Introdução: A adolescência é uma fase de intensa transformação, procura de identidade e necessidade de experimentação.
Objetivos: Conhecer os padrões do consumo de drogas e sexualidade dos adolescentes de uma área urbana do grande Porto e analisar a influência do contexto socio-ambiental.
Material e métodos: Estudo transversal, e amostra de conveniência de adolescentes inscritos numa escola secundária pública urbana, com realização de um questionário anónimo entre Outubro e Novembro de 2012.
Resultados: Obteve-se um total de 141 inquéritos, com 13,8 anos de idade média. Um terço dos adolescentes já tinha experimentado tabaco ou álcool; 8,5% canábis. O consumo de tabaco associou-se significativamente ao de álcool, canábis ou outras drogas. Eram sexualmente ativos, 14,9% dos adolescentes e a idade média de início de atividade sexual foi 13,7 anos. Não utilizaram preservativo na última relação sexual, 28,6%. Verificou-se associação significativa entre atividade sexual e o
consumo álcool, canábis ou outras drogas.
O consumo de tabaco e de canábis associou-se significativamente com o consumo na família e nos amigos. As retenções escolares associaram-se ao consumo de álcool, tabaco, canábis e outras drogas.
Conclusões: O tabaco foi um preditor do consumo de outras substâncias, o que confere extrema importância aos programas dirigidos à prevenção do seu consumo. Dadas as associações significativas, consideramos crucial conhecer o contexto socio--ambiental dos adolescentes, identificando grupos vulneráveis, nos quais estratégias de prevenção seletivas seriam recomendadas.
A precocidade do início da atividade sexual observada é preocupante e permite-nos inferir a cerca da elevada prevalência de condutas sexuais de risco