Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Biologia Molecular em SaúdeO protozoário Toxoplasma gondii é um parasita intracelular obrigatório (filo Apicomplexa) que infeta vertebrados. Este parasita constitui uma preocupação séria de segurança sanitária dos alimentos e é um importante agente patogénico oportunista em doentes com SIDA e outros indivíduos imunossuprimidos.
Durante a infeção, a resposta imunitária do hospedeiro induz a conversão deste parasita intracelular da sua forma proliferativa (taquizoítos) para a sua forma latente de quisto (bradizoítos). Os quistos de bradizoíto podem permanecer nos tecidos do hospedeiro durante toda a vida. Quando a imunidade do hospedeiro é atenuada os bradizoítos podem reconverter em taquizoítos que replicam ativamente, representando uma infeção crónica.
A proteína Mob1 é uma excelente candidata a participante no controlo da replicação do parasita e consequentemente no estabelecimento da infeção. A Mob1 é essencial na citocinese e no controlo da proliferação cellular versus apoptose. A Mob1 humana, para além do envolvimento no controlo da proliferação também está envolvida na duplicação do centrossoma.
Resultados obtidos pelo grupo onde me insiro demonstraram que a expressão do gene Mob1 em T.gondii diminui durante a replicação do parasita dentro das células hospedeiras, nomeadamente quarto horas após a invasão. Este periodo de tempo corresponde, de facto, ao início da replicação do parasita. Foi ainda criada uma estirpe de T. gondii a sobre-expressar Mob1 e analisado o fenótipo replicativo do parasita em resposta à sobre-expressão da Mob1. Os parasitas que sobre-expressavam Mob1 apresentavam um atraso na replicação comparativamente à estirpe selvagem.
Estes resultados suportam a hipótese de que a Mob1 de T. gondii está envolvida no controlo da replicação do parasita e do número de parasitas dentro do hospedeiro.
Com este trabalho pretendo construir um “knockout” condicional da Mob1 em T. gondii demonstrando qual o papel da proteína na replicação do parasita. Contudo não foi possível concluir, ficando por inserir na construção a 5’UTR e, posteriormente, o cDNA da Mob1