Ott, Carlos

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A construção do edifício da Faculdade de FilosofiaJá que a Faculdade de Filosofia funcionou durante 28 anos no prédio da antiga Escola Normal, na Avenida Joana Angélica — cedido para esse fim pelo Governo do Estado da Bahia — não deixa de ser interessante saber algo sobre a construção desse edifício, tanto mais que sua fachada possui valor artístico.Pesquisando em arquivos baianos, achei alguns documentos va­liosos sobre a construção desta casa, que apresento nas páginas que seguem em primeira mão ao público baiano. Já que atualmente se faz levantamento de edifícios que devam ser tombados para se conservarem para tempos futuros, a fachada da antiga Escola Nor­mal da Bahia mereceria ser registrada nesse Livro de Tombamento. O resto da casa apresenta poucos aspectos artísticos; e sua estrutura interna está abalada, há muitos anos. Não vai demorar para que se fale da sua demolição. Mas então deverá conservar-se o seu frontis­pício, construído em fins do séc. XIX. Possui formas elegantes e harmoniosas, coisa rara num tempo sem filosofia própria e estilo característico. Se futuramente, no museu urbanístico da Cidade do223Salvador, o séc. XIX deve ser representado, cabe este papel à fachada da antiga Escola Normal da Bahia.É raro poder-se enumerar os construtores de um edifício do sé­culo passado. Desse tempo, está bem documentada a arquitetura reli­giosa na Bahia. Trata-se aí, porém, mais de arquitetura interna de decoração do que da construção de edifícios novos, pois templos no­vos, nessa época, foram pouco construídos, podendo-se enumerar, entre eles, São Pedro dos Clérigos e S. Antônio Além-do-Carmo.Surgiram, porém, inúmeros edifícios novos, levantados pela clas­se média elevada, na Saúde, em Nazaré, em S. Antônio Além-do- Carmo e em outros bairros. Estas casas se distinguem, porém, menos por suas formas arquitetônicas que pela decoração de suas fachadas com azulejos portugueses, aos quais freqiientemente ainda se acres­centavam alguns vasos, fabricados no Porto, para enfeitar o muro do jardim. Disfarçavam assim, habilmente, a falta de operários es­pecializados na Bahia, enfeitando seus edifícios com “penas alheias de pavão”, como o oráculo, na fábula de Esopo.Deve ter surgido daí a contratação de operários e artífices por­tugueses, quando o Governo baiano tratou de construir uma Es­cola Normal, em Nazaré, num lugar então chamado “Cova da Onça”. É verdade que, no mesmo ano de 1897, houve uma forte onda de imigração portuguesa na Bahia, favorecida pelo Governo. O enge­nheiro responsável pela obra da Escola Normal pôde escolher entre numerosos pedreiros, carpinteiros, marceneiros, pintores e estuca­dores os que lhe pareciam ser mais capazes.Por ora, não sabemos quem foi o autor da planta desta antiga Escola Normal da Bahia. Que houve nela influência européia, não resta dúvida; e, a nosso ver, tudo indigita para a França, pois o ensino normal na Bahia foi organizado pelo modelo gaulês, tradu­zindo-se e não se adaptando os manuais franceses. Assim era de espe­rar que se tomasse também uma escola francesa como modelo arquitetônico, embora, por ora, não seja conhecido.O pesquisador raras vezes pode resolver todos os problemas que surgem quando trata de certos assuntos, devendo deixar para outros a solução de dúvidas que surgem na hora de escrever um artigo des­tes; tem o prazo limitado de alguns dias e não pode fazer novas pesquisas.Já foi muita sorte termos encontrado os nomes dos operários e artistas que colaboraram na construção da antiga Escola Normal, e especialmente da sua fachada, trabalho principal de dois estuca­dores portugueses. Até então trabalhos de estuque eram pouco exe­cutados na Bahia, como observamos na decoração interna das igre­jas baianas, das quais, do século passado, possuímos documentação completa. Trabalhos de estuque, desde o tempo do rococó eram224muito apreciados na França, pois lá se fazia mais questão da ele­gância do que da qualidade do matreial de construção empregado.O português, camponês rude que era, gostava mais de empregar pe­dra de cantaria; as suas construções são por isso bem sólidas, mas frequentemente pouco elegantes.E embora os trabalhos de estuque do frontispício da antiga Escola Normal da Bahia fossem executados por artistas portugueses, eles seguiram aí modelos