ALVES, A. C. de O.

AZOCAR, M.

BENDER, S. E.

MAXIMINO, J. O.

MITTELMANN, A.

SCHIAVON, M. A.

Portuguese

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  PERÍODO DE ESTABELECIMENTO E MANEJO DO CAPIM-ELEFAN TE BRS KURUMI EM PLANTIO TARDIO  ANA CAROLINA DE OLIVEIRA ALVES1; JOSIANE OLIVEIRA MAXIMINO²; MARCO AURÉLIO SCHIAVON3; MARIANA AZOCAR4; SÉRGIO ELMAR BENDER5; ANDRÉA MITTELMANN6  1Graduanda Agronomia UFPEL, Estagiária Embrapa Clima Temperado – anaalves_cavg@outlook.com1 2Graduanda Agronomia UFPEL, Bolsista CNPq/ Embrapa Clima Temperado – josianemaximino@gmail.com2,  3Graduando Agronomia UFPEL, Bolsista Embrapa Clima Temperado - marcoschiavon91@outlook.com3,   4Graduanda Técnico em Agropecuária IFSul/CaVG, Estágiaria Embrapa Clima Temperado –  marianazocar@live.com4,  5Eng. Agrícola, Analista da Embrapa Clima Temperado –  sergio.bender@embrapa.br5,   6Pesquisadora Embrapa Gado de Leite/Embrapa Clima Temperado –  andrea.mittelmann@embrapa.br   1. INTRODUÇÃO  O capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) é uma gramínea perene originária da África que apresenta elevada produção de forragem de ótimo valor nutritivo. A forrageira é utilizada principalmente como capineira e sob pastejo. A cultivar BRS Kurumi, desenvolvida pelo programa de melhoramento genético de capim-elefante da Embrapa, apresenta porte baixo (anão), sendo adaptada para uso sob pastejo.  A cultivar originou-se do cruzamento entre as cv. Merkeron de Pinda (BAGCE 19) e a cv. Roxo (BAGCE 57), ambas pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma de Capim-elefante da Embrapa (GOMIDE et al, 2015).  A cultivar caracteriza-se por apresentar porte baixo, touceiras de formato semiaberto, folha e colmo de cor verde e internódio curto. Apresenta crescimento vegetativo vigoroso, com rápida expansão foliar e intenso perfilhamento. O plantio é realizado por meio de propagação vegetativa (estacas).   A época de plantio é recomendada preferencialmente na primavera, porém foi verificado que o plantio até o mês de fevereiro também permite um bom estabelecimento das plantas na região Sul.   O período inicial de estabelecimento da cultivar é essencial para o bom desenvolvimento da planta. O objetivo principal deste trabalho foi avaliar o crescimento das plantas em altura e número de afilhos e determinar o momento do primeiro corte.  2. METODOLOGIA  Mudas produzidas em casa de vegetação foram transplantadas de forma manual no dia 08/01/2016 em covas, com espaçamento de 1,30 m entre linhas e 0,50 m entre covas na linha. Após o plantio, todas as mudas foram cortadas a 30 cm de altura. No dia 18 de janeiro foi realizada a primeira avaliação. Foi feito o   acompanhamento do desenvolvimento com avaliações a cada 15 dias e uma avaliação no final do período. As características avaliadas foram a altura da planta (cm, medida com régua do solo até a folha mais alta, em posição natural) e o número de afilhos (contagem). Foram amostradas 20 plantas, do total de 160 mudas transplantadas. Pela diferença de valores entre as datas, foram estimadas as taxas de crescimento (cm/dia) e taxas de emissão de afilhos (nº de afilhos/dia), e com as médias para cada período, foi organizada em gráfico uma curva de crescimento.   3. RESULTADOS E DISCUSSÃO   A altura das plantas variou na primeira avaliação de 19 a 65 cm. Embora a maioria das plantas tenha apresentado um desenvolvimento excelente, houve algumas que apresentaram alturas menores que a de emparelhamento na primeira avaliação, isso é decorrente da provável morte de folhas por ressecamento após o transplante. (Tabela 1). A altura final variou de 82 a 142 cm. A quantidade de massa verde/ha é reflexo direto da emissão de afilhos por planta. O número máximo de afilhos variou de 6 a 18 afilhos/planta ao final do período (Tabela 1). A cultivar BRS Kurumi, mesmo sem adubação de cobertura apresentou maiores números de afilhos comparada com outras cultivares de verão (Tanzânia 15 afilhos, Mombaça, Centenário e Vencedor com 10 afilhos) como verificado por GOMIDE & GOMIDE (2000).       Tabela 1: Mínimas e máximas de altura de planta e número de afilhos em capim-elefante BRS Kurumi. Capão do Leão, 2016.  Avaliações           Altura (cm)         Afilhos (nº)  Mínima Máxima Mínima Máxima 18/02 19  65  1 2 02/02 25  60  4 13 17/02 41  71  5 17 02/05 82  142  6 18  Tabela 2: Mínimas e máximas de taxa de crescimento em altura e taxa de emissão de afilhos em capim-elefante BRS Kurumi. Capão do Leão, 2016. Período Taxa de Crescimento (cm/dia) Taxa de Emissão (afilhos/dia)  Mínima Máxima Mínima Máxima 1 -1,53  1,33  0,13 0,80 2 -0,33  2,93  0,00 0,43 3 0,16  1,12  -0,03 0,11  A taxa de crescimento variou de 0,06 a 1,80 cm/dia do primeiro para o terceiro intervalo de avaliação, enquanto que a taxa de emissão de afilhos foi de 0,07 a 0,35 afilhos/dia (Figura 1). A partir da avaliação realizada em 15 de   fevereiro, a produção de afilhos estabilizou, apresentando como menor e maior taxas 0.01 afilhos/dia e 0,11 afilhos/dia, respectivamente; havendo ainda, em algumas plantas, uma taxa negativa (-0.03 afilhos/dia), indicando morte de afilhos (Tabela 2). O crescimento em altura foi representado em grande parte, pelo alongamento de colmos.    