AVC isquémico em doente jovem - caso clínico

Abstract

A população jovem adulta é afectada numa minoria por acidentes vasculares cerebrais isquémicos (ACVi), mas em cerca de 40% dos casos, estes são criptogénicos. Nestes doentes é raramente possível documentar a existência de uma comunicação inter-auricular (CIA) do tipo ostium secundum. Esta patologia invulgar está associada a um aumento do rico de AVCi por embolia paradoxal. Os autores apresentam o caso de um doente de 32 anos, sem antecedentes relevantes, desportista que recorreu ao serviço de urgência por parestesias do hemicorpo esquerdo e hemiparésia flácida do membro superior esquerdo confirmado no exame neurológico sumário. Realizou tomografia computorizada crânio-encefalica (CE), com evidência de ténue hipodensidade focal na região da coroa radiata direita, podendo corresponder a lesão isquémica recente ou etiologia inflamatório/desmielinizante. Ficou internado para estudo etiológico. Neste contexto realizou ecodoppler carotídeo, Holter, punção lombar com exame citoquímico e bacteriológico do líquido cefalorraquidiano que não revelaram alterações; o rastreio de trombofilias e patologias auto-imunes foi negativo assim como serologias virais. Fez ressonância magnética CE, que mostrou duas lesões isquémicas situadas no córtex do girus pós-central e subcortical central á direita com alterações compatíveis com lesões lacunares na região frontal bilateral. Realizou ecocardiogramas transtorácico e transesofágico que revelaram solução de continuidade compatível com CIA tipo ostium secundum de 14mm, com cavidades direitas dilatadas. Iniciou anticoagulação oral e foi referenciado á consulta de Cardiopatias Congénitas, aguardando cirurgia. Está actualmente clinicamente estabilizado, sob anticoagulação com varfarina

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