Qualidade de vida relacionada com o trabalho : stress e violência psicológica nos enfermeiros

Abstract

No contexto laboral a qualidade de vida dos trabalhadores é influenciada por fatores determinantes como o stresse e a violência psicológica. Pela sua diversidade, os locais de trabalho representam novos desafios e riscos emergentes para os enfermeiros. A complexidade das situações vivenciadas repercute-se a nível individual, organizacional e social. Fundamentado em conceptualizações de qualidade de vida, stresse ocupacional, violência psicológica e estratégias de gestão do stresse este estudo pretende: contribuir para a melhoria da qualidade de vida no trabalho e, por inerência, melhorar os cuidados em saúde prestados pelos enfermeiros proporcionando-lhes alguns recursos que permitam desenvolver capacidades para gerirem o stresse relacionado com o trabalho. O estudo situa-se no paradigma de investigação quantitativo. O desenho é do tipo descritivo, exploratório e correlacional. Desenvolvemos dois estudos transversais e um longitudinal. Efetuámos uma abordagem intrasujeitos em dois momentos distintos, mediados por um intervalo de tempo de seis meses, neste intervalo implementamos um programa psicopedagógico. Participaram Enfermeiros/Alunos de Cursos de Pós-Licenciatura de Especialização em Enfermagem de uma Escola Superior de Enfermagem. A amostra foi constituída por aqueles que aceitaram participar no estudo (N=151). Na recolha de dados aplicámos um questionário sóciodemográfico e profissional, o Short-Form Health Survey (SF36-V1.0), o Inventário de Respostas e Recursos Pessoais (IRRP) e o Negative Acts Questionaire-Revised (NAQ-R). No segundo momento de avaliação os enfermeiros apresentaram melhor perceção de qualidade de vida (valores médios mais elevados mas sem significância estatística). Nas respostas e recursos pessoais constatou-se maior recurso ao Suporte Social e recorreram em média a mais respostas de stresse de: Pressão Excessiva, Distresse e Saúde, Ansiedade e Emocionalidade Disfórica e a Resposta Fisiológica. Apenas nesta última se verificaram diferenças estatisticamente significativas. A prevalência da violência psicológica variou de acordo com o critério utilizado. Na generalidade, os resultados evidenciaram relação entre qualidade de vida, stresse e violência psicológica, no trabalho dos enfermeiros. Assim, como a vantagem de implementação de programas na gestão do stresse laboral. Como sugestões salientamos: desenvolver o estudo com enfermeiros que não se encontrem num percurso académico; desenvolver estudos de prevalência da violência psicológica em diferentes contextos de trabalho de enfermagem e áreas geográficas; desenvolver estudos integrados no paradigma qualitativo no âmbito da violência psicológica e dinamizar a implementação de programas de gestão de stresse laboral no contexto de trabalho dos enfermeiros.In a organizational context worker’s quality of life is influenced by determinant factors such as stress and psychological violence. Due to its diversity, workplaces represent new challenges and risks for nurses. The complexity of experienced situations have crucial effects at individual, organizational and social level. Based on the conceptualizations of quality of life, occupational stress responses, psychological violence and stress management strategies, this study aims to improve quality of life at work. Thus improving health care provided by nurses, enhancing their resources, and allowing them to develop skills to manage work related stress. The study is based on quantitative research method with a descriptive, exploratory and correlational design. We developed one longitudinal studie two cross sectional. We used a within subjects approach in two different moments, mediated by a six month interval. In this interval we implement a psychopedagogical program. Participants in these studies were Nurses/Students of the Post Graduated Course of a College of Nursing (N=151) who agreed to participate. Data was collected using an applied socialdemographic and professional questionnaire, the Short-Form Health Survey (SF36-V1.0), the Inventário de Respostas e Recursos Pessoais (IRRP) and Negative Acts Questionnaire-Revised (NAQ-R). At the second evaluation moment nurses presented a better perception of quality of life (higher average values but not statically significant). In Inventário de Respostas e Recursos Pessoais an increase use of Social Support was observed and the most prevalent answers to stress were: Excessive Pressure, Distress and Health, Anxiety and Dysphoric Emotionality and finally Physiological Answer. Statistically significant differences were only found in the last one. The prevalence of psychological violence varied according to the used criteria. Overall, results showed relation between quality of life, stress and psychological violence in nurses’ work, as well as the benefit of the implementation of work stress management programs. Future research should be done with nurses exclusively in practice context. Furthermore, studies should be developed looking at the prevalence of psychological violence in different context of nurse work and geographical areas. Finally research should combine a qualitative analysis in the extent of psychological violence and promote the implementation of work stress management programs in the context of nurses’ workplace

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