franceses, e não lusitanos. A análise dos elementos culturais permite tirar conclusões bem positivas sobre sua origem étnica. Por isso, mesmo que alguém me mostrasse um modelo português em que se inspirou o autor da planta da antiga Escola Normal da Bahia, diríamos que então houve influência fran­cesa naquele edifício lusitano. Para tais conclusões não precisamos de documentos, pois o etnólogo experimentado em tais pesquisas tem olhos de lince para descobrir tais influências.O edifício da antiga Escola Normal da Bahia foi construído entre 1897-1898, pois todos os portugueses que colaboraram na sua edificação registraram-se no Consulado Português da Bahia entre outubro e dezembro de 1897, tendo chegado de Portugal poucos dias antes; e declararam, na mesma ocasião, estarem trabalhando na Escola Normal. Que operários baianos também colaboraram na sua construção, é evidente, pois os quatro pedreiros portugueses mencio­nados nos documentos não iam levantar sozinhos este edifício. Se os dois carpinteiros lusitanos também tiveram colaboradores baianos, é menos necessário, pois, com a ajuda de mais um marceneiro lusi­tano, podiam executar perfeitamente os trabalhos de madeira. Evi­dentemente, não fizeram as portas e as janelas, e sim apenas colo­caram-nas. Do telhado primitivo, naturalmente então coberto com telhas coloniais, não veio nada ou muito pouco aos nossos dias; a mesma coisa vale para as portas e janelas. E mesmo as vigas, como as tábuas largas antigas, já foram na maioria renovadas uma, senão duas vezes. As paredes e a fachada, porém, não sofreram alterações, a não ser que eventualmente tiraram os arco-botantes das paredes laterais quando construíram, em tempos mais recentes, os pavilhões de ambos os lados do edifício. Os portugueses gostavam de usar arco-botantes, e não apenas no período gótico, com cujos caracte­res estilísticos combinavam bem. O Convento de São Francisco até poucos anos atrás possuía tais arco-botantes para o lado da Baixa dos Sapateiros; e quando se tiraram, a estabilidade das pa­redes ficou prejudicada. Os portugueses construíram para a eter­nidade, os brasileiros para amanhã.Os dois pedreiros portugueses que trabalharam na Escola Nor­mal, desde outubro de 1897, foram José Vieira (l) e Manoel Gomes Ferraz (2), ambos vindos da Ilha de Madeira, que trouxeram consigo225as suas famílias, tendo o primeiro então 34 e o segundo 30 anos de idade; já eram, pois, homens com larga experiência profissional. O terceiro pedreiro, Joaquim Alves Vieira (3), oriundo do distrito do Porto, só veio um mês mais tarde, no dia 15 de novembro de 1897, e tinha apenas 27 anos de idade; era casado, mas veio sozinho, sinal que ainda não tinha resolvido se ia ficar aqui ou não. Um quarto pedreiro, José Ramos (4), que só se registrou no Consulado português em 13 de dezembro do ano mencionado, já viera também no dia 15 de novembro; embarcara em Lisboa e era natural do distrito de Beja. Tinha já quarenta anos de idade; era casado, tra­zendo consigo a mulher, um filho e uma filha.No mesmo dia, veio também “por conta da imigração do Esta­do" o canteiro Justino Pinheiro (5), oriundo do distrito de Vizeu. Precisavam de canteiros na construção da Escola Normal. Mas já que, no referido documento, não se menciona que Justino Pinheiro trabalhou neste edifício, não podemos afirmá-lo, embora seja pos­sível não se ter mencionado por esquecimento. Do outro lado, não faltavam canteiros hábeis na Bahia, embora em menor número do que em Portugal, pois na Bahia já não havia boa pedra de canta­ria perto da Cidade do Salvador e ainda não se podia trazer de Minas do Rio de Contas, onde existia em abundância e de boa qualidade.Dos dois carpinteiros, João Vital Gomes (6) e Antônio Romão Camacho (7), diz-se expressamente que foram contratados para a cons­trução da Escola Normal, sendo ambos naturais da Ilha de Madeira, tendo o primeiro 28, e o segundo 27 anos de idade. Todos dois trouxeram suas famílias, sinal que pretendiam ficar na Bahia, pois a Ilha de Madeira já estava naquele tempo superpovoada, não dan­do mais esperanças de maior evolução. Em tais circunstâncias, ho­mens ocupados em construção de casas vêem-se obrigados a emigrar, como foram oriundos da mesma Ilha de Madeira os dois primeiros pedreiros, acima mencionados. Os ditos dois carpinteiros vieram no dia 12 de outubro de 1897 e