Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas MonizA toxina botulínica, de origem biológica, é produzida pelo Clostridium botulinum, uma bactéria anaeróbia Gram-positiva, causadora de botulismo. Esta doença, potencialmente fatal, pode provocar a morte do doente por paralisia dos músculos respiratórios. Existem 7 serotipos diferentes (A-G), sendo a toxina botulínica tipo A a mais utilizada. A utilização desta toxina foi aprovada pela primeira vez para uso humano, em 1989, pela Food and Drug Administration. A toxina botulínica tem a capacidade de bloquear a libertação de ACh na junção neuromuscular. O seu mecanismo de ação permite o seu uso em aplicações cosméticas para atenuar rugas de expressão, que é a aplicação mais conhecida do grande público. No entanto, muitas outras aplicações, com finalidades terapêuticas podem ser obtidas com a toxina botulínica. As primeiras aplicações terapêuticas da toxina botulínica foram no tratamento do estrabismo, blefarospasmo e espasmo hemifacial. No entanto, o aumento do conhecimento sobre esta toxina levou a que esta se tenha tornado uma opção terapêutica eficaz e segura para um número crescente de patologias nomeadamente na hiperidrose e na sialorreia, na enxaqueca crónica, em nevralgias, na espasticidade, em várias distonias e ainda em distúrbios da bexiga e gastrointestinais. Esta monografia consiste numa revisão bibliográfica da literatura científica sobre as aplicações terapêuticas da toxina botulínica, sendo também efetuada uma descrição da própria toxina