O artigo começa por enunciar os contornos da problemática nacionalista
em Espanha, identificando sumariamente as diferenças entre as nações catalã, basca e galega e recordando de passagem as difíceis relações que
elas têm mantido com o centripetismo de Castela em geral e com o
franquismo em especial.
O processo de integração europeia – que em certa medida reproduz, a um
nível superior, idêntico dilema entre o centralismo político (a Europa dos
Estados) e a sensibilidade às periferias (a Europa das regiões) –, apresenta-se como um local de acolhimento privilegiado não só para as aspirações autonómicas mas também, enquanto se mantiver o quadro institucional típico dum centro supranacional, para o Estado espanhol.
O nacionalismo catalão, mais europeísta e menos radical que o basco, e
ambos mais reivindicativos que o galego, sugerem soluções diferentes
para a construção europeia, mas nos três projectos encontra-se uma motivação comum: a valorização do regionalismo, para a qual já dispõem dum
instrumento precioso – o Comité das Regiões. Todavia, continuando a faltar
um verdadeiro impulso político no processo de construção europeia, a
“eterna questão nacional da Espanha só no quadro político interno poderá
encontrar uma solução que satisfaça as várias partes em confronto”