No contexto do trabalho imaterial de modelos de moda, objetivou-se apresentar a fotografia como recurso metodológico e analítico central à discussão. Considerou-se a fotografia um valioso elemento visual que tem efeito sobre o espectador que a vê, indo além de um caráter meramente ilustrativo ou representativo. Participaram do estudo, oito modelos de moda, os quais, na entrevista, portaram uma fotografia relativa ao seu trabalho, de sua livre escolha. A eles, foi solicitado que falassem livremente a respeito do seu trabalho e de si perante aquela fotografia. Desse modo, escutouse a respeito do trabalho realizado, da mobilização de si e do que viam de si na imagem. Do ponto de vista teórico-metodológico, a fotografia: i) desencadeou indagações que poderiam permanecer insuspeitadas para as pesquisadoras, caso não tivessem sido consideradas para o estudo em questão; ii) apresentou-se como lugar de memórias e recurso disparador da fala, pelo que ela mostrou e, ao mesmo tempo, não mostrou; iii) possibilitou visibilizar o invisível, ao evidenciar o trabalho imaterial como trabalho de si sobre si, resultando corpos correspondentes a padrões físicos estéticos a serviço da produção de valor.