Aspectos acústicos do comportamento dos golfinhos

Abstract

Este artigo pretende apresentar uma recolha bibliográfica de alguns dados e hipóteses relativos a adaptações sensoriais e comunicativas dos cetáceos, particularmente dos golfinhos. São consideradas as suas capacidades perceptivas e as potencialidades dos canais de comunicação de que dispõem, sendo realçada a sua considerável especialização na utilização do canal acústico. Depois de uma breve referência às suas capacidades auditivas concretas e às teorias explicativa da produção de vocalizações pelos golfinhos, sistematiza-se uma classificação dos sons por eles produzidos. São descritas características acústicas das vocalizações, sendo também discutidas as suas possíveis funções e a sua combinação com outros tipos de sinais no decurso das interacções sociais. Enquanto os trens de impulsos curtos ou estalidos são usados sobretudo na ecolocação, os estalos e os assobios, bem como alguns sons não-vocais, assumem fundamentalmente funções comunicativas. São ainda referidas questões metodológicas relacionadas com o estudo acústico das vocalizações dos cetáceos, sendo comparadas as vantagens e as desvantagens do trabalho no meio natural e em situações de cativeiro. ------ ABSTRACT ------ This paper presents a literature review of some data and hipotheses on perceptual and communicative adaptations of cetaceans, particulary of dolphins. Their perceptive capabilities and the comparative possibilities of the communication channels available to them are discussed, and their considerable specialization in the use of the auditory channel is stressed. After a brief review of their specific auditory capabilities and a reference to the theories of sound production by dolphins, a classification of their sounds is presented. Some acoustical characteristics of their vocalizations are described, and their possible functions and combination with other of signals used in social interactions are discussed. While click trains are mainly used in echolocation, burst-pulses and whistles, as well as some non-vocal signals, have a predominant communicative function. A reference is also made to the methods used in the acoustical study of cetacean vocalizations, with a comparison of the pros and cons of recording in the wild or in captivity

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