Desde o choque do ataque terrorista aos Estados
Unidos da América em 11 de Setembro de 2001,
espalhou-se a crença de que o mundo não é mais
o mesmo e que o carácter da política e segurança
internacionais se alteraram radicalmente. O conteúdo
deste artigo visa mostrar que, embora a
segurança e a procura da estabilidade a longo
termo permaneçam o supremo objectivo para
todas as sociedades, é apenas a definição e percepção
da noção de segurança que sofreram
uma reapreciação significativa, mas esta mudança
fundamental verificou-se efectivamente
antes do 11 de Setembro com o fim da Guerra
Fria, embora não fosse realmente discernida ou
completamente reconhecida. No entanto, os
ataques terroristas à Costa Leste dos Estados
Unidos da América compeliram inegavelmente
a comunidade internacional a reconhecer que
ameaças veladas foram substituídas por consideração
de ” risco” e “desafios” que o ambiente
internacional se baseia não já na gestão da segurança
mas na gestão da insegurança. Dimensões
transnacionais assumiram um perfil saliente
nas avaliações da sociedade como considerações
de estabilidade e segurança e, nesta perspectiva,
o 11 de Setembro levou os Estados Unidos
da América a adoptar uma abordagem mais
radical e de não compromisso na sua política externa
e de defesa, a ter em conta a nova definição
de segurança e a mais difusa noção dos desafios
contemporâneos, incluindo as ameaças assimétrica