FALEIRO, F. G.

GONTIJO, G. M

JUNQUEIRA, N. T. V.

Portuguese

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 1   1 Téc.. Agropec., Extensionista da Emater-DF, Planaltina, DF e-mail: magelagontijo@yahoo.com.br 2 Eng. Agr., Pesquisadores da Embrapa Cerrados, Planaltina, DF e-mail: fabio.faleiro@embrapa.br ; nilton.junqueira@embrapa.br  PRODUÇÃO DE MARACUJAZEIRO AZEDO CULTIVADO EM ESTUFA E EM 1 ESPAÇAMENTO ADENSADO: RESULTADOS DE UNIDADES DE OBSERVAÇÃO 2 EMATER-EMBRAPA NO DISTRITO FEDERAL  3  4 GERALDO MAGELA GONTIJO1; FABIO GELAPE FALEIRO2; NILTON TADEU VILELA 5 JUNQUEIRA2 6  7 INTRODUÇÃO 8 O Brasil é o maior produtor e consumidor mundial de maracujá. A produção brasileira é 9 próxima de 1 milhão de toneladas, entretanto a produtividade média é baixa, em torno de 14 10 toneladas por hectare por ano (IBGE, 2012), considerando o potencial de produção da cultura que é 11 superior a 50 toneladas por hectare por ano (FALEIRO et al., 2008).  12 Três fatores principais têm levado à baixa produtividade da cultura do maracujá: 1. Não 13 utilização de cultivares melhoradas geneticamente. Muitos produtores de maracujá utilizam 14 sementes sem origem genética conhecida obtidas de frutos obtidos em pomares comerciais e mesmo 15 no mercado; 2. Não utilização das tecnologias do sistema de produção como a adequada correção da 16 acidez e fertilidade dos solos, podas de formação, adubações de cobertura, polinização manual e 17 irrigação ou fertirrigação e controle fitossanitário; 3. Ocorrência de sérios problemas relacionados a 18 doenças e pragas. A ocorrência desses problemas fitossanitários tem diminuído muito a 19 produtividade e a longevidade da cultura do maracujá. Duas alternativas têm sido pesquisadas pela 20 Embrapa em parceria com a Emater do Distrito Federal: O plantio do maracujá em espaçamento 21 adensado e o cultivo do maracujá em estufa. 22 Neste trabalho, objetivou-se analisar a produção mensal do maracujá azedo cultivado em 23 estufa e em espaçamento adensado em unidades de observação implantadas no Distrito Federal 24 visando a estimativa de produtividade e potencial econômico, bem como o levantamento das 25 demandas para a pesquisa e das vantagens de cada sistema de produção. 26    27 MATERIAL E MÉTODOS 28  As unidades de observação foram implantadas na Chácara 144 – Maria Velha, do Núcleo 29 Rural do Pipiripau localizado em Planaltina, Distrito Federal, com uma latitude de 15°31’19” Sul e 30 2  longitude de 47°29’52” Oeste e 1090 m de altitude. O clima da região é do tipo tropical úmido, 31 caracterizado por chuvas concentradas de outubro a abril e invernos secos, de maio a setembro. As 32 unidades de observação consistiram de uma área de 0,23 ha de plantio adensado (1,8m entre linhas 33 e 1,5m entre plantas) e de duas estufas de 350 m2 (0,07 ha) utilizando o espaçamento de 1,8m entre 34 linhas e 2,0m entre plantas. Nas duas unidades foi utilizada a cultivar BRS Gigante Amarelo. 35  O transplantio das mudas foi feito em março de 2009 na área de plantio adensado e em 36 novembro de 2010 nas estufas. Foi realizada a adequada correção da acidez e fertilidade do solo e 37 os demais tratos culturais (podas, irrigação, adubações de produção, polinização manual) foram os 38 recomendados para a cultura na região (EMBRAPA, 2014a). 39  A produção total do maracujazeiro azedo em plantio adensado e em estufa foi avaliada 40 mensalmente até o final do ciclo da cultura. Ao final da observação foi estimada a produtividade de 41 cada sistema em ton/ha no primeiro ano de produção e também durante todo o ciclo da cultura em 42 cada sistema. Foi realizada uma estimativa do potencial econômico de cada sistema de produção, 43 bem como o levantamento das demandas da pesquisa e das vantagens de cada sistema de produção. 44  45 RESULTADOS E DISCUSSÃO 46 A produção da cultivar de maracujazeiro azedo BRS Gigante Amarelo iniciou-se  8 meses 47 após o transplantio das mudas tanto em plantio adensado como em estufa. A análise da 48 produtividade média mensal da cultivar em plantio adensado e em estufa (Figura 1) permite 49 verificar que a produtividade obtida no sistema de plantio adensado (47,36 ton/ha/ano) e em estufa 50 (77,14 ton/ha/ano) durante todo ciclo da cultura foi bem acima da produtividade média nacional de 51 aproximadamente 14 ton/ha/ano.  52 No sistema de plantio adensado, observa-se que no primeiro ano de produção foram 53 colhidos 77,97 ton/ha, o que equivaleu a 70% da produção total do pomar obtida durante 19 meses 54 de produção. Uma das principais vantagens do sistema de plantio adensado é concentrar a produção 55 no primeiro ano. O maracujá é atacado por várias doenças causadas por vírus, bactérias e fungos 56 que diminuem a produtividade e a longevidade das plantas e depreciam a qualidade dos frutos 57 diminuindo seu valor comercial (SANTOS FILHO e JUNQUEIRA, 2003). Com relação à 58 longevidade, em várias áreas de maracujazeiro azedo plantado há alguns anos atrás, a produção 59 ocorria durante 5 a 8 anos entretanto, nestas mesmas áreas, recentemente, os pomares não tem 60 ultrapassado dois anos de idade, sendo que em muitos casos, ocorre