BRUNETTO, G.

DAL MAGRO, R.

FREITAS, R. F.

MELO, G. W. B. de

RODHIGUERO, K.

SETE, P. B.

Portuguese

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  1 Estudantes de Eng. de Bioprocessos e Biotecnologia (UERGS); Bolsistas Embrapa; renandalm@yahoo.com.br; rfernandofreitas@yahoo.com.br; 2 Estudante de Engenharia Química (UCS); bolsista Embrapa; karodighero@yahoo.com.br; 3 Eng. Agr. Mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Agroecossistemas CCA/UFSC; paulasete@gmail.com; 4 Pesquisador Solos e Nutrição Vegetal (CNPUV); george@cnpuv.embrapa.br; 5 Professor adjunto da UFSC; brunetto.gustavo@gmail.com. O USO DE COMPOSTO ORGÂNICO PODE INFLUENCIAR A QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DO FRUTO DO PESSEGUEIRO?  RENAN DAL MAGRO 1; RAFAEL FERNANDO FREITAS 1; KARINE RODHIGUERO 2; PAULA BEATRIZ SETE 3; GEORGE WELLINGTON MELO 4; GUSTAVO BRUNETTO 5  INTRODUÇÃO A região da Serra Gaúcha tem na agroindústria um forte componente econômico. Ali se encontram as principais indústrias de suco e vinho do RS. A produção anual brasileira de pêssego é de 220.739 Mg e o estado do Rio Grande do Sul é o maior produtor, com produção de 132.874 Mg em área plantada de 14.840 ha (IBGE, 2010). O beneficiamento das frutas geram resíduos orgânicos que, se não tiverem uma destinação adequada, tem alto potencial para contaminar o meio ambiente. Um dos meios de destinação correta é a transformação dos resíduos em compostos orgânicos para serem utilizados com fertilizantes e/ou condicionadores de solo. A adubação orgânica utilizada no campo aumenta a qualidade do fruto e o rendimento das cultivares. O uso da adubação orgânica apresenta melhora significativa nas propriedades químicas, físicas e biológicas do solo (OLIVEIRA et al.; 2006), como o aumento da permeabilidade do solo, capacidade de absorção de água e redução da coesão do solo. Turco e Blume (1998) consideram a matéria orgânica do solo como um dos mais importantes indicadores da qualidade do solo, tendo em vista que é essencial em todos os processos. O adubo orgânico também é fonte de nutrientes, pois contém todos os elementos essenciais à vida da planta, mesmo que estes se apresentem em baixas concentrações. Favorecem também a absorção dos nutrientes existentes ou adicionados no solo, por fornecer quininas que aumentam a respiração das plantas (SANTOS; MEDEIROS, 2005). O objetivo desde experimento foi avaliar a influência da aplicação de doses crescentes de composto orgânico nas características de pH, teor de sólidos solúveis e acidez dos frutos do pessegueiro.  MATERIAL E MÉTODOS 6358  O experimento foi conduzido na EMBRAPA Uva e Vinho, localizada na cidade de Bento Gonçalves – RS, tendo como coordenadas 29° 09' S de latitude sul, 51° 31' O de longitude e a uma altitude aproximada de 640 m. O experimento foi desenvolvido a campo, sob um neossolo, cujos atributos químicos e físicos se observam na Tabela 1. A cultivar utilizada foi a Chimarrita, enxertada no porta-enxerto Capdeboscq. O experimento foi implantado no ano de 2008, em espaçamento de 4 m x 1,5 m. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com três repetições e três plantas úteis por parcela. Os tratamentos T1, T2, T3 e T4 constaram de quatro doses de composto orgânico: 18, 36, 72 e 144 litros por planta, respectivamente, e um tratamento testemunha (T0) onde, anualmente, se aplicou 30 Kg ha-1 de Nitrogênio (ureia). Nas safras de 2010 e 2011 se fez a avaliação das qualidades físico químicas dos frutos (pH, teor de sólidos solúveis e acidez). As análises foram realizadas, no mesmo dia da colheita dos frutos, nos Laboratórios de Análises de Solos e Tecidos (LAST) e Pós-Colheita da Embrapa Uva e Vinho. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e, quando os efeitos foram significativos, foram ajustadas equações de regressão, testando-se os modelos lineares com significância maior que 95%.  