Existente há mais de uma década, o conflito entre a Arménia e o
Azerbaijão sob o enclave de Nagorno-Karabakh tem afectado a
segurança e a estabilidade da região. Enraizada em aspectos étnicos, políticos e económicos, as pretensões distanciadas dos partidos e posições intratáveis, dificultaram a busca de uma solução
política. A combinação de uma situação permanente de conflito,
com os movimentos em massa da população, a instabilidade
económica, as dificuldades sociais e as práticas autoritárias, constituem um enorme desafio para a segurança da região. Aliado aos
interesses competitivos dos poderes externos, incluindo o Irão, a
Turquia, a Rússia e os Estados Unidos, a situação permanece altamente volátil. Neste contexto de tensão e inter-relação dos desafios
e riscos, a conjugação de interesses e exigências em conflito tornou
complexo o alcance de um entendimento político. Isto, juntamente
com as implicações humanas e materiais do conflito, foi discursado
fundamentalmente pelos esforços de mediação da Organização
para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), pelo Grupo
Minsk e pelas actividades do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (UNHCR).
Perante uma situação política, socio-económica e humanitária
problemática, quais foram as principais posições e limites destes
esforços internacionais? Até que medida pode a conjugação de
actores internos e externos promover a segurança e estabilidade
regional, contribuindo para o estabelecimento político do conflito
de Karabakh. E como é que o contexto regional de instabilidade
afecta o processo de negociações e as iniciativas operacionais promovidas por estas organizações internacionais? Ao procurar respostas para estas questões, este artigo pretende perceber os esfor-
ços internacionais rumo à descoberta de um entendimento político
para o conflito de Nagorno-Karabakh, como um aspecto fundamental para a promoção da estabilidade e bom governo no
Caucasus, questionando meios e procedimentos, clarificando progressos e falhas e sugerindo possíveis alternativa