thesis

Regulação do comportamento alimentar e novos alvos terapêuticos

Abstract

Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas MonizO comportamento alimentar depende da regulação do equilíbrio entre a ingestão de calorias e o gasto energético. Esta regulação ocorre a nível cerebral onde o hipotálamo exerce um papel fundamental. Recebe sinais de adiposidade através da insulina e da leptina que o informam sobre o estado das reservas energéticas. Quando estas estão diminuídas, os núcleos do hipotálamo enviam sinais orexigénicos através dos neuropéptidos NPY, AgRP, CRH e orexinas e da grelina, um péptido periférico, para estimular a ingestão e repor as reservas. Aquando a ingestão, os primeiros sinais recebidos pelo cérebro são os estímulos hedónicos influenciando o centro da recompensa cortico-límbico, e estímulos mecânicos devido à distensão do estômago que é comunicado ao bulbo raquidiano através do nervo vago. A digestão provoca a libertação de hormonas periféricas que funcionam como sinais de saciedade, atuando no bulbo raquidiano ou no núcleo arqueado (ARC) do hipotálamo. São exemplos destas hormonas a amilina, o polipéptido pancreático (PP), a oxintomodulina (OXM), a colescitocinina (CCK), o péptido relacionada com glucagon (GLP-1) e o péptido YY (PYY). A regulação do comportamento alimentar também envolve as monoaminas dopamina, serotonina e noradrenalina que intervêm no sistema da recompensa, um sistema que valoriza a ingestão pelo sentimento de prazer que provoca, e o sistema dos endocanabinóides que protege da ansiedade e estimula a alimentação. Existem atualmente poucas alternativas medicamentosas para tratar a obesidade de forma eficaz e segura porque as vias envolvidas no comportamento alimentar são complexas, muitas vezes facilmente compensadas por outras vias, e envolvidas na regulação de outros sistemas

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