começaram logo a trabalhar na Escola Normal; já que tinham que colocar vigas no primeiro pavi­mento, não admira terem começado a trabalhar pouco depois dos pedreiros, pois tinham que aparelhar as vigas.Em seguida, devemos mencionar o marceneiro João Dias da Silva (8), natural do distrito de Leiria. Veio também no dia 15 de novembro de 1897; tinha então 27 anos de idade e era homemcasado.No mesmo dia também vieram os dois estucadores, Manoel da Silva (9) e Inácio Filipe Gonçalves Negrão («), sendo o primeiro natural do distrito do Porto, e o segundo do de Viana. Ambos se registraram no Consulado Português, da Bahia, no dia 27 do mesmo226mês, declarando estarem trabalhando “nas obras do Governo na Escola Normal"; o primeiro tinha 38, e o segundo 29 anos de idade. Ambos eram casados, mas não trouxeram suas famílias, certamente por terem suas dúvidas se na sua profissão iam encontrar muito trabalho na Bahia. É verdade que, na mesma onda imigratória, veio mais outro estucador, João Miguel Lourenço(n), que, porém, também trabalhava como pedreiro especializado e encontrava assim mais trabalho; e ele se estabeleceu na Bahia, trabalhando ainda em 1920, no Palácio do Arcebispo na Ilha de Itaparica.Finalmente, ainda devemos mencionar um pintor, Narcizo Dias da Silva (12), natural do distrito do Porto e certamente especalizado em pintura de decoração e como tal colaborador direto com os es­tucadores. Tinha 22 anos, mas já era casado, não trazendo, porém, a esposa. Ia experimentar primeiro a vida no Brasil. A decoração do Salão Nobre da antiga Escola Normal deve remontar à sua mão de decorador; e evidentemente também colaborou com os estucado­res na fachada, a peça mais preciosa do edifício.São estas as informações que possuímos sobre a construção da antiga Escola Normal da Bahia, na qual funcionou, durante longos anos, a Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e na qual ainda funcionam a Faculdade de Educação e o Instituto de Letras, ambos desmembrados da anterior Faculdade de Filo­sofia. Esta documentação pode parecer muito reduzida ao leigo em pesquisas; o historiador experimentado em pesquisas de arquivos sabe, porém, que a descoberta desta documentação é de grande valor, pois existem poucos edifícios baianos daquele tempo dos quais conhecemos a maioria dos nomes dos homens que colaboraram na sua construção.CARLOS OTTi Aos 26 de outubro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “José Vieira, natural da freguezia de St. Cruz, do Funchal (Madeira), filho de Anacleto Vieira e Joana de Freitas, vindo da Ilha da Madeira em 12 do corrente, profissão Pedreiro. Declarou... achar-se trabalhando em obras do Go-227verno, na Escola Normal à Cova da Onça, 34 anos, casado”. Consulado Por­tuguês. Arquivo. Bahia. Habilitações, 1887-1901. Ms. 2.a série, v. 20, Nr. 9810.2 Aos 27 de outubro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “Manoel Comes Ferraz, natural da freguczia de São Roque, distrito de Funchal, filho de Antonio Ferraz Júnior e Carolina da Encarnação, vindo da Ilha da Madeira em 12 do corrente, profissão Pedreiro. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se trabalhando na Escola Normal, à Cova da Onça, por conta do Governo, 30 anos, casado. No supracitado pas­saporte veio incluída sua esposa Cristina de Jesus Ferraz, de 25 anos de idade e sua filha Isaura, de 4 meses, os quais vieram em sua companhia” (Ibid., Nr. 9811)3 Aos 27 de novembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, "Joaquim Alves Vieira, natural da freguezia de Valboin, Conselho de Gondomar, distrito do Porto, filho de José Alves Vieira e Hermelina de Jesus, vindo de Leixões em 15 do corrente mês, profissão Pedreiro, 27 anos, casado. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se trabalhando nas obras da Escola Normal, à Cova da Onça” (Ibid., Nr. 9828)4 Aos 13 de dezembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, "José Ramos, natural da freguczia de Beja (São João Batista), Conselho e distrito de Beja, filho de Jacinto Ramos e Maria das Dores, vindo de Lisboa cm 15 de novembro último, profissão Pedreiro, 40 anos, casado com Emilia Carlota Marta, de 39 anos, e dois filhos, Josepha de 7 anos e José de um ano que trouxe em sua companhia. