MORALES, M. M.

ROMANO, M. R.

TONINI, H.

WINK, C.

ZMORA, P. E. D. O.

Portuguese

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 Promoção:                                                       Realização:       CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS INDICADAS PARA USO ENERGÉTICO EM SISTEMA AGROFLORESTAL, SINOP (MT)     RESUMO   Os sistemas agroflorestais são uma alternativa de uso da terra que visa melhorar a eficiência e uso de recursos naturais na produção integrada.O objetivo do trabalho foi comparar  o crescimento de quatro espécies florestais com aptidão energética  em sistemas  agroflorestais experimentais e em monocultivo. O experimento foi realizado em Sinop-MT, ecótono Cerrado-Amazônia.. O arranjo agroflorestal foi comum a todos os sistemas, com o cultivo de plátanos (banana tipo terra), abóboras e árvores em aléias sob condição de irrigação. Os sistemas se diferenciaram pela espécie arbórea componente sendo: Eucalipto clone VM 01 (Eucalyptus urophyla x Eucalyptus camaldulensis), Acacia mangium, Tachigali vulgaris e Casuarina equisetifolia. O cultivo homogêneo foi sob condição de sequeiro. Entre as espécies avaliadas, o Eucalipto e a Acácia foram as que apresentaram maior crescimento em diâmetro e altura. O efeito do consórcio agroflorestal e da irrigação variou com a espécie, sendo positivo para o crescimento em diâmetro e altura de plantas da acácia e casuarina.  Palavras-chave: Amazônia, Centro-Oeste, silvibananeiro, banana, irrigação.    INTRODUÇÃO  O rápido crescimento, fuste reto e copa rala são características que indicam o plantio de eucalipto em sistemas de produção integrado, como os sistemas agroflorestais (SAF’s). A Acacia mangium também possui rápido crescimento, sendo utilizada para fins de produção de celulose, construção civil, mobílias e compensados, além de possuir associação espontânea com bactérias de solo como Rhizobium, que potencializa a recuperação de áreas degradadas (Galiana, 2002).  Segundo Mochiutti et al. (1999), a madeira do tachi-branco (Tachigali vulgaris) possui característica similar a madeira do eucalipto, em relação ao poder calorífico bem como aos rendimentos de peso e volume no processo de carbonização. Trata-se de uma espécie pioneira de uso múltiplo que tem se destacado pelo rápido crescimento e pela ampla utilização de sua madeira nas propriedades rurais na confecção de esteios, mourões, embalagens e caibros, na construção civil e na utilização como lenha e carvão (Pires e Marcati, 2005).    Já a casuarina, nativa do hemisfério sul, principalmente da Austrália, compreende um gênero de cerca de 80 espécies de arbustos e árvores. Ferreira (2004) menciona a Casuarina equisetifolia como árvore alta, vigorosa, de fuste reto e com alta resistência a déficit hídrico (precipitação média anual entre 300 a 400mm). A madeira de C. equisetifolia possui poder calorifico em torno de 7181 kcal/kg, considerado um dos mais altos para qualquer espécie lenhosa (Barroso, 1983). No Brasil, pouco se conhece sobre o emprego da madeira de C. equisetifolia, porém na Austrália é utilizada em construções rurais como cercas, mastros, remos, cangas, bengalas, entre outros e comercialmente aproveitada para a fabricação de partes do piano, telhas, compensados e esquadrias (National Academy of Sciences, 1984).  O objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento de quatro espécies florestais com aptidão energética em sistemas agroflorestais e monocultura no norte de Mato Grosso.  MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado na propriedade agrícola da empresa familiar Bianchi Alimentos Ltda, em Sinop-MT. Foram avaliadas quatro espécies florestais (eucalipto clone VM 01 Eucalyptus urophyla x Eucalyptus camaldulensis, Acacia mangium, Tachigali vulgaris e Casuarina equisetifolia) cultivadas em sistemas agroflorestais do tipo silvibananeiro e em cultivos homogêneos. O arranjo adotado para os SAFs foi o de culturas em faixas ou aléias, sendo que as árvores foram dispostas no espaçamento de 4 m x 2 m (1250 plantas/ha), os plátanos D’Angola (banana tipo terra) no espaçamento de 8 m x 1,5 m (833 plantas/ha) e as abóboras hibridas tetsukabuto no espaçamento 7 m x 1 m x 2,0 m (1.250 covas/ha). Cada sistema agroflorestal ocupou uma área de 2.592 m2 (24 m x 108 m), Os plátanos dos SAFs foram irrigados com sistema irrigação por gotejamento com dois emissores por planta..     A cultivo em monocultura das  Promoção:                                                       Realização:       espécies florestais, com exceção do tachi-branco, foi realizado em blocos de 480 m2 (24 m x 20 m), sendo o espaçamento de plantio de 4 m x 2 m (1250 plantas/ha). Os blocos de mocultivo não foram irrigados. O plantio das árvores foi realizado no início do período das chuvas da região.  