transmissão através de ferramentas cortantes, admitindo quedurante a colheita e a despalma o patógeno estivesse sendo transmitido. Para essecaso, utilizou-se bisturi e estilete que foram introduzidos nas raízes, estipe e raquisde plantas com sintomas de AF, e imediatamente introduzidos em plantassupostamente sadias. Esses testes foram realizados em condições de campo. A outracondição foi extrair suco das raizes, estipe e raquis de plantas portadores de AF einocular por esfregaço em uma coleção de plantas indicadoras utilizadas parareprodpzir sintomas causados por vírus ou viróides. Estas inoculações foramrealizadas em condição de telado, no qual as plantas indicadoras foram maotidasdesde a semeadura, para evitar serem visitadas por insetos. Em ambas as condiçõesnão OCOIICU transmissão.Microscopia eletrõmca - As análises em microscópio eletrônico foram realizadas naUniversidade de Brasilia. Para esse trabalho, foram coletadas amostras de raízes,folhas e flechas de plantas sadias e de plantas portadoras de AF. Em nenhumaamostra foi encontrado algum suspeito. Certamente os resultados indicam que sãoremotas as possibilidades de que organismos do tipo micoplasma.. espiroplasma,riquetsia, fitomonas, vírus alongados, rhabdovírus, tospovírus e vírus isométricos dealta concentração estarem envolvidos com essa doença; em razão de que essespatógenos são detectados com relativa facilidade. Contudo, não se pode excluir vírusisométricos de baixa concentração e viróides, por serem mais dificeis de ser notados.Esses resultados confinnaram exames anteriores, realizados na UnB.Eletroforese - As análises de eletroforese foram realizadas no CHPH e CENARGEN. Paraesse trabalho, as amostras foram coletadas em plantas doentes e sadias nas áreas defoco da doença e como padrão de controle foram utilizadas amostras coletadas naárea do rio Urubu, Amazonas, onde não ocorre a doença. Foram testados oitométodos de extração de ácidos nucleicos. Os resultados mostram a presença de ácidonucleico do tipo viróide em amostras de plantas doentes a sadias coletadas em áreafoco e plantas sadias, de áreas onde o AF não ocorre ainda, não havendo explicaçãopara o fato.-.....Os trabalhos até aqui relatados fizeram parte da parceria entre a EMBRAP A eAPRODEN - Associação dos Produtores de Dendê do Pará e Amapá. Houve também aparticipação do IRHO, da França.Trabalhos reaHudos pela DENP ASA. , ,A DENP AS~ através de seu departamento de pesquisa, realizou alguns trabalhoscomplementeres em condições de campo, tais como:• Aplicação de antibióticos como oxitetraciclina, streptomicina e fonnaJinaem plantas doentes e sadjas, visando um possível agente patógeno do tipomicoplasma ou fitoplasma ou outro tipo de bactéria.• ' Aplicação de fimgicidas sistêmicos como benomil, ridomíl, alIicttc evi1a~ na expectativa de que o agente do AF fosse um fungo.Aplicação do Beeemil, um produto usado para tratamento anjmal, comefeito fungicida, bactcricida e viricida.Os resultados foram negativos.Além desses trabalhos, a DENP ASA contratou especificamente alguns serviçosvisando a identificação do agente causal do AF.Assim, remeteu amostras de plantas portadoras do AF para os seguintespesquisadores: <).(.• Prof. F. Nienhans, em Bonn, Alemanha, para análises de eletroforese eorganismo tipo micoplasma.• Prof. Riesner, Universidade de Dusseldorf Alemanha, para análise devíms ou viróide.M Schuíling, Tanzânja~lein e De Leeuw, Holanda, P~ e~ ~patológicos do floemae xilema. (.\114.fS _'.- r-: ru "-"--~ _':f~)• M.T. Lin, na Bioplanta no Brasil para estudos serológicos.• E.W. Kitagima, no Brasil; para análise no microscópio eletrônico. (~. r """ !( .Nenhum desses trabalhos oferecem indicação conclusiva quanto à identidade doagente patogênico do AF. Alguns deles apresentaram suas opiniões, como Kastelein, queacha pouco provável qualquer tipo de fungo ou bactéria ser o agente primário do AF; damesma forma, o Dr, Riesner descarta a possibilidade de um organismo tipo virôide, e oProf. Kitagima descarta qualquer possibilidade de organismos do tipo micoplasma oufitoplasma ou alguns tipos de vírus serem a causa do AF ..Recentemente, recebemos no CPATIJ a visita do PrOL Armando Bergamin FIlho, daESALQ-USP, especialista em epidemiologia, que esteve prestando consultoria, e analisouos dados fornecidos pela DENP ASA Sua conclusão é que o AF não é uma doença decaráter infeccioso.•••Aç6es de pesquisas. ".1995 FL-PP-01462111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111CPATU- 5506-1

Ações de pesquisas, objetivando a identificação do agente causal do amarelecimento fatal - AF do dendezeiro.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/375462/1/FL01462.pdf

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