O autocuidado da pessoa institucionalizada: estudo exploratório em lares do grande Porto

Abstract

A institucionalização é cada vez mais perspetivada como uma solução para as pessoas com dependência e que não possuem alguém disponível para a supressão das suas necessidades em cuidados. Todavia, a solução possível torna-se por vezes contraproducente, levando á passividade e progressão dos problemas que levaram à institucionalização. O autocuidado tem significativo impacte na saúde dos idosos e a ameaça à sua realização pode advir de várias situações que se demonstram pertinentes para a Enfermagem. Esta investigação decorreu no Lar Rainha D. Beatriz e Lar Monte dos Burgos, ambos no concelho do Porto, com o intuito de caracterizar os clientes institucionalizados quanto ao tipo e nível de dependência e perfil de autocuidado; inscreve-se no paradigma quantitativo e tem uma abordagem do tipo não experimental descritivo e exploratório. Foi utilizada uma amostra não probabilística de conveniência, constituída por 186 indivíduos. Relativamente ao nível e tipo de dependência, 17,7% dos clientes são completamente independente e 13,4% completamente dependente, nos diferentes domínios do autocuidado. Os autocuidados com maior número de dependentes são o autocuidado tomar banho, vestir-se/despir-se e arranjar-se; por outro lado, os autocuidados com menor dependência abrangem o autocuidado cuidar da higiene pessoal, alimentar-se e usar o sanitário; os dados foram obtidos através do instrumento “Nível de dependência do Autocuidado” desenvolvido por um grupo de professores da ESEP. Para o estudo da atitude face ao autocuidado adotada pelos participantes (perfil de autocuidado) foi utilizado o instrumento “Perfil de Autocuidado” desenvolvido por Räsäsen, Kyngas e Backman, em 2007. Neste caso particular, a leitura dos dados deve ser realizada com cautela, atendendo ao resultado estatístico Alfa de Cronbach (0,46). O perfil de autocuidado que predomina é o perfil “Indefinido” (70,9%). Dos restantes clientes foi possível identificar o perfil de autocuidado formalmente guiado em 16,2% destes. No geral, o perfil de autocuidado responsável associa-se ao sexo feminino, presença de formação e menor dependência, enquanto o perfil de autocuidado de abandono relaciona-se com o sexo feminino, ausência ou menor formação e maior dependência

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