Título em inglês: Reaction of sunflower genotypes to sclerotinia stalk and head rot (Sclerotinia sclerotiorum) under field conditions during 2016 growing season

CAMPOS, V. L. de O.

LEITE, R. M. V. B. de C.

OLIVEIRA, M. C. N. de

Portuguese

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63ANAIS |  Fitossanidade11ResumoO objetivo do presente trabalho foi avaliar a rea-ção de genótipos de girassol à podridão branca, causada por Sclerotinia sclerotiorum, no colo e no capítulo, em condições de campo. Dezes-sete híbridos e uma variedade (população de polinização aberta) de girassol foram avaliados, em experimento implantado em maio de 2016, em Mauá da Serra, PR, em condições de infec-ção natural do fungo. A avaliação das plantas indicou que a doença não foi satisfatoriamente favorecida pelas condições climáticas ocorridas na região na época de condução do experimen-to. Entretanto, o genótipo BRS G43 distinguiu--se dos demais por apresentar alta incidência de podridão de capítulo (23,09%), demonstrando alta suscetibilidade mesmo em condições des-favoráveis para a doença.Palavras-chave: doença, resistência genética, melhoramento.AbstractThe objective of the present work was to evaluate the reaction of sunflower genotypes to Sclerotinia stalk and head rot, caused by Sclerotinia sclerotiorum. Seventeen hybrids and a variety (open-pollinated population) of sunflower were evaluated in a field experiments sowed in May 2016, in Maua da Serra, PR, Brazil, under natural infection in the field. The evaluation of the plants indicated that the disease was not satisfactorily favored by the climatic conditions occurring in the region during the experiment. However, sunflower BRS G43 was distinguished from the other genotypes due to a high incidence of head rot (23.09%), showing high susceptibility even in unfavorable conditions for the disease.Key-words: disease, genetic resistance, breeding.IntroduçãoNo Estado do Paraná, as lavouras de girassol semeadas imediatamente após a colheita da sa-fra de verão, nos meses de fevereiro a maio, ou seja, na segunda safra de verão, podem ficar expostas às condições de umidade e tempera-tura favoráveis ao desenvolvimento da podridão branca de capítulo e haste, ou mofo branco, causada por Sclerotinia sclerotiorum (Leite et al., 2000).No mundo, esse fungo é considerado o pató-geno mais importante para o girassol e está distribuído em todas as regiões produtoras. A podridão branca pode causar a queda de aquê-nios ou do capítulo, resultando em perda total da produção. Além desses prejuízos, o fungo persiste durante muitos anos no solo, na forma de estruturas de resistência denominadas escle-ródios, tornando-se um problema permanente para o girassol e para outras espécies suscetí-veis cultivadas na mesma área (Zimmer & Hoes, 1978; Masirevic & Gulya, 1992).S. sclerotiorum pode causar sintomas nos dife-rentes órgãos da planta de girassol. Na base da haste, o primeiro sintoma observado é uma mur-cha súbita da planta sem lesões foliares. A le-são é marrom-clara, mole e encharcada, poden-do ser recoberta com o micélio branco. Muitos escleródios são encontrados dentro da porção colonizada na haste. Os sintomas da podridão do capítulo caracterizam-se por lesões pardas e encharcadas no lado dorsal do capítulo, com mi-célio branco cobrindo porções dos tecidos. Um grande número de escleródios é encontrado no interior do capítulo. No final, ocorre a completa desintegração do capítulo, com os elementos vasculares fibrosos expostos, assemelhando-se a uma vassoura. Massas de aquênios e escleró-dios caem na base da planta (Zimmer & Hoes, 1978; Masirevic & Gulya, 1992).O controle da podridão branca é dificultado devi-do à permanência de escleródios viáveis por um longo tempo no solo, ao fato de que os ascós-poros que produzem a infecção