Contexto: A Vulnerabilidade Mental é um conceito que começa a emergir
através de estudos de investigação. No entanto este conceito ainda está pouco
desenvolvido. Atualmente existem instrumentos psicométricos que permitem a
identificação de determinadas doenças mentais, contudo, são escassos os
instrumentos que permitem avaliar o potencial para o desenvolvimento destas
doenças, desconhecendo-se validado para a população portuguesa.
Neste sentido um auxiliar na identificação de pessoas com potencial para o
desenvolvimento de doença mental seria uma mais-valia na Promoção da Saúde
Mental das mesmas.
Objetivos: O presente trabalho tem como objetivos traduzir e adaptar a Escala
da Vulnerabilidade Mental (EVM) e avaliação das suas propriedades
psicométricas, na população portuguesa.
Metodologia: Trata-se de um estudo metodológico de natureza quantitativa.
Recorreu-se a uma amostragem não probabilística acidental incluindo 166
estudantes de uma Escola Superior de Enfermagem.
A EVM, é uma escala de auto-resposta, sendo o seu tipo de resposta ordinal com
cinco possibilidades de resposta. Procedeu-se à sua tradução através das
seguintes etapas: 1 - pedido de autorização para tradução da EVM; 2 - tradução
da EVM de Inglês para Português, por dois peritos; 3 - Análise de consensos; 4 -
Retrotradução de Português para Inglês; 5 - Pré-teste; 6 – Versão final da EVM.
Para a sua validação foi utilizada uma Análise Fatorial Exploratória seguida de
rotação varimax, e a avaliação da validade convergente entre a EVM e os itens
negativos do Inventário da Saúde Mental cinco itens, e a validade divergente
com o Questionário da Saúde Mental Positiva (QSMP).
Resultados: Após todo o processo de tradução da Escala da Vulnerabilidade
Mental procedeu-se à sua aplicação. Os valores médios de Vulnerabilidade
Mental foram de 51, com uma amplitude entre 24 e 87. Na Análise Fatorial
forçado a três fatores, com rotação varimax, permitiu agrupar as 22 variáveis
da EVM em 3 grupos de variáveis. A EVM apresentou validade divergente com o
QSMP (p <0,05), e validade convergente com o MHI-5 (p <0,05). A fidelidade foi
apurada através da avaliação da consistência interna, que apresentou bom
resultado (Alpha=0,89).
Conclusões: Verifica-se que a EVM, apresenta características psicométricas que
possibilitam a sua utilização, na prática clinica e na investigação para o rastreio
de vulnerabilidade, pelo que se trata de um instrumento útil