O trabalho teve o objetivo de avaliar o desenvolvimento vegetativo inicial de laranjeira Natal CNPMF sob diferentes porta-enxertos de citros nas condições de Semiárido Cearense

BASTOS, D. C.

SILVA, A. C. C. e

SOBRA JUNIOR, C. A.

SOMBRA, K. E. S.

UCHÔA, C. do N.

Portuguese

Repository Open Access to Scientific Information from Embrapa

 1   1 Graduando em Agronomia, Instituto Federal do Ceará (IFCE), e-mail: kassioewerton@hotmail.com; 2 D.Sc. em Fitopatologia, Instituto Federal do Ceará (IFCE), e-mail: cleilson_uchoa@yahoo.com.br;  3 Mestrando em Ciência Animal, UFERSA, e-mail: carlossombra92@gmail.com;  4 Graduando em Agronomia, Instituto Federal do Ceará (IFCE), e-mail: alexandrecaiquee@live.com;  5 D.Sc. em Fisiologia Vegetal, Embrapa Semiárido, e-mail: debora.bastos@embrapa.br. AVALIAÇÃO BIOMÉTRICA DE LARANJEIRA ‘NATAL’ SOB DIFERENTES PORTA-1 ENXERTOS EM ESPAÇAMENTO ADENSADO NO SEMIÁRIDO DO CEARÁ 2  3 KÁSSIO EWERTON SANTOS SOMBRA 1; CLEILSON DO NASCIMENTO UCHÔA 2; 4 CARLOS ANTÔNIO SOMBRA JUNIOR 3; ALEXANDRE CAIQUE COSTA E SILVA 4, 5 DEBORA COSTA BASTOS 5 6  7 INTRODUÇÃO 8 O Brasil é o maior produtor mundial de laranjas doces [Citrus sinensis (L.) Osbeck], sendo a 9 citricultura uma cadeia produtiva presente em todos estados brasileiros, no desenvolvimento de 10 pequenas e médias propriedades da região Nordeste, segunda maior produtora de citros do país 11 (ALMEIDA & PASSOS, 2011; IBGE, 2015). Uma das principais vulnerabilidades da citricultura é 12 a baixa diversificação de combinações de copa/porta-enxerto. Os porta-enxertos devem apresentar 13 resistência ou tolerância aos estresses bióticos e abióticos, compatibilidade com as copas, além de 14 alta capacidade assimilatória dos nutrientes do solo, influenciando desde o porte das árvores, a 15 susceptibilidade à doenças, produtividade e qualidade dos frutos (CUNHA SOBRINHO et al., 16 2014; SOARES et al., 2015). A laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ é um clone nucelar de laranjeira 17 'Natal', obtido na Embrapa Mandioca e Fruticultura, que apresenta porte médio, frutos de forma 18 arredondada, poucas sementes, com casca ligeiramente rugosa, amarela uniforme e polpa alaranjada 19 intensa, com maturação tardia, atendendo tanto ao mercado de fruta fresca como à indústria de 20 processamento de suco (PASSOS et al., 2015).  21 O trabalho teve o objetivo de avaliar o desenvolvimento vegetativo inicial de laranjeira ‘Natal 22 CNPMF 112’ sob diferentes porta-enxertos de citros nas condições de semiárido cearense. 23  24 MATERIAL E MÉTODOS 25 Os experimentos foram realizados em um pomar de citros situado no sítio Pau Branco, em 26 Russas, nas coordenadas geográficas 4° 53' 0.10" S, 37° 55' 1.20" O, com altitude aproximada de 27 19m. As mudas foram disponibilizadas pela Embrapa Semiárido e pela Embrapa Mandioca e 28 Fruticultura. Adotou-se Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC), em esquema 6 x 4, 29 utilizando combinações de laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ enxertada sob seis porta-enxertos e 30 2  quatro repetições, listando-se: T1 – Limoeiro ‘Cravo Santa Cruz’; T2 - Citrandarineira ‘San Diego’; 31 T3 - Citrandarineira ‘Indio’; T4 - Citrandarineira ‘Riverside’; T5 - Citrumeleiro 'Swingle 4475' e T6 32 - Híbrido 059 [TSKC x (LCR x TR) ]. As mudas foram plantadas em covas de 40 x 40 x 40cm, com 33 espaçamento de 5 x 2m em Vertissolo Hidromórfico Órtico Típico (SiBCS) previamente 34 mecanizado e corrigido. Adotou-se manejo convencional. Realizaram-se biometrias aos 18, 24, 30 e 35 36 