aérea podem ser REAÇÃO DE GENÓTIPOS DE GIRASSOL À PODRIDÃO BRANCA (Sclerotinia sclerotiorum) EM CONDIÇÕES DE CAMPO, NA SAFRINHA 2016REACTION OF SUNFLOWER GENOTYPES TO SCLEROTINIA STALK AND HEAD ROT (Sclerotinia sclerotiorum) UNDER FIELD CONDITIONS DURING 2016 GROWING SEASONREGINA M.V.B.C. LEITE1, VITOR LUIZ DE OLIVEIRA CAMPOS2, MARIA CRISTINA N. DE OLIVEIRA11Embrapa Soja, Caixa Postal 231, 86001-970 Londrina, PR. e-mail: regina.leite@embrapa.br; 2Curso de Agronomia, UNOPAR, Londrina, PR.64 ANAIS |  XXII Reunião Nacional de Pesquisa de Girassol - X Simpósio Nacional sobre a Cultura do Girassol - Londrina, PR | 2017provenientes de escleródios existentes a longas distâncias, à falta de controle químico eficaz e à alta suscetibilidade dos genótipos de girassol cul-tivados (Gulya et al., 1997; Leite, 2016).A resistência genética à podridão basal e à po-dridão do capítulo tem sido estudada em vários países, inclusive no Brasil (Leite, 2005; Leite et al., 2007; Leite et al., 2011; Leite & Oliveira, 2013; Leite et al., 2015; Campos et al., 2016) e esforços têm sido empreendidos em programas de melhoramento de todo o mundo visando en-contrar resistência ao patógeno (Gulya et al., 1997).Assim, o objetivo do presente trabalho foi ava-liar a reação de genótipos de girassol à podridão branca causada por S. sclerotiorum, no colo e no capítulo, em condições de campo, na safri-nha 2016.Material e MétodosDezessete híbridos e uma variedade (população de polinização aberta) de girassol foram avalia-dos quanto à resistência à podridão branca no colo e no capítulo, em condições de campo, em experimento implantado no dia 3 de maio de 2016, no município de Mauá da Serra, PR.O experimento seguiu o delineamento de blocos ao acaso, com 18 genótipos e quatro repeti-ções. Cada parcela foi constituída por 4 linhas de 4 m, espaçadas de 0,80 m, onde foram dei-xadas 3,5 plantas por metro linear. A implanta-ção e condução do girassol seguiram as reco-mendações feitas para a cultura, incluindo adu-bação na semeadura e de cobertura, capinas, pulverização contra insetos e irrigação, quando necessárias.Não houve inoculação artificial de S. sclerotio-rum, já que a doença ocorreu por infecção natu-ral das plantas pelo fungo. O patógeno foi iden-tificado por meio de isolamento em laboratório e inoculação em plantas em casa de vegetação. As avaliações de incidência da doença no colo e no capítulo foram realizadas semanalmente, após o início do aparecimento dos sintomas, nas duas linhas centrais de cada parcela, des-cartando 0,5 m de cada extremidade da linha. Para efeito de análise estatística, os resultados de incidência final da doença no colo e no ca-pítulo, aos 120 e 154 dias após a emergência, respectivamente, foram submetidas à análise da variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade, de-pois de avaliadas as pressuposições de normali-dade e independência dos resíduos, aditividade do modelo e homogeneidade das variâncias dos erros dos tratamentos.Resultados e DiscussãoA avaliação das plantas indicou que a doença não foi satisfatoriamente favorecida pelas con-dições climáticas ocorridas na região na épo-ca de condução do experimento, na safrinha 2016. A incidência média da doença no colo foi de 2,39%, atingindo até 7,50% no híbri-do BRS 323, mas não houve distinção entre os genótipos. A incidência média da doença no capítulo também foi baixa (média de 3,27%). Entretanto, o genótipo BRS G43 distinguiu-se dos demais por apresentar alta incidência de podridão de capítulo (23,09%), demonstrando alta suscetibilidade mesmo em condições des-favoráveis para a doença.Os genótipos de girassol BRS G50 e SYN 39A não foram afetados por S. sclerotiorum no colo e no capítulo. A ausência de sintomas nesses dois genótipos precisa ser confirmada, para descartar a possibilidade