Os europeus têm cada vez mais fins e tarefas
a que afectar os seus recursos, e a competição
sobre os mesmos e a menor percepção de amea-
ças aumentaram a escassez sentida pelos militares, que passaram a ter de fazer missões de
gestão de crises e apoio humanitário (Missões
de Petersberg), quando a defesa do estado contra
ameaças externas é a vocação natural das FA,
meio polémico e economicamente ineficiente
de efectuar aquelas missões. A eficiência económica será mais bem servida por contratos
com privados para missões com baixa intensidade de violência, mas pondo em causa o
dogma weberiano de monopólio da violência
legítima do estado. Este dogma já foi superado
em funções de segurança interna, com uma
adequada e sólida regulação, com ganhos consensuais; pode assim inspirar a mudança no
nível externo, que passa por incentivar a criação
e sustentabilidade de empresas de serviços de
segurança e defesa, substituindo o modelo incerto e desregulado de recurso ad-hoc a mercenários ou empresas de fachada. Existe um mercado de serviços de segurança e defesa, com
oferta e procura, ainda que não seja claramente
reconhecido, e ele pode servir para melhorar
a afectação de recursos na Europa, desde que
seja bem regulado e funcione onde tem vantagem sobre as F