O crescimento das árvores foi avaliado em 48 árvores amostradas nas fileiras centrais dos SAFs, constituídas por duas linhas centrais de árvores e uma linha de plátanos, e no bloco de monocultivo foram amostras 16 plantas das duas fileiras centrais..Para cada árvore foi medido a circunferência a altura do peito (CAP, cm) e a altura de plantasl (m) aos 4, 10 e 16 meses, com o auxílio de uma fita diamétrica e um Hipsômetro Vertex IX, respectivamente. Posteriormente o CAP obtido foi transformado para diâmetro a altura do peito (DAP,cm). Para comparar o crescimento em diâmetro a altura do peito (cm) e altura das plantas (m) entre os sistemas agroflorestais e os seus respectivos monocultivos foi utilizado o teste t e posteriormente calculado a diferença (%) entre as duas médias obtidas. Para as curvas de crescimento entre espécies ajustou-se o modelo de Schumacher: )/1()ln( 10 tbby   Onde: y = variável dependente; t = idade; bn = coeficientes do modelo.   RESULTADOS E DISCUSSÃO   Na comparação com o monocultivo, observou-se diferença significativa no crescimento  em diâmetro e  altura de plantas para o consórcio agroflorestal de  A. Mangium. Já para C. equisetifolia houve diferença significativa somente em altura total (Tabela 1), o que provavelmente ocorreu pelo efeito da irrigação. O eucalipto mostrou-se pouco suscetível ao efeito da irrigação corroborando com Costa (2014), ao não observar efeito significativo sobre o crescimento em diâmetro e altura de um clone de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla com diferentes níveis de irrigação em Integração Lavoura-Pecuária-Floresta em Sinop (MT).   Tabela 1. Comparação entre médias de DAP (cm) e altura total (m) para eucalipto, acácia e casuarina cultivadas em SAF e monocultivo ao 16 meses de idade Espécie Tipo de cultivo DAP (cm) Diferença (%) Altura total (m)  Diferença (%)   SAF 8,4 4,76% 9,6 3,12% Eucalipto Monocultivo 8,0 9,3   SAF 9,3* 9,67% 8,0* 11,25 Acácia Monocultivo 8,4* 7,1*   SAF 3,3* 24,24% 4,8 8,33 Casuarina Monocultivo 2,5* 4,4 *Valores significativos ao teste t, ao nível de 5% de probabilidade de erro.   Dentre as espécies florestais implantadas no sistema silvibananeiro, duas se destacaram por apresentarem os maiores crescimentos em diâmetro e altura (Figura 1). A. Mangium apresentou menor crescimento diamétrico inicial, porém superou o eucalipto em 9,13%, atingindo 9,32 cm aos 16 meses. Já o Eucalipto, no mesmo período, apresentou maior crescimento em altura total, com média de 8,37 m sendo 4,98% superior à A. Mangium.     Promoção:                                                       Realização:          Figura 1. Curva de crescimento em diâmetro a altura do peito, cm (A) e altura total, m (B) para o eucalipto, Acácia mangium, tachi-branco e casuarina.  CONCLUSÃO No comparativo entre as espécies florestais, o eucalipto e a A. Mangium foram as que mais cresceram tanto em diâmetro à altura do peito, quanto em altura total aos 16 meses de implantação do sistema agroflorestal. O efeito do consórcio agroflorestal irrigado variou de acordo com cada espécie, sendo significantemente positivo para o crescimento em altura e diâmetro da A. Mangium; somente em altura para C. equisetifolia e irrelevante para o crescimento do eucalipto.  AGRADECIMENTOS À Fapemat pelo apoio financeiro à pesquisa e ao CNPq pela concessão de bolsa IC.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Barroso, A. B. Silviculture especial de árboles maderables tropicales. Habana, Cuba: Editorial Científico-Técnica 1987. 427p.  Costa, M. A. A. Aspectos ecofisiológicos e de crescimento de Eucalyptus Urograndis submetido a estresse hídrico com potencial para sistemas agrossilvipastoris. 2014. Dissertação. Instituto de ciências agrárias e ambientais. Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop, 2014. 63p.  Ferreira, M. G. R. Potencialidades de utilização de Casuarina equisetifolia em reflorestamentos. Embrapa Rondônia, 13p. 1ª edição, Porto Velho, 2004.  Galiana, A. et al. Nitrogen fixation estimated by 15N natural abundance method in Acacia mangium Willd. Inoculated with Bradyrhizobium sp. And grown in silvicultural conditions. Soil Biology & Biochemistry, v. 34, p.251-262, 2002.  Mochiutti, S. et al. Taxi-branco (Sclerolobium paniculatum): leguminosa arbórea para a recuperação de áreas degradadas pela agricultura migratória. Comunicado técnico. Embrapa Amapá, 1999. 5p.  National Academy of sciences. Casuarinas: nitrogen fixing trees for adverse sites. Washington: National Academy press, 1984. 128p.  Pires, I. P.; Marcati, C. R. Anatomia e uso da madeira de duas variedades de Sclerolobium paniculatum Vogel do sul do Maranhão, Brasil. Acta Botânica Brasilica. Vol. 19, n.4. p.669-678. São Paulo, 2005. 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0 10,0 10 11 12 13 14 15 16 DAP (cm) Idade (meses) A Eucalipto Acacia mangium Tachi-branco Casuarina 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Altura (m) Idade (meses) B 

CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS INDICADAS PARA USO ENERGÉTICO EM SISTEMA AGROFLORESTAL, SINOP (MT)

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