de escape da doença.Os resultados indicam que o girassol é susce-tível a S. sclerotiorum, podendo ser afetados no colo e/ou no capítulo, como já observado anteriormente com materiais comerciais cultiva-dos no Brasil ou em fase final do melhoramento genético (Leite, 2005; Leite et al., 2007; Leite et al., 2011; Leite & Oliveira, 2013; Leite et al., 2015; Campos et al., 2016). De fato, muitos trabalhos indicam a falta de imunidade do girassol cultivado e de outras espécies selvagens, semelhante ao que se ob-serva em todas as espécies de plantas que são afetadas por S. sclerotiorum (Gulya et al., 1997). A resistência do girassol à S. sclerotio-rum é parcial e comandada por múltiplos genes. O comportamento do mesmo genótipo pode di-ferir, dependendo do modo de ataque do fungo, ou seja, um genótipo pode apresentar um nível de resistência elevado para a podridão basal e ser muito sensível à podridão do capítulo. Além disso, os genes que se expressam em uma fase de desenvolvimento da planta podem ser ine-ficazes em outro estádio (Davet et al., 1991).Os dados confirmam a observação de que não existem, até o presente, híbridos ou variedades 65ANAIS |  Fitossanidadecomerciais que possuam nível de resistência adequado para cultivo em condições favoráveis à doença (Gulya et al., 1997; Leite, 2016). Es-forços devem ser empreendidos para prevenir a ocorrência da doença, evitando-se o cultivo do girassol em épocas e locais de maior favorabili-dade climática para a doença.ConclusãoO girassol é suscetível a S. sclerotiorum. O ge-nótipo BRS G43 apresentou alta incidência de podridão de capítulo (23,09%), demonstrando alta suscetibilidade mesmo em condições des-favoráveis para a doença.AgradecimentosAos técnicos Allan M. Flausino e Roberval A. Fagundes, pelo auxílio na condução do experi-mento.Referências CAMPOS, V. L. de O.; OLIVEIRA, M. C. N. de; LEITE, R. M. V. B. de C. Reação de genótipos de girassol para resistência a Sclerotinia scle-rotiorum em condições de campo na safrinha 2015. In: JORNADA ACADÊMICA DA EMBRA-PA SOJA, 11., 2016, Londrina. Resumos ex-pandidos... Londrina: Embrapa Soja, 2016. p. 150-156. (Embrapa Soja. Documentos, 373).DAVET, P.; PÉRÈS, A.; REGNAULT, Y.; TOUR-VIEILLE, D.; PENAUD, A. Les maladies du tour-nesol. Paris: CETIOM, 1991. 72p.GULYA, T. J.; RASHID, K. 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Incidência da podridão branca causada por Sclerotinia sclero-tiorum em girassol semeado após a colheita da safra de verão, no Estado do Paraná. Summa Phytopathologica, Jaboticabal, v. 26, p. 81-84, 2000.MASIREVIC, S.; GULYA, T. J. Sclerotinia and Phomopsis - two devastating sunflower patho-gens. Field Crops Research, Amsterdam, v. 30, p. 271- 300, 1992.ZIMMER, D. E.; HOES, J. A. Diseases. In: CARTER, J. F. (Ed.). Sunflower science and technology. Madison: American Society of Agronomy, 1978. p. 225-262.Tabela 1. Reação de 17 híbridos e uma variedade de polinização aberta de girassol à podridão branca, causada por S. sclerotiorum, inoculados no colo e no capítulo, avaliados em condições de campo. Mauá da Serra, 2016.Genótipo Plantas com sintomas no colo (%)* Plantas com sintomas no capítulo (%)*M 734 0,00 a 2,40 bBRS 323 7,50 a 8,96 bBRS G35 5,83 a 0,00 bBRS G37 2,66 a 0,00 bBRS G43 1,92 a 23,09 aBRS G44 1,19 a 3,69 bBRS G46 3,89 a 0,00 bBRS G47 4,17 a 1,79 bBRS G48 3,24 a 1,47 bBRS G49 2,57 a 0,00 bBRS G50 0,00 a 0,00 bBRS G51 2,28 a 6,55 bMULTISSOL 2,08 a 2,50 bSYN 045 1,56 a 0,00 bSYN 050A 1,67 a 0,00 bSYN 39A 0,00 a 0,00 bADV 5504 1,19 a 6,37 bCF 101 1,32 a 2,08 bMédia 2,39 3,27* médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de probabilidade.

Reação de genótipos de girassol à podridão branca (Sclerotinia sclerotiorum) em condições de campo, na safrinha 2016.

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