Tabela 1 – Atributos químicos e físicos do solo na data de implantação do experimento Profundidade Argila pH  SMP P  K  M.O  Al  Ca Mg  cm g kg-1   --- mg dm-3 --- g kg-1  --------- mmolc dm-3 ---------- 0 a 5 307 5,9 6,37 11,06 283,95 28 0,23 72,04 23,37 5 a 10 297     5,77 6,33 7,94 181,87 27,14 0,27 77,37 23,99 10 a 20 320 5,5 6,07 6,96 157,97 24,48 2,87 72,84 23,23  O teor de sólidos solúveis (ºBrix) do suco dos frutos foi determinado utilizando-se um refratômetro digital. A acidez foi determinada através de titulometria de neutralização, onde foram esmagados frutos do mesmo tratamento e deles retirados 10 mL de suco. Foram adicionados 90 mL de água destilada e 2 a 3 gotas de fenolftaleina a 1 %. A titulação foi feita com hidróxido de sódio 0,1 N, aplicado até que a solução apresentasse uma tonalidade rósea. O volume gasto, em mL, representa a acidez (GARRIDO; ROMBALDI, 2003). As determinações do pH foram realizadas de acordo com o protocolo descrito por Tedesco et al. (1995).  RESULTADOS E DISCUSSÃO 6359   Na safra 2010 (Tabela 2) o aumento da dose de composto orgânico não influenciou significativamente o pH, a acidez e o teor de sólidos solúveis (oBrix) do suco dos frutos. Na safra de 2011 não foi observada diferenças significativas para a variável pH. No entanto, os valores de acidez e sólido solúveis (oBrix) foram significativamente afetados pela dose de composto orgânico. A acidez aumentou e o oBrix diminuiu com o aumento da dose de composto orgânico. Essa relação pode ser devido ao teor de nitrogênio contido nas doses de composto, que acarretou atraso na maturação dos frutos.  Tabela 2 – Valores de pH, Teor de Sólidos Solúveis e Acidez Titulável nos anos de 2010 e 2011 Tratamento Ph Acidez Titulável Teor de Sólidos Solúveis  2010ns 2011 ns 2010 ns 20111 2010 ns 20112 T0 3,58 3,66 10,90 13,60 8,40 10,77 T1 3,56 3,67 11,30 14,54 7,43 10,87 T2 3,56 3,60 11,67 16,70 8,43 10,83 T3 3,61 3,66 12,27 18,90 7,53 10,43 T4 3,61 3,67 11,97 19,64 8,03 9,70 (ns) = não significativo ao nível de 5% de erro; (1) y = 11,72 + 1,65 Dose (R2 = 0,93***); (2) y = 11,25 – 0,24 Dose (R2 = 0,37**).  CONCLUSÕES O aumento da dose de composto orgânico não influencia no pH do suco de pêssego. A safra influenciou nas variáveis acidez titulável e teor de sólidos solúveis. Quando influenciada, ocorre aumento da acidez e diminuição dos teores de sólidos solúveis (o Brix) dos frutos de pêssego.  REFERÊNCIAS GARRIDO, C. L.; ROMBALDI, C. V. Sistema de produção de pêssego de mesa na região da Serra Gaúcha – Manejos pós-colheita de pêssegos. Sistema de Produção, 3. 2003, Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Pessego/PessegodeMesaRegiaoSerraGaucha/manejo.htm. Jan/2003> Acesso em: 13/06. 2012. IBGE. 2010. Disponível em: <http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/protabl.asp?c=1613&z=p &o=24&i=P>. Acesso em: julho de 2012. OLIVEIRA, F.J.M.; FILHO, J.A.; FILHO, E.R.M. Efeito da adubação orgânica sobre a qualidade de frutos de meloeiro. Revista Verde, Mossoró–RN, v.1, n.2, p.81-85, 2006. SANTOS, A. M.; MEDEIROS, A. R. M. Sistema de produção do morango – Nutrição, calagem e adubação. Embrapa Clima temperado. Nov./2005, Disponível em: 6360  <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Morango/SistemaProducaoMorango/cap05.htm> Acesso em: 17/06. 2012. TEDESCO, M. J.; GIANELLO, C.; BISSANI, H. B.; BOHNEM, H.; VOLKWEISS, S. J. Análise de solo, plantas e outros materiais. 2ª ed rev. e ampl., Porto Alegre – RS, Departamento de Solos, UFRGS, 1995, 120p. TURCO, R.F. & BLUME, E. Indicators of soil quality. In: Reunião Brasileira de Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas, 23, Lavras, 1998. Anais. Lavras, UFLA/SBCS/SBM, 1998. 836p. 6361

O uso de composto orgânico pode influenciar a qualidade físico-química do fruto do pessegueiro?

http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/944938/1/Magro22CBF201263586361.pdf

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