meses após o transplantio, mensurando-se altura (h) e os diâmetros de copa nos sentidos entre 36 plantas e entre linhas (Dl e Dr). O volume da copa (V3) foi calculado utilizando a fórmula: V3 = 37 (π/6) x H x Dl x Dr, descrita por Fallahi & Rodney (1992). Mensurou-se o diâmetro do caule 10 cm 38 abaixo e acima do ponto de enxertia, calculando-se a razão entre os diâmetros de caule de porta-39 enxerto e enxerto, sendo a compatibilidade plena equivalente a 1 (RODRIGUES et al., 2016) 40 Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e nos casos de 41 diferença significativa, comparou-se as médias aplicando-se o Teste de Scott-Knott ao nível de 5% 42 de probabilidade (p ≤ 0,05), utilizando-se software estatístico ASSISTAT® (SILVA, 2014). 43  44 RESULTADOS E DISCUSSÃO 45 Não se constatou diferença significativa para a razão de compatibilidade (IC) entre os porta-46 enxertos e a copa de laranjeira ‘Natal CNPMF 112’, obtendo-se valores de IC superiores a ‘0,70’ 47 em todas as combinações, ressaltando-se T4 - LN112 x CR e T6 – LN112 x TST, com IC de 0,89 e 48 0,90, respectivamente.  Rodrigues et al. (2016) obtiveram resultados similares, avaliando quatro 49 copas e 14 porta-enxertos de citros, com apenas 90 dias de avaliação, indicando alta afinidade entre 50 a copa e os porta-enxertos. Constatou-se diferença significativa para o desenvolvimento vegetativo 51 da laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ sob os diferentes porta-enxertos, (Figuras 1, 2 e 3).  52  53 Figura 1– Desenvolvimento das alturas (h) de laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ enxertada em 54 diferentes porta-enxertos, Russas – CE, 2016. 55  56 0.000.200.400.600.801.001.201.401.601.802.0018 24 30 36Volume de copa (m3)Meses após o transplantioT1 – LN112 x LCSCT2 – LN112 x CSDT3 – LN112 x CIT4 – LN112 x CRT5 – LN112 x H059T6 – LN112 x TSTT1 – LN112 x LCSCT2 – LN112 x CSDT3 – LN112 x CIT4 – LN112 x CRT5 – LN112 x H059T6 – LN112 x TST3  As combinações T1 – LN112 x LCSC e T6 – LN112 x TST diferiram estatisticamente das 57 demais combinações, induzindo índices mais elevados, atingindo aos 18 meses altura (h): 58 T1=1,13m e T6=1,05m; diâmetro médio de copa (d2): T1: 1,04m e T6=0,85m; e volume de copa 59 (V3): T1=0,66m3 e T6=0,40m3; os menores valores foram obtidos pela combinação T4 – LN112 x 60 CR, permitindo observar a influência exercida pelos diferentes porta-enxertos sobre o 61 desenvolvimento da copa, mesmo considerando as condições semiáridas e as diferentes exigências 62 da laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ e os porta-enxertos. As combinações T1 – LN112 x LCSC, T3 – 63 LN112 x CI e T6 – LN112 x TST apresentaram maior uniformidade no crescimento ao longo dos 64 36 meses, enquanto a combinação T4 – LN112 x CR apresentou maior recuperação, partindo de 65 0,108m3 para 3,058m3 de volume de copa (V3) aos 36 meses após o transplantio demonstrando uma 66 aceleração no crescimento, porém, não constatou-se diferença significativa em todas as variáveis 67 aos 36 meses, podendo-se atribuir a afinidade copa/porta-enxerto, e adaptação dos porta-enxertos as 68 condições edafoclimáticas do presente estudo, típicas de semiárido (Figura 3) (SOARES et al., 69 2015; RODRIGUES et al., 2016). 70  71 Figura 2– Desenvolvimento dos diâmetros médios da copa (d) de laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ 72 enxertada em diferentes porta-enxertos, Russas – CE, 2016. 73  74 Figura 3– Desenvolvimento do volume da copa (V3) de laranjeira ‘Natal CNPMF 112 sob 75 diferentes porta-enxertos, Russas – CE, 2016. 