Num mundo em transformação, sem ameaças claramente definidas mas
cheio de incertezas e de riscos, as organizações internacionais responsáveis por
assuntos de segurança e de defesa procuram adaptar as suas estruturas e
conceitos ao novo ambiente. Uma dessas organizações é a NATO, que hoje
enfrenta desafios totalmente diferentes aos que originaram a sua criação. Mas a
reestruturação da NATO está a ser também fortemente influenciada pelos
conceitos nacionais adoptados pelas grandes potências para a reorganização das
suas próprias forças, pela possibilidade do seu alargamento a Leste, pela
provável alteração dos estatutos da França e da Espanha na estrutura militar
integrada e ainda por imperativos de economia e de uma mais equitativa partilha
de encargos (burden sharing). Assim, as realidades geopolíticas e as razões
militares que poderão orientar uma melhor defesa comum entram em conflito
com interesses nacionais e com alguns problemas herdados de um confronto
Leste-Oeste não totalmente esquecido