Para o diagnóstico radiológico das patologias
ginecológicas é essencial conhecer e compreender
as indicações dos vários exames disponíveis e,
para cada achado radiológico, integrar a idade,
o contexto clínico e a história pregressa da
doente. A Ressonância Magnética (RM) tem hoje
um papel crucial no diagnóstico das doenças
ginecológicas. Contudo, para maximizar o
potencial desta técnica é imprescindível adequar
o protocolo utilizado a cada caso e a cada doente
e ter em conta algumas regras imprescindíveis
à interpretação dos exames, que descreveremos
neste artigo.
A RM ginecológica é principalmente útil no
estadiamento do carcinoma do colo do útero
e do endométrio, podendo por vezes ser
também útil na sua detecção, na avaliação da
resposta ao tratamento, detecção da recidiva ou
complicações e na avaliação de lesões anexiais
de natureza indeterminada na ecografia. Nas
doenças benignas é frequentemente usada na
avaliação pré-terapêutica de leiomiomas uterinos,
bem como na adenomiose e na endometriose.
Em muitas destas situações há potenciais erros
e pitfalls, para os quais o médico radiologista
deve estar alerta, de forma a minimizar eventuais
falhas diagnósticas ou erros de estadiamento.In gynaecologic imaging it is crucial to choose
the most appropriate imaging method for each
situation, as well as combining imaging findings
with the age, clinical picture and previous clinical
history of the patients. Magnetic resonance
imaging (MRI) is currently indispensable in the
diagnosis of gynaecological diseases. However,
to take advantage of this technique, the use
of adequate protocols is mandatory, specially
designed for each patient and each clinical
problem. On the other hand, the radiologist
should bear in mind some critical rules and
interpretation pearls, that we aim to describe in
this paper.
Gynaecologic MRI has a role to play in
cervical and endometrial cancer staging, and
sometimes also in tumour detection, in response
evaluation after treatment and detection of
recurrence and complications, and in the
evaluation of indeterminate adnexal masses on
ultrasonography. In benign disease, it is mainly
used in the pre-therapeutic evaluation of uterine
leiomyomas, as well as in adenomyosis and
endometriosis. In each situation the radiologist
has to be aware of potential pitfalls, to avoid
diagnostic and staging errors