76 0.000.200.400.600.801.001.201.401.601.8018 24 30 36Volume de copa (m3)Meses após o transplantioT1 – LN112 x LCSCT2 – LN112 x CSDT3 – LN112 x CIT4 – LN112 x CRT5 – LN112 x H059T6 – LN112 x TSTT1 – LN112 x LCSCT2 – LN112 x CSDT3 – LN112 x CIT4 – LN112 x CRT5 – LN112 x H059T6 – LN112 x TST0.000.501.001.502.002.503.003.5018 24 30 36Volume de copa (m3)Meses após o transplantioT1 – LN112 x LCSCT2 – LN112 x CSDT3 – LN112 x CIT4 – LN112 x CRT5 – LN112 x H059T6 – LN112 x TSTT1 – LN112 x LCSCT2 – LN112 x CSDT3 – LN112 x CIT4 – LN112 x CRT5 – LN112 x H059T6 – LN112 x TST4   77 CONCLUSÕES 78 As combinações entre laranjeira ‘Natal CNPMF 112’ e os porta-enxertos: limoeiro ‘Cravo 79 Santa Cruz’ e tangerineira ‘Sunki Tropical’, apresentaram desenvolvimento vegetativo elevado e 80 uniforme durante toda a avaliação, enquanto o citrandarim ‘Riverside’ apresentou maior 81 recuperação, não constatando-se  diferença significativa aos 36 meses, indicando alta afinidade 82 copa/porta-enxerto, além de rápida adaptação e elevado vigor diante das condições edafoclimáticas 83 do semiárido cearense, recomendando-se seu uso em condições de clima e solo similares.  84  85 AGRADECIMENTOS 86 À Embrapa Semiárido, à Mandioca e Fruticultura Tropical, à Secretaria de Agricultura de 87 Russas (SEAGRI) e ao Instituto Federal do Ceará (IFCE). 88  89 REFERÊNCIAS 90 ALMEIDA, C. O. DE; PASSOS, O. S. Citricultura brasileira: em busca de novos rumos 91 desafios e oportunidades na região Nordeste. 1ª ed. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e 92 Fruticultura, 2011. 160p. 93 FALLAHI, E.; ROSS RODNEY, D. Tree size, fruit quality, and leaf mineral nutrient 94 concentration of Fairchild mandarin on six rootstocks. Journal of the American Society for 95 Horticultural Science, Geneva, v. 116, n. 1, p. 2-5, 1991. 96 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Levantamento 97 Sistemático da Produção Agrícola: Pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das 98 safras agrícolas no ano civil - LSPA.  Rio de Janeiro, v. 29. n.1 p.56-83. 2015. 99 PASSOS, O. S. et al. Laranjeira ‘Natal CNPMF 112´. Embrapa Mandioca e Fruticultura-100 Folderes/Folhetos/Cartilhas (INFOTECA-E), 2015. 101 RODRIGUES, M. J. D. S., OLIVEIRA, E. R. M. D., GIRARDI, E. A., LEDO, C. A. D. S., & 102 SOARES FILHO, W. D. S. Citrus nursery tree production using different scion and rootstock 103 combinations in screen house. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 38, n. 1, p. 187-201, 2016. 104 SILVA, F. de A. S. ASSISTAT-Assistência Estatística-versão 7.7. Beta (pt). Programa 105 computacional. Universidade Federal de Campina Grande Campus de Campina Grande-PB, 2014. 106 SOARES, L. A. dos A. et al. Crescimento de combinações copa-porta-enxerto de citros sob 107 estresse hídrico em casa de vegetação. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 108 19, n. 3, p. 211-217, 2015. 109 CUNHA SOBRINHO, A. P..; MAGALHÃES, A. F. de. J.; SOUZA, A. da S.; PASSOS, O. S.; 110 SOARES FILHO, W. dos S. (Ed.). Cultura dos citros. Vol. 1. Brasília, DF: Embrapa, 2013. 399 p. 111 

Avaliação biométrica de laranjeira Natal sob diferentes porta-enxertos em espaçamento adensado no Semiárido do Ceará.

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1056559/1/Debora.trabalho1858.pdf

Avaliação biométrica de laranjeira Natal sob diferentes porta-enxertos em espaçamento adensado no Semiárido do Ceará.

Abstract

Similar works

Full text

Available Versions

Repository Open Access to Scientific Information from Embrapa