a morte total com apenas um 61 ano.  62 No sistema de plantio do maracujá em estufa, observa-se que no primeiro ano de produção 63 foram colhidos 118,97 ton/ha, o que equivaleu a 60% da produção total do pomar obtida durante 23 64 meses de produção. A produção do maracujá em estufa ocorre de maneira mais uniforme durante o 65 3  ciclo da cultura (Figura 1) e permite alta produção inclusive durante os meses de entressafra do 66 maracujazeiro (julho, agosto, setembro, outubro) em regiões de maior latitude como no Distrito 67 Federal. Outra vantagem observada no plantio do maracujá em estufa, é a maior longevidade do 68 pomar, o que certamente está relacionado à menor ocorrência de problemas fitossanitários. Além da 69 maior longevidade, a ocorrência de menor quantidade de doenças e pragas dentro da estufa leva à 70 uma menor aplicação de defensivos agrícolas, reduzindo os custos de produção do controle 71 fitossanitário e diminuindo o acúmulo de resíduos que podem trazer problemas para o produtor, 72 para os consumidores e para o meio ambiente.  73  74 02468101214161820nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai02468101214161820jul ago set out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev mar abr maiProdutividade no primeiro ano: 118, 97 ton/haProdutividade total: 199, 03 ton/haProdutividade durante o ciclo : 77,14 ton/ha/anoLongevidade da cultura:  2, 58 anosProdutividade no primeiro ano: 74,97 ton/haProdutividade total: 106,57 ton/haProdutividade durante o ciclo : 47,36 ton/ha/anoLongevidade da cultura:  2, 25 anosProdutividade  ton/haProdutividade  ton/haPlantio adensadoEstufa 75 Figura 1. Análise da produtividade mensal (ton/ha) de frutos de maracujazeiro azedo cultivar BRS 76 Gigante Amarelo cultivado em plantio adensado e em estufa durante todo ciclo da cultura, em 77 Planaltina, Distrito Federal. 78 4   79 As altas produtividades obtidas nos dois sistemas de produção em comparação com os 80 custos de produção (dados não apresentados) indicam a sua viabilidade econômica e a adoção 81 desses sistemas por vários fruticultores no Distrito Federal (EMBRAPA, 2014b). Entre as principais 82 vantagens do sistema de plantio adensado, pode-se citar o rápido fechamento do pomar com a 83 formação dos ramos secundários e terciários, maior facilidade de execução e maior eficiência da 84 polinização manual devido à proximidade de diferentes plantas, alta produtividade no primeiro ano 85 de produção e otimização do uso de pequenas áreas, típicas dos micro e pequenos produtores. Entre 86 as principais vantagens do sistema de produção de maracujá em estufa, pode-se citar a alta 87 produtividade, a redução drástica de problemas com doenças e pragas por evitar efeito das chuvas 88 sobre as plantas e o diminuir o acesso das pragas e vetores de doenças, melhoria da qualidade física 89 dos frutos (frutos mais bonitos, brilhantes e com maior período pós-colheita) e aumento da 90 longevidade do pomar. É importante ressaltar que a produção de maracujá em estufa vai ter maior 91 investimento com infra-estrutura e mão-de-obra na irrigação e polinização manual. 92 Considerando que os sistemas de plantio adensado e o plantio em estufa são relativamente 93 novos para a cultura do maracujá, várias demandas para a pesquisa podem ser citadas, entre outras, 94 o desenvolvimento de cultivares mais adaptadas aos sistemas, novas indicações de adubações de 95 implantação e produção do pomar e manejo das podas e demais tratos culturais. 96  97 CONCLUSÕES 98 Altas produtividades do maracujazeiro azedo foram observadas nos sistemas de produção de 99 maracujá em plantio adensado e em estufa. Foram observadas diferentes vantagens dos dois 100 sistemas e levantadas novas demandas para a pesquisa.  101  102 REFERÊNCIAS 103 EMBRAPA. Maracujá: pesquisa & desenvolvimento. Disponível em: 104 http://www.cpac.embrapa.br/maracuja/links/ Consultado em 30 de abril de 2014a. 105 EMBRAPA. Memória do Lançamento dos Híbridos de Maracujazeiro Azedo. Disponível em: 106 http://www.cpac.embrapa.br/lancamentoazedo/ Consultado em 30 de abril de 2014b. 107 FALEIRO, F.G.; JUNQUEIRA, N.T.V.; BRAGA, M.F. Pesquisa e desenvolvimento do maracujá. 108 In: ALBUQUERQUE, A.C.S.; SILVA, R.C.; (Eds.). Agricultura Tropical: Quatro Décadas de 109 Inovações Tecnológicas, Institucionais e Políticas. 1 ed. Brasília: Embrapa, 2008. p. 411-416 110 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Banco de Dados 111 Agregados. Brasília-DF. Disponível em: www.ibge.gov.br/. Consulta em 03/04/2012. 112 SANTOS FILHO, H.P.; JUNQUEIRA, N.T. Maracujá: Fitossanidade. Brasília: Embrapa 113 Informação Tecnológica, 2003. 86p. (Série Frutas do Brasil, 32). 114 

Produção de maracujazeiro azedo cultivado em estufa e em espaçamento adensado: resultados de unidades de observação Emater-Embrapa no Distrito Federal.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1066714/1/Producaodemaracujazeiro.pdf

Produção de maracujazeiro azedo cultivado em estufa e em espaçamento adensado: resultados de unidades de observação Emater-Embrapa no Distrito Federal.

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