O presente estudo teve como objectivo analisar os resultados da
tradução/adaptação cultural da Escala de Ajustamento Mental ao Cancro de um Familiar
(EAMC-F) e estudar as suas propriedades psicométricas. O instrumento original,
denominado Mental Adjustment to Cancer Scale-Partner (MAC-P), foi desenvolvido
por Watson e colaboradores, tendo por base a Mental Adjustment to Cancer Scale (MAC
Scale), com o objectivo de avaliar as estratégias de coping e reacções emocionais à
doença oncológica do(a) parceiro(a). A versão original foi traduzida para o idioma
Português, sendo substituídas as palavras “cancro” por “doença” e “parceiro” por
“familiar”, com vista a uma melhor aceitabilidade nos serviços de saúde e à sua aplicação
mais alargada ao núcleo familiar. Foi aplicada a uma amostra de 179 familiares de
doentes oncológicos com diferentes localizações anatómicas, 6 a 9 meses após
diagnóstico médico. Após análise de componentes principais e validade convergente-
-discriminante dos itens, foram excluídos 13 itens da escala original, ficando a EAMC-F
constituída por 27 itens. A escala é composta por quatro componentes, que descrevem os
principais estilos de confronto com a doença (Desânimo/Fatalismo; Espírito de Luta;
Preocupação Ansiosa/Revolta e Aceitação/Resignação). Os resultados indiciam estarmos
perante uma escala fiável, válida e sensível. Concluímos que EAMC-F constitui um
instrumento independente e específico, indicado para a avaliação das estratégias
utilizadas pelos familiares de doentes oncológicos e suas respostas emocionais, embora
se sugira a necessidade de novos estudos de revalidação. ------ ABSTRACT ------ The aim of this study is to analyse the results of the translation/cultural
adaptation of The Mental Adjustment Scale to the Cancer Scale Partner (EAMC-F) and
to study its psychometric properties. The original framework, called Mental Adjustment
to Cancer Scale-Partner (MAC-P) was developed by Watson and his collaborators with
the basis of a Mental Adjustment to Cancer Scale (MAC Scale), in order to evaluate the
strategies of coping and the emotional reactions to the cancer illness of the partner. The
original version was translated into Portuguese, replacing the words “cancer” by
“illness” and “partner” by “familiar” in order to have a better acceptance in health
services and a higher application in the familiar group. It was applied to a sample of 179
familiars of cancer patients with different anatomic localizations, six or nine mouths
after the medical diagnosis. After a Principal Components Analysis and convergentdiscriminant
validity of the items, 13 items are excluded from the original scale, staying
the EAMC-F with 27 items. The scale is made up of four components that describe the
main styles of confrontation with the illness (Hopeless/Fatalism; Fighting Spirit; Anxious
Preoccupation/Disgusting and Acceptation/Resignation). The results show that we have a reliable, valid and sensitive scale. We conclude that EAMC-F is an independent and specific framework recommended to evaluate the strategies used by the familiars of
the cancer patients and their emotional answers. However, we recommend the necessity
of new revalidation studies