BORGES, A. L.

ROSA, R. C. C.

SOUZA, L. da S.

Portuguese

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385XX REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUAPREPARO E MANEJO DO SOLO NOS SEUS ATRIBUTOS QUÍMICOS EM CULTIVO ORGÂNICOAna Lúcia Borges1, Luciano da Silva Souza2, Raul Castro Carriello Rosa31Embrapa Mandioca e Fruticultura, Engenheira Agrônoma, Cruz das Almas - BA, ana.borges@embrapa.br; 2Universidade Federal do Recôncavo da Bahia; 3Embrapa Agrobiologia.Palavras-chave: escarificador; arado e grade; gesso agrícola; coberturas vegetais.O cultivo do solo deve ser realizado sob o enfoque conservacionista e sustentável buscando-se o menor impacto no ambiente. É possível evitar a degradação do solo adotando como premissas básicas a redução da sua movimentação e a manutenção da sua superfície coberta o maior tempo possível, seja por culturas vivas ou mortas (SOUZA et al., 2002). O preparo do solo com arado e grade, apesar de ser uma alternativa para melhoria do ambiente radicular, vai de encontro aos princípios da conservação do solo. Por outro lado, a escarificação, pelo menor revolvimento do solo, é prática mais recomendada. Nos Latossolos Distróficos, a toxidez por alumínio e/ou a deficiência de cálcio e de outros nutrientes, tanto na camada superficial como na subsuperficial, podem limitar o crescimento e aprofundamento do sistema radicular das plantas. A aplicação de gesso agrícola pode ser uma opção econômica. O princípio básico do manejo orgânico é a utilização da matéria orgânica para proporcionar melhoria de atributos físicos, químicos e biológicos do solo, bem como dar garantia de produtividade e qualidade dos produtos agrícolas. Bressan et al. (2013), verificando o efeito de cobertura com milheto e braquiária em LATOSSOLO AMARELO Distrófico sobre atributos químicos do solo, observaram aumento do pH do solo e redução nos teores de Al3+, bem como teores mais elevados de nutrientes e MOS na profundidade de 0-0,10 m.Nas áreas produtoras de fruteiras do Estado da Bahia predominam Latossolos, que apresentam limitações químicas como acidez (baixo pH e teor elevado de Al3+), baixa saturação por bases (V %) e baixos teores de nutrientes. O manejo adequado do solo para a melhoria dos seus atributos químicos é fundamental para o sucesso da produção. Dessa forma, o trabalho objetivou avaliar o efeito do preparo convencional e mínimo do solo, de aplicações de calcário dolomítico, gesso mineral e fosfato natural e plantio de coberturas vegetais sobre seus atributos químicos, em sistema orgânico de produção.O trabalho foi conduzido na área experimental da empresa Bioenergia Orgânicos, em Lençóis, BA, em delineamento em blocos casualizados, em parcelas subsubdivididas em faixas, com quatro repetições. O solo é um LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico, textura argilo-arenosa, apresentando os seguintes atributos químicos, na camada de 0-0,20 m: pH em água = 4,4; P (Mehlich-1) = 4 mg dm-3; K+, Ca2+, Mg2+, Al3+ e CTC em cmolc dm-3, respectivamente, de 0,07; 0,20; 0,13; 2,45 e 10,88; saturação por bases (V) = 4 %; e matéria orgânica (MO) = 27,5 g kg-1; na camada de 0,20-0,40 m: pH em água = 4,3; P (Mehlich-1) = 3 mg dm-3; K+, Ca2+, Mg2+, Al3+ e CTC em cmolc dm-3, respectivamente, de 0,04; 0,11; 0,08; 2,28 e 10,62; V = 2 %; e MO = 25,5 g kg-1; e na camada de 0,40-0,60 m: pH em água = 4,3; P (Mehlich-1) = 2 mg dm-3; K+, Ca2+, Mg2+, Al3+ e CTC em cmolc dm-3, respectivamente, de 0,06; 0,06; 0,08; 2,50 e 9,76; V = 2 %; e MO = 20,88 g kg-1. Nas parcelas foram estudados dois preparos do solo (convencional: arado e grade e mínimo: escarificador, duas passagens cruzadas), nas subparcelas duas coberturas do solo [sem cobertura e cobertura com coquetel vegetal de leguminosas – feijão-de-porco 4 Livro RBMCSA - 19-11-16.indb   385 28/11/2016   11:49:33386 SESSÃO: MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA(Canavalia ensiformis) e mucuna preta (Mucuna aterrima) e não leguminosas – milheto (Pennisetum glaucum) e sorgo (Sorghum bicolor)] e nas subsubparcelas cinco doses de gesso calculadas de acordo com o teor de argila do solo (QGR = 7,5 * argila g kg-1), nas profundidades de 0,20-0,40 e 0,40-0,60 m. Assim, para o teor médio de argila no solo de 376 g kg-1, as quantidades de gesso estudadas foram, em kg ha-1: 0; 1.410; 2.820; 4.230 e 5.640. A quantidade de calcário aplicada foi calculada para elevar a saturação por bases do solo para 70 %, correspondendo a 8 t ha-1 para calcário com PRNT de 90 %. Metade da quantidade foi aplicada antes da