Sociedade Portuguesa de Radiologia e Medicina Nuclear
Abstract
A doença de Crohn gastroduodenal é frequentemente subdiagnosticada. O desenvolvimento de métodos radiológicos e endoscópicos tem contribuído para um diagnóstico crescente da doença nestes segmentos, que ultrapassa já os 20% nalgumas séries. Na maioria dos casos estão afectados simultaneamente o antro gástrico e o duodeno. Os exames baritados e a enterografia por tomografia computadorizada (TC), a par do exame endoscópico e histológico, são a base do diagnóstico. Os achados radiológicos dividem-se, consoante a fase de evolução da doença, em não estenóticos (desde úlceras aftoides a mucosa em “pedras de calçada”) e estenóticos (dilatação gástrica, saculações duodenais, megaduodeno). As biópsias endoscópicas podem originar resultados negativos devido ao seu carácter superficial e à natureza segmentar e descontinua da doença. Porém, a ausência de dados histológicos definitivos, não deve impedir o diagnóstico desta condição nos casos em que há doença ileocólica confirmada e a clínica e os achados radiológicos são altamente sugestivos