research

Burnout nos enfermeiros de cuidados paliativos

Abstract

Contextualização: Entre os vários fatores que concorrem para as fortes exigências emocionais provocadas pelas situações limite dos doentes em cuidados paliativos, pode destacar-se o stresse profissional que, ao persistir ao longo do tempo, pode conduzir a descompensação física e psicológica, denominada por burnout. Métodos: Realizou-se um estudo não experimental, de natureza quantitativa, do tipo causal comparativo e explicativo, no qual participaram 55 enfermeiros a exercer em cuidados paliativos. Para a mensuração das variáveis utilizou-se um instrumento de medida, de reconhecida fiabilidade: MBI (Maslach Burnout Inventory). Traçámos assim como objetivo geral do nosso trabalho conhecer a incidência dos níveis da síndrome de Burnout nos enfermeiros de Cuidados Paliativos que trabalham nas Unidades do Hospital Nossa Senhora da Assunção – Seia e do Hospital de Tondela. Resultados: Constatou-se que as variáveis sexo, idade, estado civil, tempo de exercício profissional, situação contratual/tipo de vínculo e trabalhar por turnos não interferiram nos níveis de burnout dos participantes. Contudo, verificou-se que os enfermeiros que têm um duplo emprego possuem níveis mais elevados de burnout na subescala “Exaustão Emocional” e que os enfermeiros que não se encontram nesta situação laboral possuem níveis mais elevados de “Realização Profissional” e de “Despersonalização”. Registaram-se diferenças estatisticamente significativas entre a subescala “Despersonalização”, (t=-2,506; p=0,018) e o facto de se ter um duplo emprego, o que resultou na aceitação da hipótese para esta subescala. Conclusão: As evidências encontradas neste estudo fornecem indicadores de que os enfermeiros que trabalham em cuidados paliativos e tem duplo emprego apresentam alguma morbilidade psicossocial, devido à complexidade das situações com que se deparam diariamente, em relação aos doentes e seus familiares, resultando em burnout. Palavras-chave: Enfermeiros; Cuidados Paliativos; Burnout.ABSTRACT Background: Among the various factors that contribute to the strong emotional demands caused by the extreme situations of patients in palliative care, can stand out work-related stress that by persisting over time, can lead to physical and psychological decompensation, called a burnout. Methods: This was a non-experimental, quantitative, type causal comparative and explanatory, which was attended by 55 nurses to practice in palliative care. For the measurement of variables used a measuring instrument with recognized reliability: MBI (Maslach Burnout Inventory). We traced well as general objective of our work to know the incidence levels of burnout in nurses Palliative Care Units working in the Hospital Our Lady of the Assumption - Seia and Hospital Tondela. Results: It was found that gender, age, marital status, length of professional practice, contractual status / type of bond and shift work did not interfere with participants' levels of burnout. However, it was found that nurses who have a dual employment have higher levels of burnout in the subscale "Emotional Exhaustion" and that nurses who are not working in this situation have higher levels of "Professional Achievement" and "depersonalization" . There were statistically significant differences between the subscale "Depersonalization"”, (t=-2,506; p=0,018) and the fact of having a dual employment, which resulted in the acceptance of the hypothesis for this subscale. Conclusion: The evidence from this study provide indications that nurses working in palliative care and have two jobs, have some psychosocial morbidity due to the complexity of the situations they face daily in relation to patients and their families, resulting in burnout. Keywords: Nurses, Palliative Care, Burnout

    Similar works