Chasing the dragon: neurodegeneração quimicamente induzida por heroína fumada

Abstract

Dissertação para obtenção do grau de Mestre no Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas MonizAs patologias Neurodegenerativas são doenças incuráveis e debilitantes, apresentando um caráter crónico com uma destruição celular progressiva e frequentemente irreversível. Os sintomas deste tipo de doenças caraterizam-se por alterações significativas nas capacidades cognitivas, motoras, fisiológicas e consequentemente sociais, afetando desta forma não só o doente, como todos os que com ele se relacionam. Estas alterações têm uma profunda influência na qualidade de vida quer do doente quer do meio que o envolve. As patologias neurodegenerativas com mais expressão são a doença de Alzheimer, Parkinson, e Hungtinton. Este grupo de doenças neurodegenerativas tem sido alvo de intensa investigação por serem preponderantes e pelo aumento do número de casos nos últimos anos. Muitos podem ser os fatores desencadeantes destas patologias, tais como agentes ambientais, propensão genética, e ainda mecanismos epigenéticos. Diversos estudos sugerem que a exposição a determinados químicos constitui um fator capaz de induzir este tipo de patologias. Entre estes encontram-se o consumo de substâncias psicoativas. A utilização, pelo homem destas substâncias é ancestral. Recentemente o número de diferentes substâncias de abuso tem vindo a aumentar, nomeadamente pelo aparecimento de substâncias de abuso sintéticas, traficadas nas ruas, desde o início deste século. De uma forma geral todas as substâncias psicoativas ilícitas são profundamente nocivas por serem tóxicas e gerarem dependência. As substâncias de abuso mais consumidas, presentemente nas sociedades ditas desenvolvidas, são a cannabis, a cocaína, as anfetaminas e a heroína. A heroína é uma droga semi-sintética, derivada da morfina, extraída da espécie Paper somniferum, comumente designada por papoila do ópio. O consumo de heroína tem sido relacionado com o desenvolvimento de patologias neurodegenerativas. São vários os números de casos reportados na literatura sugerindo que o consumo de heroína é indutor de síndromes Parkinsónicas, a doença de Alzheimer e de Leucoencefalopatia Espongiforme. Os mecanismos de toxicidade sugeridos incluem a formação de vacúolos na oligodendria, alterações mitocondriais e estados de hipóxia severos. Contudo, os mecanismos moleculares destes processos são ainda desconhecidos

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