Figura 1: Crescimento e emergência de afilhos de capim-elefante BRS Kurumi. Capão do Leão, 2016.     A partir destes dados, acredita-se que o ponto de primeiro corte para a cultivar seria no período citado acima, no qual as plantas chegaram a 53.5cm de altura.   Embora alguns trabalhos citem como período de estabelecimento do capim-elefante em torno de 90 a 100 dias (LÉDO et al, 2003), neste caso o estabelecimento se deu com mudas enraizadas, o que permitiria antecipar o primeiro corte. A recomendação de corte da BRS Kurumi é de 80 cm, porém os dados do presente trabalho sugerem que um corte antecipado, em torno de 30 dias após o estabelecimento, quebrando a dominância apical relativamente mais cedo, poderia estimular o perfilhamento, já que assim o corte ocorreria em uma época de maior incidência de luz. A emissão de afilhos é influenciada diretamente pela luminosidade e pelos nutrientes contidos no solo (N e P) (GOMIDE & GOMIDE).    4. CONCLUSÕES  Existe uma altura de corte recomendada para a cultivar, porém este trabalho sugere que em algumas situações é possível e recomendável que o primeiro corte seja realizado com uma altura menor a fim de estimular o  perfilhamento.      5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  DERESZ,F. Capim-Elefante Manejo em Sistema Rotativo para Produção de Leite e Carne. In: PASSOS, L. P.; CARVALHO, L. de A.; MARTINS, C. E.; BRESSAN, M.; PEREIRA, A. V. (Ed.). Biologia e Manejo do Capim-Elefante. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 1999. 7, p.131–160.   SANTOS. E. A. dos. SILVA. D. S. da. QUEIROZ FILHO, J. L. de. Aspectos Produtivos do Capim-Elefante (Pennisetum purpureum, Schum.) cv. Roxo no Brejo Paraibano. Revista Brasileira de Zootecnia,  v. 30, n.1, p.31-36, 2001. LEITE, R. M. B., QUEIROZ FILHO, J. L., SILVA, D. S. da. Produção e Valor Nutritivo do Capim-elefante Cultivar Cameroon em Diferentes Idades. Agropecuária Técnica , CCA/UFPB – AREIA – PB, v.21, n. 1/2, 2000. ELEDO, F.J. da S., PEREIRA, A.V., SOUZA SOBRINHO, F. de. BROTEL, M. de A., OLIVEIRA, J. S. e, XAVIER, D. F., ITALIANO, E.C., FERNNANDES, E. C, PERES, R.M., LEITE, V.B. de O., ALMEIDA, E. X. de, ALENCAR, J. A. de, DUBEUX JUNIOR, J. C.B., LIMA, G. F. da C., ABREU, J. G. de. Seleção de clones de capim-elefante avaliados em diferentes regiões brasileiras. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIENDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA , 40., 2003, Santa Maria, RS. Otimizando a produção animal: Anais.  Santa Maria: SBZ: UFSM, 2003.  RUPOLLO, C. Z., FERNANDES, S. B. V., UHDE, L. T., BRONZATTI, R., LONDERO, A. L., SCHIAVO, J. Produção e Qualidade de Capim Elefante Anão no Terceiro Ano de Produção. In: XXI SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, Ijuí, RS, 2003. COSTA, M. F. da., UHDE, L. T., SCHIAVO, J., KRAHN, J. R. T., GIACOMINI, I. L., FURLAN, R. L. S. Produção De Matéria Seca Total e de Lâmina Foliar de Capim-Elefante Anão Cultivares Mott e Brs Kurumi. In: V SEMINÁRIO DE INOVAÇÃO E TECNOLOGIA.  Ijuí, RS, 2015.  LOPES, B. A., O Capim-elefante. In: Seminário apresentado à disciplina ZOO, 645., 2004, Viçosa, RS. Métodos nutricionais e alimentação de ruminantes. Universidade Federal de Viçosa, Centro de Ciências Agrárias – Departamento de Zootecnia. ACUNHA, J. B. V., COELHO, R. W. Efeito da Altura e Intervalo de Corte do Capim-elefante Anão. Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/AI-SEDE/5891/1/pabJAN13.pdf>. Acesso em: 02 de agosto de 2016.  GOMIDE, J. A., GOMIDE, C. A. de M. Utilização e Manejo de Pastagens. Disponível em: <http://javali.fcav.unesp.br/sgcd/Home/departamentos/zootecnia/ANACLAUDIARUGGIERI/manejopastagens_gomide_.pdf>. Acesso em: 02 de agosto de 2016.   GOMIDE, C. A. de M., PACIULLO, D. S. C., LÉDO, F. J. da S., PEREIRA, A. V., MORENZ, M. J. F., BRIGHENTI, A. M. Informações Sobre a Cultivar de Capim-elefante BRS Kurumi . Juíz de Fora, MG, 2015. 

Período de estabelecimento e manejo do capim-elefante BRS Kurumi em plantio tardio.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1063091/1/Cnpgl2016ArtAnaisCICUFPELPeriodo.pdf

Período de estabelecimento e manejo do capim-elefante BRS Kurumi em plantio tardio.

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