A influência da dor na depressão nos doentes em cuidados paliativos

Abstract

Muitos profissionais de saúde assumem intrinsecamente que é natural a pessoa estar deprimida quando se vê confrontada com a iminência da morte. Mas a depressão é uma condição tratável e cabe aos profissionais estarem capacitados para a sua identificação e tratamento precoce. Em cuidados paliativos a depressão e a dor são duas entidades frequentemente presentes e a sua relação de reciprocidade é controversa. Contudo, ninguém duvida do impacto negativo que causa na qualidade de vida e no sofrimento dos doentes e família. O presente estudo teve como objectivo identificar qual a influencia da dor na depressão nos doentes em cuidados paliativos. Estudo de cariz transversal, descritivo-correlacional, com colheita de dados por formulário, recorrendo-se à Escala Visual Analógica para avaliação da intensidade da dor e ao Inventário de Depressão de Beck para determinar a depressão. Foi critério de exclusão os doentes com alterações neurológicas incapacitantes de responder às questões. Amostra não probabilística, constituída por 50 doentes internados nas Unidades de Cuidados Paliativos de Cantanhede e Seia, no período de 24 Janeiro a 30 Junho de 2011, sendo 26 mulheres e 24 homens com idades compreendidas entre os 41 e os 95 anos. Os dados obtidos permitiram traçar o perfil sócio-demográfico médio dos doentes estudados, caracterizado como indivíduo de 72 anos, reformado, a residir com familiares em meio rural, casado ou a viver em união de facto e com o ensino básico. A maioria dos doentes apresentou sintomatologia depressiva (92.0%). No momento da recolha de dados 60% dos doentes revelou ter dor e destes 76,7% classificou-a de moderada. Assim, podemos inferir que a dor e a depressão estão intimamente relacionadas. A presença de dor é preditiva da depressão, no entanto os dados obtidos foram insuficientes para comprovar a relação entre a intensidade da dor e a depressão. Palavras-chave: Depressão; Dor; Cuidados Paliativos.ABSTRACT Many health professionals intrinsically assume that is natural to be depressed when someone is confronted with the imminence of death. However it’s important to know that it is a treatable condition and it’s up to professionals to be able for their identification and early treatment. In palliative care, depression and pain are two entities often present and their mutual relationship is controversial. But no one doubts about the negative impact on life quality and in patient and family’s suffering. The present study as objective identifies the influence of pain on depression in patients with palliative care. Cross-sectional study, descriptive and correlational, performed a data collection through a form, where were used the Visual Analog Scale to assess pain intensity and the Beck Depression Inventory to determine depression. Exclusion criteria were patients who presented disabling neurological disorders to answer the questions. The non-probabilistic sample was composed of 50 patients admitted in the Palliative Care Unit of Cantanhede and Seia from 24 January to 30 June 2011, with 26 women and 24 men aged between 41 and 95 years old. It was possible to trace the average socio-demographic profile of the patients studied, we have a subject with about 72 years old, retired, living with relatives in rural areas, married or living together and with basic education. The majority of patients had depressive symptoms (92.0%). During the collection of data 60% of patients revealed to be in pain and of these 76.7% classified it as moderate. So we can infer that the pain and depression are closely related. The presence of pain is predictive of depression however the available data were insufficient to prove the relationship between pain intensity and depression. Key Words: Depression; Pain; Palliative care

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