Comumente as pessoas solteiras são interpeladas sobre os motivos pelo não casamento, num contexto em que, apesar de diversas mudanças no campo da intimidade, ainda se espera que adultas/os se casem. Com base em estudo de tese sobre o tema da solteirice em Salvador, este texto apresenta os principais motivos para a solteirice, declarados por adultas/os solteiras/os de classe média e que moram sozinhas/os na capital baiana, discutindo também a relação destes com os motivos por morar só e o que esta dupla condição de solteira/o e morar só proporciona. O estudo utiliza de uma perspectiva feminista, tendo a categoria gênero como base para análise dos dados, de modo interseccionalizado com outras categorias como classe, raça, geração, sexualidade e territorialidade. Faz uso de métodos mistos com uma combinação de instrumentos: questionário, grupos focais, entrevistas biográficas e observações de campo. Os achados colaboram para refletir as diferenças e proximidades de gênero nos motivos pela solteirice, prevalecendo motivos relacionais para as mulheres e a escolha convicta pela solteirice para os homens, e apesar da espera ou busca por uma/um parceira/o e uma relação ideal, a vida como uma pessoa solteira e que mora sozinha parece ser satisfatória