A presente investigação qualitativa e exploratória tem a finalidade de
caracterizar as percepções de meninas pré-adolescentes relativas ao pai e à relação com
o pai, assim como a sua mudança. Estuda assim, o discurso descritivo de um grupo de
catorze meninas de doze anos e um grupo de catorze meninas de treze anos, buscando
uma comparação entre estes dois grupos.
A partir destas percepções avalia como cada menina vivência, sente,
conceptualiza e experimenta a relação com o pai.
Foram realizadas vinte e oito entrevistas semi-directivas (individuais) que
posteriormente foram tratadas por análise de conteúdo.
Os resultados encontrados vão no sentido de confirmar a mudança relacional que
se dá no período da pré-adolescência. Assim, verifica-se que nesta fase há o
ressurgimento da problemática edipiana e um progressivo reconhecimento, dos doze
para os treze anos, da mudança na relação com o pai. Constata-se ainda que aos treze
anos as meninas apresentam uma maior individuação, pois apesar da relação nos dois
grupos ser considerada, na sua maioria como positiva e afectiva, encontrou-se, nos doze
anos, uma maior dificuldade em definir o pai e a sua relação com este. Aos treze anos,
os limites são sentidos como mais restritivos associados a um maior desejo de
autonomia, existindo assim, mais conflitos com o pai, bem como um maior desejo de
mudança relacional comparativamente com os doze anos.ABSTRACT: The present qualitative and exploratory investigation has the purpose of
characterize pre-ten´s girls perceptions related to their father and the relation with him,
as well as it´s changing. It studies the descriptive speech of a group of fourteen twelve´s
year´s old girls and a group of fourteen thirteen´s year´s old girls, searching for a
comparison between these two groups.
From these perceptions it evaluates how each girl lives, feels, conceptualizes and
experiments her daughter-father relation.
Twenty eight semi-directives (individuals) interviews were made that later were used
for containment analysis.
The results found confirm the relational changing that happens in the early
adolescence period. Being so we can verify that on this phasis it happens a reappearance
of the oedipus complex and a progressive recognition, from age twelve to age thirteen
of the relation towards the father changing. It is also clear that at age thirteen girls show
a bigger individuation, although the relation on the two groups being considered in its
majority as positive and affective, was also noticed on twelve´s girls, a major difficulty
on defining the daughter-father relation. At age thirteen, the limits are felt as more
restricted and associated to a bigger autonomy urge, existing then more conflicts with
the father as well as a bigger urge of relational changing comparing to the twelve years
old girls