FONTANELI, R. S.

GAUZE, J.

MACHADO, J. R. A.

ORSO, L.

PARRELLA, R. A. da C.

POSSER, G. F.

SANTOS, H. P. dos

Portuguese

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 1 Acadêmica do curso de Agronomia - UPF. Bolsista PIBIC/CNPq; Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo. grazieleposser@gmail.ciom; 2 Pesquisador(a) Embrapa Milho e Sorgo, 3 Pesquisador  Embrapa Trigo;4 Acadêmico(a) do curso de Agronomia - IDEAU. Bolsista Embrapa; Instituto Educacional do Alto Uruguai, Passo Fundo.  148 Avaliação de genótipos de sorgo sacarino (Sorghum bicolor (L.) Moench.) no norte do Rio Grande do Sul Posser, G.F.1; Machado, J.R.A.2; Parrella A. da C. 2; Fontanelli R. S.3; Santos H. P. dos3; Gauze J. 4; Orso L.4 Introdução O sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench.), originário da África e pertencente à família botânica Poaceae, adapta-se a uma ampla variação de ambientes e produz maior quantidade de biomassa e grãos sob condições desfavoráveis quando comparado à maioria dos outros cereais (MAGALHÃES et al., 2012). Assim, tem sido indicado como excelente alternativa na produção de energia e etanol (DURÃES et al., 2012). O sorgo sacarino é semelhante à cana-de-açúcar (Saccharum spp) e em razão do seu metabolismo C4 possui alta conversão de energia solar em energia química (PEREIRA FILHO et al., 2013). Apresenta também as vantagens de ser uma planta tolerante ao déficit hídrico, com ciclo curto e colmos suculentos com açúcares totalmente fermentáveis e elevada produção de massa verde. Dentro da perspectiva de descentralizar a produção de etanol no Brasil e incorporar novas áreas ao sistema agroenergético, o Rio Grande do Sul é um dos estados que passa a ser alvo de estudos que buscam a viabilização, o aprimoramento e o desenvolvimento de sistemas de produção que viabilizem o cultivo de culturas agroenergéticas, como o sorgo sacarino (EMYGDIO et al., 2014). O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico de genótipos de sorgo sacarino no norte do Rio Grande do Sul. Material e Métodos O ensaio foi conduzido na safra de 2015/2016, na área experimental da Embrapa Trigo, em Coxilha, RS (Latitude: 28º 07' 38"S Longitude: 52º 17' 46" W Altitude: 695 m) localizada em área fisiográfica denominada de Planalto médio. Segundo a classificação de Köppen, o clima local é descrito como subtropical úmido (Cfa) (KLEIN; CÂMARA, 2007). A semeadura foi realizada na forma direta, no dia 24 de novembro de 2015. A unidade experimental foi constituída por quatro linhas de 5 m com espaçamento de 0,8 m e população de 125 mil plantas por hectare. O delineamento experimental foi látice 5x5 com três repetições e 25 genótipos de sorgo sacarino, sendo 20 genótipos do programa de melhoramento da Embrapa Milho e Sorgo e cinco testemunhas. A colheita foi realizada no dia 6 de abril de 2016, sendo analisadas as seguintes variáveis: número de plantas (Np), altura de planta (Ap), peso de massa verde (Pmv) e sólidos solúveis totais (SST). Foi contado o número de plantas da área útil da parcela, e a altura média das plantas (cm) foi medida da superfície do solo até a inserção da panícula, com auxílio de uma régua graduada. O peso de massa verde total (sem panícula) foi obtido cortando-se as plantas das duas linhas centrais da parcela a 10 cm da superfície do solo e pesando a planta inteira sem panículas, anotando-se o peso em kg. Para o peso de panículas total foram cortadas as panículas de todas as plantas colhidas para a massa verde, pesando as panículas separadamente, anotando-se o peso em kg parcela-1. Por fim, os sólidos solúveis totais (°Brix) foram determinados em caldo filtrado em papel de filtro qualitativo, a partir da 6ª gota do filtrado, em refratômetro digital de leitura automática, com correção automática de temperatura e resolução máxima de 0,1 °Brix, de acordo com método proposto pela Association of Official Analytical Chemistry (1990). Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, utilizando-se o programa computacional GENES (CRUZ, 2006). Resultados e discussão O resumo da análise de variância para número de plantas (Np), altura de planta (Ap), peso de massa verde (Pmv) e sólidos solúveis totais (SST) está apresentado na Tabela 1. Não houve diferença significativa para nenhum das características avaliadas.    Tabela 1: Resumo da análise de variância para número de plantas (Np), altura de planta (Ap), peso de massa verde (Pmv), e sólidos solúveis totais (SST), Coxilha, RS, 2015/16.  FV G.L.  QM  Ap (m) Np Pmv (kg ha-1) SST (ºBRIX) Repetição 2  0,01613  28,213  711.065.833  22,493  Genótipo 24  0,04614ns  158,885ns  177.861.163ns  6,031ns  Resíduo 48  0,04225  186,518  154.266.137  9,312  Média   2,98 41,45 37.186,67 12,50 Cv %   6,89 32,94 33,40 24,40 ns não significativo A altura de plantas do sorgo influencia vantajosamente na quantidade de massa verde e SST, mas tem desvantagens no campo, pois as plantas ficam mais suscetíveis ao acamamento que gera dificuldade na produção da cultura. A altura média dos genótipos foi de 2,89 m com uma variação entre 2,65 e 3,32 m.  Figura 1. Médias das alturas de plantas dos genótipos de sorgo sacarino avaliados em Coxilha, RS, 2015/16. Segundo Durães et al. (2012), a produtividade de biomassa de referência é de 50 t.ha-1. Mesmo não ocorrendo diferenças significativas, alguns genótipos alcançaram produtividade de massa verde acima de 45.000 kg.ha -1 (Figura 2). O rendimento de biomassa do sorgo tem influência do local de cultivo e das condições ambientais (MAY et al., 2012). É importante ressaltar que o ciclo da cana-de-açúcar ocorre de um ano ou um ano e meio com produção que varia de 80 a 100 t.ha-1 de biomassa. Já o sorgo tem ciclo em torno de 120 dias podendo ser realizados de 2 a 3 ciclos por ano com produtividade média em cada ciclo de 46,36 t.ha-1 de biomassa (PARRELLA et al., 2010). Em Figueiredo et al. (2015), a testemunha BRS 511 obteve ótimos resultados na avaliação em vários ambientes, incluindo Pelotas e Passo Fundo, para peso de massa verde e sólidos solúveis totais.   Comparando-se com os resultados da safra de 2015/16, avaliada em Coxilha, ficou em 7º lugar para Pmv (41.535 kg.ha -1) e em 11º lugar para SST (12,92ºBRIX).  Figura 2. Médias do peso de massa verde dos genótipos de sorgo sacarino avaliados em Coxilha, RS, 2015/16. O programa de melhoramento genético da Embrapa tem como objetivo o desenvolvimento de variedades e/ou híbridos de sorgo sacarino e estabeleceu algumas metas de produtividade e qualidade. Uma das metas de qualidade refere-se à extração mínima de açúcar total no caldo de 14% (DURÃES et al., 2012). No ensaio, foi possível identificar os seguintes genótipos com média de açúcar total acima do proposto por Durães et al. (2012), conforme mostra a Figura 3: 201543B004 (15,16%), 201543B008 (15,06%), 201543B015 (14,65%), 201543B020 (14,28%), BRS508 (15,07%) e CV 198 (14,22%), dois dos quais são testemunhas.  