As iniciativas de “africanização” das Operações
de Apoio à Paz (OAP) aparecem como sendo
um vector importante para a operacionalização
das políticas de cooperação no domínio da
segurança e defesa. O programa RECAMP é um
eficaz instrumento de projecção de poder da
França dado que reforça a sua liderança na condução
da agenda Europa-África. O programa
ACRI, o ACOTA, o ARP, o IMET e o ACSS inscrevem-
se na lógica do intervencionismo que
orienta os interesses estratégicos hegemónicos
dos EUA, no sentido de incrementar a sua influência
no continente africano. No caso português,
o recém-divulgado PAMPA reorienta o
esforço da cooperação militar no sentido da sua
componente multilateral. O sucesso dos modelos
de “africanização” das OAP dependerá
da capacidade da comunidade de doadores
em coordenar as múltiplas iniciativas e programas
de cooperação no domínio da segurança
e defesa, integrados eficazmente numa
estratégia global da luta contra a pobreza