aração e a outra metade antes da gradagem, nas parcelas de preparo convencional (PC). No preparo mínimo (PM) o calcário foi aplicado antes e após a 1ª escarificação. O gesso foi aplicado antes da 2ª dose de calcário. A área foi irrigada e, um mês após, realizado o plantio das coberturas vegetais, juntamente com aplicação de fosfato natural de Gafsa (28 % de P2O5 total), na dose de 1.110 kg ha-1, para atingir 30 mg dm-3 de P no solo. Sete meses após a aplicação do calcário e gesso e cinco meses após a ceifa das coberturas vegetais, o solo foi amostrado em três profundidades (0-0,20; 0,20-0,40 e 0,40-0,60 m) para determinação do pH em água, P (Mehlich-1), Al3+ e Ca2+ trocáveis, matéria orgânica (MOS) e saturação por bases. Os resultados foram tabulados, realizada ANOVA (teste F, p < 0,05) e regressão para doses de gesso.Os resultados mostraram que o pH em água do solo foi reduzido em profundidade e pelas doses de gesso, com maior valor (5,3) na camada de 0-0,20 m. Com a aplicação do calcário foi possível elevar em 0,9 unidades o pH do solo. Observou-se decréscimo do pH com o aumento das doses de gesso, de 4,82 para 4,65 na dose mais elevada (modelo linear negativo, R2 = 0,52*). O teor de P variou apenas em profundidade, com valor mais elevado na camada de 0-0,20 m (46,9 mg dm-3), certamente pela baixa mobilidade do nutriente no solo. A quantidade aplicada atingiu o valor definido de 30 mg dm-3, apesar do extrator ácido Mehlich-1 não ser o adequado para solos com aplicação de fosfato natural. O teor de Al variou também em profundidade e dose de gesso, sendo mais baixo na camada de 0-0,20 m (0,42 cmolc dm-3), valor esse 5,8 vezes inferior ao valor original do solo. Além disso, o teor de Al decresceu com as doses de gesso, reduzindo de 1,47 cmolc dm-3 sem gesso para 1,29 cmolc dm-3 na maior dose (modelo linear negativo, R2 = 0,73*). Isso mostra o papel do gesso na complexação do Al3+. Já o teor de Ca2+ variou em profundidade, doses de gesso e interação preparo x doses de gesso, observando-se maior valor na camada de 0-0,20 m (2,75 cmolc dm-3), o que corresponde a 13,75 e 1,83 vezes superior ao teor original e da média geral, respectivamente. O teor desse nutriente aumentou com a dose de gesso, alcançando 2,05 cmolc dm-3 na maior dose no preparo mínimo e 1,85 cmolc dm-3 no preparo convencional, valores esse bem acima do teor original, certamente por ser o gesso mineral uma fonte de Ca (16 %). O teor de MOS foi maior na camada de 0-0,20 m (41,36 g kg-1) e mostrou interação significativa para preparo x profundidade, cobertura x profundidade e cobertura x gesso, com maior valor nas profundidades de 0-0,20 e 0,20-0,40 m nos dois preparos (PC: 42,8 g kg-1 e PM: 39,9 g kg-1). Bressan et al. (2013) verificaram maiores valores de MOS a 0,10 m de profundidade (milheto 35,03 g kg-1 e braquiária 48,63 g kg-1). Não houve diferença estatística entre os teores de MOS nos dois preparos do solo (média de 36,40 g kg-1). A interação cobertura x profundidade não mostrou diferença entre as duas profundidades superiores. A saturação por bases variou em profundidade, com maior valor na camada de 0-0,20 m (39 %) e na maior dose de gesso (25 %), com ajuste de modelo linear positivo (R2 = 0,73*), alcançando valor de V de 19 % sem aplicação de gesso mineral. Apesar do aumento da saturação por bases em relação ao valor original, esse foi 3,7 vezes inferior aos 70 %, valor que se queria atingir.Concluiu-se que, após sete meses, os atributos químicos do solo avaliados não foram influenciados pelo preparo e pelas coberturas vegetais, mas sim pelas doses de gesso e profundidade.4 Livro RBMCSA - 19-11-16.indb   386 28/11/2016   11:49:33387XX REUNIÃO BRASILEIRA DE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUAReferênciasBRESSAN, S. B.; NÓBREGA, J. C. A.; NÓBREGA, R. S. A.; BARBOSA, R. S.; SOUSA, L. B. Plantas de cobertura e qualidade química de Latossolo Amarelo sob plantio direto no cerrado maranhense. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 17, n. 4, p. 371-378, 2013.SOUZA, L. D.; SOUZA, L. da S.; CARVALHO, J. E. B. de. Manejo e conservação do solo – recomendações básicas. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2002. 8p. (Embrapa-CNPMF. Circular Técnica, 45)4 Livro RBMCSA - 19-11-16.indb   387 28/11/2016   11:49:33

Preparo e manejo do solo nos seus atributos químicos em cultivo orgânico.

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Preparo e manejo do solo nos seus atributos químicos em cultivo orgânico.

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