Figura 3. Médias do °BRIX para sólidos solúveis totais dos genótipos de sorgo sacarino avaliados em Coxilha, RS, 2015/16. Conclusão   Há genótipos de sorgo sacarino com alto rendimento de biomassa e sólidos solúveis totais (°Brix) no norte do Rio Grande do Sul, constituindo-se uma boa opção para produção de etanol e energia nesta região.  Referências  ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY. Official methods of analysis of the Association of Official Analytical Chemistry. 15th ed. Virginia, 1990. CRUZ, C. D. Programa Genes: estatística experimental e matrizes. Viçosa, MG: UFV, 2006. 285 p. DURAES, F. O. M.; MAY, A.; PARRELLA, R. A. da C. (Ed.). Sistema agroindustrial do sorgo sacarino no Brasil e a participação público-privada: oportunidades, perspectivas e desafios. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2012. 77 p. il. (Embrapa Milho e Sorgo. Documentos, 138). EMYGDIO, B. M.; ROSA, A. P. S. A. da; BARROS, L.; FACCHINELLO, P. H. Efeito de diferentes épocas de semeadura sobre o desempenho de cultivares de sorgo sacarino em condições de solos hidromórficos. In: REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO MILHO, 59.; REUNIÃO TÉCNICA ANUAL DO SORGO, 42., 2014, Três de Maio. Atas e artigos. Três de Maio: EMATER/RS: FEPAGRO: SETREM, 2014. p. 116-117.  FIGUEIREDO, U. J. de; NUNES, J. A. R.; PARRELLA, R. A. da C.; SOUZA, E. D.; SILVA, A. R. da; EMYGDIO, B. M.; MACHADO, J. R. A.; TARDIN, F. D. Adaptability and stability of genotypes of sweet sorghum by GGEBiplot and Toler methods. Genetics and Molecular Research, Ribeirão Preto, v. 14, n. 3, p. 11211-11221, 2015. KLEIN, V. A.; CÂMARA, R. K. Rendimento da soja e intervalo hídrico ótimo em latossolo vermelho sob plantio direto escarificado. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 31, p. 221-227, 2007. MAGALHÃES, P. C.; DURÃES, F. O. M.; RODRIGUES, J. A. S. Ecofisiologia. In: RODRIGUES, J. A. S. (Ed.). Cultivo do sorgo. 8. ed. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2012. (Embrapa Milho e Sorgo. Sistema de produção, 2). Disponível em: <http://www.cnpms.embrapa.br/publicacoes/sorgo_8_ed/ecofisiologia.htm> Acesso em: 20 jun. 2017. MAY, A.; CAMPANHA, M. M.; SILVA, A. F. da; COELHO, M. A. de O.; PARRELLA, R. A. da C.; SCHAFFERT, R. E.; PEREIRA FILHO, I. A. Variedades de sorgo sacarino em diferentes espaçamentos e população de plantas. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 11, n. 3, p. 278-290, 2012. PARRELLA, R. A. da C.; MENEGUCI, J. L. P.; RIBEIRO, A.; SILVA, A. R. da; PARRELLA, N. L. D.; RODRIGUES, J. A. S.; TARDIN, F. D.; SCHAFFERT, R. E. Desempenho de cultivares de sorgo sacarino em diferentes ambientes visando a produção de etanol. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO, 28.; SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE A LAGARTA DO CARTUCHO, 4., 2010, Goiânia. Potencialidades, desafios e sustentabilidade: resumos expandidos... Goiânia: ABMS, 2010. 1 CD-ROM. PEREIRA FILHO, I. A.; PARRELLA, R. A. da C.; MOREIRA, J. A. A.; MAY, A.; SOUZA, V. F. de; CRUZ, J. C. Avaliação de cultivares de sorgo sacarino [Sorghum bicolor(L.) moench] em diferentes densidades de semeadura visando a características importantes na produção de etanol. Revista Brasileira de Milho e Sorgo, Sete Lagoas, v. 12, n. 2, p. 118-127, 2013. 

Avaliação de genótipos de sorgo sacarino (Sorghum bicolor (L.) Moench.) no norte do Rio Grande do Sul.

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