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se trabalhando nas obras da Escola Normal, à Cova da Onça” (ibidem, Nr. 9836); e acrescenta uma nota marginal dizendo: "Faleceu em 30 de agosto de 1910” (Ibid.)s Aos 31 de dezembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, "Justino Pinheiro, natural da freguezia de Cambra, Conselho de Vou- zela, distrito de Vizeu, filho de Manuel Pinheiro e Maria Joaquina, vindo de Leixões em 15 de novembro último, profissão Canteiro, 35 anos, solteiro. De­clarou ter vindo por conta da imigração deste Estado”. (Ibid., Nr. 9848)6 Aos 27 de outubro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, "João Vital Gomes, natural da freguezia de São Roque, da Cidade de Fun­chal, filho de José Gomes Cassio e Maria de Jesus Gomes, vindo da Ilha da Ma­deira em 12 do corrente, profissão Carpinteiro, 28 anos, casado. No passaporte vem incluídos sua mulher Claudina da Conceição Ferraz, de 25 anos de idade e sua filha Maria de 7 meses que vieram em sua companhia. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se trabalhando nas obras da Escola Normal, à Cova da Onça, por conta do Governo”. (Ibid., Nr. 9812)7 Aos 27 de outubro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, "Antonio Romão Gramacho, natural da freguezia de S. Roque, do Fun­chal, filho de Manoel Gomes Gramacho e Gerarda do Carmo, vindo da Ilha da Madeira, em 12 do corrente, profissão Carpinteiro, 27 anos, casado. No seu passaporte acham-se incluídos sua mulher Matilde Candida Gomes, de 22 anos e seus filhos Januario de 3 anos e Maria de meses que vieram na sua com­panhia. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e estar tra­balhando nas obras da Escola Normal à Cova da Onça, por conta do Governo. — Apresentou-se em 9 de setembro de 1901 e declarou que tem partido para o Funchal em abril último, regressara a esta Cidade em 5 do corrente” (Ibid., Nr. 9814).8 Aos 13 de dezembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “João Dias da Silva, natural da freguezia de Azoia, Conselho e distrito de Leiria, filho de Paulino José e Joaquina de Jesus, vindo de Lisboa em 15 de novembro ultimo, profissão Marceneiro, 27 anos, casado com Julia da Purifi-228cação e Silva, de 22 anos, tendo um filho Augusto de 3 anos que trouxe em sua companhia. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se trabalhando nas obras do Governo da Escola Normal, à Cova da Onça" (Ibid., Nr. 9835)9 Aos 27 de novembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “Manoel da Silva, natural da freguczia de Carupanhã, Conselho e distrito do Porto, filho de Dionisio da Silva c Francisca da Silva, vindo de Leixões cm 15 do corrente mês, profissão estucador. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se trabalhando nas obras do Governo na Escola Normal, à Cova da Onça, 38 anos, casado”. (Ibid., Nr. 9830)10 Aos 27 de novembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “Ignacio Filipe Gonçalves Negrão, natural da freguezia de Seixas, Conselho de Caminha, Distrito de Viana, filho dc Manoel Antonio Gonçalves Negrão e Quiteria Rosa Lagarteira, vindo de Lisboa em 15 do corrente, profis­são estucador. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar trabalhando nas obras da Escola Normal, à Cova da Onça, 29 anos, casado" (Ibid., Nr. 9831).11 Aos 3 de janeiro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “João Miguel Lourcnço, natural da freguezia de Argelo, Conselho de Caminha, distrito de Viana, filho de Miguel Lourenço da Varja e Josefa Luisa, vindo de Lisboa em 16 de dezembro último, profissão estucador e pedreiro, 22 anos, solteiro. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado. Em 9 de janeiro de 1920 declarou ter estado trabalhando pelo seu ofício de pedreiro era varias obras, e ultimamente no Palacio do Arcebispo em Itaparica. —■ Em 1921 foi a Portugal, pretendendo voltar à Bahia, onde deixou a mulher” (Ibid., Nr. 9851)12 Aos 27 de novembro de 1897, registrou-se, no Consulado Português da Bahia, “Narcizo Dias da Silva, natural da freguezia de Aveleada (St. Eulâlia), Conselho da Vila do Conde, distrito do Porto, filho de Joaquim Dias da Silva e Rosa Domingas da Silva, vindo de Leixões em 15 do corrente mês, profissão Pintor. Declarou ter vindo por conta da imigração deste Estado e achar-se tra­balhando na Escola Normal, à Cova da Onça, por conta do Governo, 22 anos, casado” (Ibid., Nr. 9826)229

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