Padrões de vinculação em crianças com perturbação da relação e da comunicação : Estudo comparativo com 8 crianças

Abstract

Dissertação de Mestrado apresentada ao ISPA - Instituto UniversitárioA vinculação é definida como um laço afectivo particular que a criança pequena cria com a sua mãe. Este laço é mediado por um conjunto de comportamentos de orientação social que levam à interacção entre a mãe e o bebé. As crianças autistas mostram poucas competências na produção de respostas afectivas ajustadas e caracterizam-se por marcadas dificuldades nas áreas da interacção social e da comunicação. Assim, durante muito tempo associou-se ao autismo, uma incapacidade de criar relações de vinculação. O presente estudo tem como objectivo avaliar a qualidade das relações de vinculação em crianças autistas. A amostra é constituída por 8 crianças, com idades compreendidas entre os 27 e os 42 meses, com o diagnóstico de “Perturbação da Relação e da Comunicação”. Os sujeitos foram divididos em dois grupos, de acordo com a variável “intenção comunicativa” avaliada através da Escala de Comunicação Pré-Verbal (Kiernan & Reid, 1987). Assim, quatro sujeitos apresentavam capacidade para comunicar de forma intencional com os outros, e os restantes ainda não haviam adquirido essa competência. Compararam-se os dois grupos em relação à qualidade da vinculação que foi avaliada através do procedimento da Situação Estranha (Ainsworth et al., 1978). Os resultados apontam para a existência de uma relação positiva entre a qualidade da vinculação e a intenção de comunicar. Os resultados mostram, também, um predomínio das relações de vinculação inseguras (ambivalentes e evitantes). As crianças que têm relações de vinculação inseguras tendem a exibir menos comportamentos de orientação social, como a interacção à distância.ABSTRACT: Attachment is conceptualized as an affectional tie between the child and her mother. This tie is mediated by a set of behaviours that promote social interaction between de dyad. The autistic children show poor coordination of affective response and impairment in social interactions and communication. This social impairment is core to autism. For a long time, the inability to form attachment relationships was seen as one of the characteristics of autism given the core problems in social interaction and communication. This study assessed attachment in 8 children diagnosed with disorders of relating and communication with ages between 27 and 42 months, with the Strange Situation Procedure (Ainsworth et al., 1978). This sample was separated in two groups, according to the values of the variable “Intentional Communication” assessed with Scale of Pre-Verbal Communication” (Kiernan & Reid, 1987) – 4 subjects were able to communicate intentionally with others while the rest didn’t have show this ability yet. The results indicate a positive relation between the quality of attachment and the ability to communicate intentionally. Results also show a predominance of insecure attachment (avoidance and resistant) in this sample, that also influences the behaviour of the child with and without intentional communication. Quality of attachment was related with the intentional communication and the results show a predominance of insecure (avoidant and resistant) attachment. The quality of attachment influences the behaviour of child: children with insecure attachment show less interactive behaviours

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