Tecnologia Apropriada: uma Modesta Apresentação de Pequenos Casos

Abstract

Este artigo é uma narrativa sobre a trajetória do fenômeno das tecnologias apropriadas, a partir de sua origem na Índia até o Brasil do primeiro decênio do século XXI, por meio da qual se pretende responder duas questões: Qual o caminho ou quais os descaminhos percorridos pela ideia de tecnologia apropriada desde os anos 50? Qual a pertinência em se resgatar o debate sobre tecnologia apropriada? No Brasil, a narrativa é construída a partir de três experiências: município de Lages (SC); estado de São Paulo, no governo de Franco Montoro (SP); Distrito Federal, no governo de Cristovam Buarque. A partir do ano 2000 muitas dessas práticas começaram a ser identificadas como tecnologia social. Neste longo percurso, ocorrem dois movimentos: a prática desconhecia o nome; e a prática é reconhecida como tecnologia social. Em ambos, a ideia de tecnologia apropriada não é explícita. Os ensinamentos das experiências de Lages, São Paulo e Distrito Federal foram esquecidos. O esquecimento não é gratuito e se justifica pelas seguintes hipóteses: ausência de criatividade; disseminação de práticas onerosas; racionalidade política eleitoral dependente de vultosos recursos financeiros. Muito desse “esquecimento” também foi resultado, entre outras coisas, de uma desarticulação dos atores que promoveram tais experiências, bem como de uma transformação do mindset dos gestores públicos. Para recuperarmos as possibilidades de uso das tecnologias apropriadas, faz-se necessária uma retomada na formação de gestores menos identificados com métodos orientados para soluções de mercado e mais orientados para as necessidades concretas das pessoas e dos territórios

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